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Análise: Warhammer 40.000: Shootas, Blood & Teef (Multi) — Exploda seus inimigos, instaure o caos e curta um bom metal

Comande um orc que quer retomar sua liderança em uma aventura cheia de armas, explosões, bom humor e uma excelente trilha sonora.

Dentro do universo de Warhammer, que é bastante denso, os orcs são uma das espécies favoritas e mais divertidas, possuindo até seu próprio dialeto. Logo, era de se esperar que eles ganhassem um jogo mais despretensioso e focado só na destruição desenfreada. Assim é Shootas, Blood & Teef, um shooter de plataforma que não faz cerimônia nenhuma na hora de colocar para explodir tudo.

Atire em tudo que se mexer!

Esqueça todo o primor tático e conhecimento pesado da lore dos demais jogos da extensa série Warhammer. Em Shootas, Blood & Teef, tudo que você precisa é atirar, correr e atirar mais ainda. A história é bem simples e consiste em controlar um orc que quer recuperar seu rabo de cavalo, roubado pelo seu Chefe de Guerra. Para isso, este ser verde bruto e rabugento cruza diversos locais, causando o caos por onde passa.

Os controles podem causar um pouco de estranheza, já que um dos gatilhos serve para pular em conjunto com o outro, que mantém sua função padrão de atirar. A escolha atípica faz sentido com o resto dos comandos, já que os dois analógicos são empregados, um para o movimento do orc e o outro para controlar a mira. Essa combinação privilegia a tomada rápida de decisões para eliminar as diversas hordas de inimigos que aparecem na tela. Leva um tempo, mas logo dá para se acostumar.

Além disso, podemos escolher entre quatro classes, cada uma com as suas vantagens e desvantagens. Como é possível jogar com amigos em rede ou de maneira local, cada um pode ficar com uma classe e aí a ação fica explosivamente mais divertida. Ainda assim, quem optar por jogar sozinho ainda desfruta de bons momentos até o final da aventura, que não é tão longa.

Podemos comprar mais armas na loja e nos checkpoints com os ossos que coletamos nos baús pelo caminho. Elas têm efeitos únicos, como cápsulas explosivas ou ácidas, e uma vez adquiridas, podem ser alternadas livremente durante a matança.

O ponto negativo nisso tudo é que em diversas ocasiões em que aparecem muitos inimigos, a performance do jogo cai bastante, provocando alguns slowdowns bem chatos. Os momentos mais críticos que notei durante a análise foram nas batalhas contra os chefes, que além de exigir reflexos rápidos para não sermos emboscados, ainda necessitam que fiquemos de olho nos itens de cura e no chefe, que se locomove por todo o cenário.

E por falar em queda de performance, as telas de loading demoram muito. O carregamento inicial é o mais lento de todos; os demais, que acontecem nas transições de fases e quando morremos, demoram menos, mas ainda são incômodos.

Sinta o peso do metal

Se Shootas, Blood & Teef é focado em explosões, tiros, porradas e matança, não seria de se esperar a adoção de um visual cartunesco em 2D, mas essa foi a característica artística escolhida, e ela casou muito bem com a ideia geral. É como se estivéssemos lendo uma história em quadrinhos colorida, sangrenta e hilária — E sim, o humor tem um importante papel nisso.

Mesmo com as vozes em inglês, o jogo conta com legendas em português, mesmo que no dialeto torto dos orcs, e nos traz toda a mentalidade aguçada do nosso protagonista. E diga-se de passagem, a dublagem é bem bacana, mesmo para quem não entende o idioma.

A trilha sonora é o ponto mais forte de todo o áudio do jogo. Um título que une destruição em massa e muita porradaria precisa de algo pesado, e é aí que entra a fúria sonora de Deon van Heerden, com seu metal explosivo. Para quem achar que já escutou os trabalhos dele em algum lugar, ele também compôs a trilha sonora do igualmente cataclísmico Broforce (Multi).

Vale a pena ser um orc

Warhammer 40.000: Shootas, Blood & Teef foge bastante de toda a narrativa fortemente trabalhada da franquia para entregar uma diversão mais simples, sincera e objetiva. Os comandos podem ser um pouco atípicos, mas este é um bom título para curtir principalmente com os amigos.

Prós

  • Estilo visual bacana;
  • Excelente trilha sonora e dublagem dos personagens;
  • Boa variedade de armas e classes;
  • Multiplayer para quatro jogadores.

Contras

  • Telas de loading extremamente demoradas;
  • Queda de performance quando há muitos inimigos na tela;
  • Pode ser um pouco difícil de se acostumar aos controles;
  • É um pouco repetitivo quando jogado sozinho.
Warhammer 40.000: Shootas, Blood & Teef — PC/PS4/PS5/XBO/XSX — Nota: 7.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise feita com cópia digital cedida pela Rogueside

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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