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Análise: Jitsu Squad (Multi) traz adrenalina na dose certa, multiplicada por quatro

Em uma aventura com porradas de sobra, divirta-se sozinho ou com amigos no controle de um time bem peculiar.

A ideia de Jitsu Squad tomou forma no ano passado, após uma campanha de arrecadação bem-sucedida no Kickstarter. O resultado foi o lançamento do beat 'em up para PC no começo de 2022.

Agora chegou a hora de os  donos de consoles se aventurarem pelos ambientes coloridos e abarrotados de referências deste jogo, que oferece uma experiência bem acima da média.

Cheio de ação

É impossível não ficar empolgado com os visuais vibrantes e o clima de desenho animado dominical que Jitsu Squad traz. A história se baseia no grupo formado por Hero, Baby, Jazz e Aros, eles  têm que combater o feiticeiro Origami, que se apossou da Pedra Kusanagi e está usando seus poderes para o mal.

A premissa dá um tom meio clichê à aventura, mas justifica completamente os diferentes locais pelos quais  os heróis passam. Viajamos pelo tempo enfrentando inimigos em barcos piratas, cemitérios, castelos, ruas e desertos. Cada local conta não só com os inimigos oriundos da região, mas também com os capangas de Origami, que aparecem por portais temporais.

É interessante que, mesmo com a tela repleta de inimigos por infinitas vezes, a identidade visual de cada grupo é bem definida, e isso  diminui a confusão que pode ser causada quando  o cenário está mais poluído.

As cores fortes e efeitos chamativos contribuem bastante para o discernimento do jogador durante a ação. Para quem quiser algo mais retrô, é possível utilizar um filtro de tela com scanlines.

Se os visuais são chamativos, a trilha sonora composta por Sebastian Romero também consegue marcar a sua presença de maneira singular. Temas cheios de adrenalina embalam os combates e nos deixam ainda mais ligados ao que acontece a todo momento.

Por fim, o pessoal da Tanuki Creative Studio não poupou esforços para criar algo único, e  também homenagear uma série de personalidades, músicos, franquias virtuais e cinematográficas. Mortal Kombat, Mega Man, Street Fighter, Castlevania e Shadow Dancer foram alguns dos escolhidos. Há também a participação especial de Maximilian Dood, um dos principais criadores de conteúdo para  jogos de luta da atualidade.


Esquadrão afiadíssimo

Como lidar com quatro protagonistas? Bom, há a maneira tradicional, escolhendo  um e zerando o jogo; e tem o jeito Jitsu Squad. Quer jogar sozinho com todo mundo? Sem problemas, com o toque de um botão é possível revezar entre os heróis, e o melhor, sem interromper seus combos. Ou seja, é possível fazer sequências absurdas que ultrapassam os 250 hits utilizando todo o elenco.

Cada membro do time possui sua lista de golpes e movimentos especiais. Hero é o mais balanceado da equipe, Aros tem socos pesados, Baby é a especialista em projéteis e Jazz reveza magias com golpes próximos. 

Os novos movimentos são aprendidos ao coletarmos pergaminhos derrubados pelos inimigos, e é possível emendar todos eles até onde sua imaginação permitir. Para tornar as coisas mais interessantes, é possível aparar (parry) as investidas contra você, independente da direção da qual venha o ataque. Isso te dá um boost de velocidade e força.

Chegou um amigo e ele quer se juntar à você? Sem problemas! Cada um controla dois personagens e a porrada canta em dobro. E claro que é possível jogar com quatro jogadores também, sem problemas. Só que isso é restrito ao cooperativo local, o que é uma pena pois Jitsu Squad seria ideal para uma jogatina em rede.

Entretanto, o número de participantes só pode ser alterado a cada novo jogo. Se começarmos sozinhos, não é possível continuar outro dia acompanhado de um ou mais amigos. É necessário começar de novo e não há slots para vários arquivos. É um só e ponto final.

Outro ponto incômodo é a quantidade de telas de loading que existem até mesmo para mudanças de áreas dentro de um mesmo cenário. O tempo de espera varia, mas algumas são um pouco longas.

Por fim, o jogo não tem uma opção de dificuldade, então veteranos do gênero podem considerá-lo um pouco curto, ainda mais ao jogar  com mais de uma pessoa. Logo, não espere concluí-lo muitas vezes se você não é o tipo de pessoa que gosta de troféus de platina.

Missão cumprida com louvor

Jitsu Squad é simplesmente um produto indicado para quem quer jogar sozinho, acompanhado, quem quer algo divertido e com intensidade na medida certa e sem perder a leveza do bom humor cartunesco. Seus pequenos pecados não são motivos para deixar esse excelente beat 'em up de fora do seu radar.


Prós 

  • Comandos simples e intuitivos;
  • Combos fluidos que podem envolver todos os personagens do elenco revezando;
  • Visuais vibrantes que remetem à desenhos animados;
  • A trilha sonora combina perfeitamente com a ação;
  • Multiplayer local;
  • Referências colocadas de maneira bastante sutil e bem humorada.

Contras

  • Excesso de telas de loading, sendo algumas  um pouco demoradas;
  • Não é possível adicionar um amigo em uma partida já iniciada;
  • Baixo fator replay;
  • Ausência de um multiplayer online.
Jitsu Squad — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX  Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Juliana Piombo dos Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela ININ Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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