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Análise: Lunistice (PC/Switch) traz o charme da era 32-bits em um plataforma 3D acessível, charmoso e extremamente simples

Este título combina o encanto dos jogos antigos com uma jogabilidade fluida e divertida.


Desenvolvido por A Grumpy Fox e publicado pela Deck13, Lunistice é um jogo de plataforma 3D com um estilo gráfico que remete aos clássicos jogos da era 32-bits. Estamos no controle de Hana, uma tanuki que precisará superar os desafios impostos pelos seus sonhos, enquanto tenta chegar ao final das fases o mais rápido possível. 

Uma misteriosa aventura através dos sonhos

Lunistice começa com uma breve cutscene narrada por uma voz misteriosa que explica o contexto da situação. Hana, uma tanuki e a protagonista do jogo, encontra-se deitada em uma espécie de altar prestes a ser submetida a uma espécie de simulação.

Segundo a narração, ela é a única que consegue controlar minimamente o programa, que vem sendo executado há cerca de um ano. Quando os procedimentos estão prontos, mais uma execução da simulação é feita com a tanuki. Não há muita explicação sobre o que está ocorrendo, mas logo entendemos que passaremos pelos sonhos da protagonista.

Após a cutscene, estaremos no controle da tanuki pelas 15 fases disponíveis, que estão espalhadas, espalhadas por sete mundos. A protagonista deve superar desafios de plataformas e alguns inimigos para chegar ao final do estágio no menor tempo possível e obtendo o máximo de colecionáveis possível.



Correndo, pulando e coletando

Lunistice possui uma jogabilidade padrão de jogos de plataforma 3D, principalmente quando lembramos de jogos da era 32-bits, nos quais a aventura se inspira. Os estágios possuem uma estrutura linear com breves segmentos alternativos que servem apenas para coletar os itens espalhados pela fase.

A coleta desses itens é opcional e sua única função é avaliar o desempenho do jogador ao final de cada fase. No entanto, procurar todos é uma tarefa desafiadora e gratificante, principalmente por proporcionar uma dificuldade a mais em um jogo extremamente simples. O lado ruim é que, devido ao level design confuso em algumas fases, é fácil se perder e ficar desorientado em relação à progressão do estágio.




Esse problema afeta um pouco a dinâmica proposta por Lunistice. A ideia do jogo é ser uma aventura de plataforma simples e ágil e isso se reflete nas poucas ações possíveis — um botão para salto e outro para ataque — , na forma que a protagonista se movimenta e em elementos dispostos pelo cenário. Os inimigos, pouco variados por sinal, são apenas um detalhe no desafio, visto que são derrotados com apenas um ataque.

A protagonista se movimenta velozmente, ao melhor estilo “corrida do Naruto”, enquanto as fases possuem elementos que a auxiliam a manter a correria, como trechos que lhe dão um boost na velocidade e a possibilidade de deslizar em trilhos flutuantes. A protagonista pode ser golpeada até três vezes antes de resetar sua corrida no último checkpoint que ativamos ao longo do percurso. O mesmo ocorre quando erramos um salto e caímos no vazio presente embaixo das fases. 



Para jogar várias e várias vezes

Por conta de sua proposta, Lunistice funciona como um verdadeiro paraíso para speedrunners. Todas as fases possuem um contador de tempo e se desafiar é prazeroso justamente pela jogabilidade simples e fluida. Senti falta, no entanto, de um leaderboard mundial com o registro de todos que já concluíram a fase. Seria uma adição interessante ao uma ferramenta de comparação de tempo entre todos os jogadores.




Ao finalizar o jogo com Hana, passamos a ter a possibilidade de jogar com dois novos personagens: Toree, um pássaro que não consegue atacar, morre com um hit e corre mais rápido que a protagonista e Toukie, uma ave que não pula tão alto quanto Hana, mas pode bater asas três vezes antes de cair e ataca os inimigos mais rapidamente. A diferença desses personagens na gameplay é muito significativa, justificando o fator de rejogabilidade, além de permitir um melhor aproveitamento do jogo.

Durante a minha jogatina, presenciei apenas alguns bugs no áudio que faziam a música da fase sumir. Contudo, vale ressaltar que, enquanto escrevo esta análise, o jogo recebeu atualizações que consertaram esse problema, além de promover outras melhorias pedidas pela comunidade.



Com o charme dos jogos antigos

Lunistice é uma obra cativante que se destaca pelos seus gráficos chamativos e coloridos e pela jogabilidade simples e dinâmica. Apesar de algumas fases possuírem um design confuso, a aventura, no geral, é bem satisfatória e divertida. Mesmo não sendo brilhante, Lunistice é uma ótima opção aos saudosistas da era 32-bits e speedrunners

Prós

  • Sua jogabilidade é simples e acessível;
  • Os gráficos em 32-bits são charmosos e bem coloridos;
  • A estrutura das fases permite uma aventura dinâmica e divertida, além de ser um bom atrativo para speedrunners;
  • Os três personagens disponíveis possuem características distintas o suficiente para justificar o fator de rejogabilidade;

Contras

  • Algumas fases possuem o level design confuso;
  • Pouquíssima variedade de inimigos;
  • Ausência de placar geral de tempo para cada estágio;
  • Bugs no áudio que deixavam o jogo sem som.
Lunistice — PC/Switch — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Juliana Paiva Zapparoli
Análise feita com cópia digital cedida pela Deck13


É engenheiro geólogo, graduando em Engenharia Ambiental, entusiasta de novas tecnologias e apenas mais um mineiro que não vive sem café e pão de queijo. Gosta de aproveitar o tempo apreciando RPGs, relaxando em simuladores de fazenda e curtindo uma boa música em jogos de ritmo.
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