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Análise: Tad the Lost Explorer (Multi) é uma aventura que fica melhor nas telonas

Baseado no terceiro longa da franquia As Aventuras de Tadeo, o jogo traz uma experiência fraca e perde a chance de ser um bom título de plataforma.

Tadeo Jones é um cara simples, que vivia uma vida pacata em Chicago, mesmo com seus sonhos aventureiros à la Indiana Jones. Claro que o sonho dele seria realizado da maneira mais acidental possível e, assim, nasceu a franquia cinematográfica As Aventuras de Tadeo (Tad, em inglês).

Após o sucesso do segundo filme, de 2017, que se tornou uma das animações de maior sucesso da indústria cinematográfica espanhola, claro que a sequência viria acompanhada de um jogo. Assim surgiu Tad the Lost Explorer baseado nos eventos do terceiro filme, As Aventuras de Tadeo e a Tábua da Esmeralda.

Tadinho do Tad

Vamos deixar claro que, como o foco deste jogo é o público infantil, já era de se esperar um tom mais leve de desafios e puzzles, além de jogabilidade mais simples. Entretanto, a aventura tem diversos momentos de falhas crassas na experiência oferecida.

Nosso herói conta com o básico para a exploração: ele salta, nada, interage com objetos e alavancas, se pendura em vinhas e conta com uma tocha para acender piras e uma galinha de borracha para se defender.

Visitamos quatro lugares do planeta na nossa jornada em busca de relíquias: Veracruz, Chicago, Paris e Egito. Todas elas mantêm a mesma estrutura, que é começar em um nível tridimensional que dá acesso a uma segunda área aberta, na qual resolvemos quebra-cabeças, buscamos colecionáveis e abrimos caminhos para outros labirintos, esses em perspectiva 2D e com um tesouro no final, no melhor estilo plataforma.

Essa organização até funciona bem para apresentar a história do filme, mas a parte de ter um nível que introduz a área aberta, mesmo que curtinho, torna o andamento do jogo arrastado. Já seria de bom tamanho começar na área aberta e seguir só para os labirintos.

Outro ponto que causa confusão são os pincéis que devem ser coletados pelo caminho. Eles são contados por porcentagem, então não dá para saber quantos faltam para a conclusão. Além disso, reiniciar o jogo faz com que alguns deles reapareçam normalmente para pegarmos novamente, mas não alteram a porcentagem sinalizada na tela. O mapa, que deveria ajudar o jogador, não é lá muito útil e poderia pelo menos mostrar a localização dos itens após a conclusão da narrativa da área.

A câmera também consegue dar uma dor de cabeça, pois ela é 100% livre, então a cada setor que percorremos, com exceção dos labirintos bidimensionais, temos que fazer um ajuste frequente no ponto de vista para não ficarmos presos em um ponto cego.

Por fim, há diversos momentos em que os comandos, além de serem meio lentos, não respondem da maneira que deveriam, principalmente o pulo, que é o principal. Logo, não se assuste se algum salto sair mais curto do que deveria e você cair em um abismo ou buraco com espinhos.

Hablando à força

Além dos problemas de jogabilidade, Tad the Lost Explorer tem outras questões bastante controversas que, apesar de não atrapalharem o andamento de fato, conseguem irritar jogadores que estão mais atentos aos detalhes.

Eu testei a versão de PS4, que faz uso dos alto-falantes do DualShock 4 para dar ênfase em alguns momentos, como os gritos de Tad quando ele se espeta ou quando ele anda na grama. Acontece que, em diversos momentos, o barulho da grama continua, mesmo quando paramos de andar, inclusive com o jogo pausado. Isso só é resolvido encerrando e abrindo tudo de novo.

Outro problema foi referente ao idioma, que mesmo corrigido com um patch, persistiu por praticamente toda a minha análise e vale a citação. Como se trata de uma animação europeia, era possível escolher entre inglês, espanhol, italiano, holandês, francês e português de Portugal. Entretanto, independente do escolhido, o sistema persistiu em deixar metade do texto em espanhol, fazendo uma salada na tela, entre os balões de fala e os quadros de informações.

No aspecto visual, não há nenhum primor que destaque os cenários, apesar de serem bem fiéis à animação. Entretanto, também não é difícil aparecerem algumas quebras de polígonos, que fazem o pobre Tad ficar preso em cantos nos quais ele nem deveria entrar. Pelo menos bastam alguns pulos para escapar, então não chega a ser algo muito grave.

Muito legal… no cinema

Tad the Lost Explorer vem cheio de boas intenções e baseado em uma animação divertida, só que os seus problemas técnicos o tornam um título bem fraco em meio a tantas outras opções inspiradas em desenhos e filmes. Não chega a ser horroroso, mas pense duas vezes antes de iniciar esta exploração, atrapalhada que nem o protagonista.

Prós

  • Desafio leve para o público infantil;
  • Bom humor característico da franquia;
  • Boa retratação do filme em si;
  • Usar uma galinha de borracha como bumerangue.

Contras

  • O andamento é um pouco arrastado com o tanto de segmentações em cada local;
  • Quebras de polígonos em locais específicos;
  • Câmera tem que ser ajustada a todo momento;
  • Controles não respondem bem;
  • Escolha do idioma sempre travava no espanhol;
  • Problemas de travamento nos efeitos sonoros emitidos pelo controle.
Tad the Lost Explorer — PC/PS4/PS5/Switch — Nota: 5.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela Gammera Nest 

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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