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Análise: Chenso Club (Multi) — combatendo o mal e fugindo dos paparazzi

Venha exterminar forças alienígenas com um dos grupos de heroínas mais populares das redes sociais.

O mal nunca descansa e, em alguns casos, saná-lo fica a cargo de grupos improváveis. Em Chenso Club, cinco garotas têm que combater um nefasto vilão, mas sempre de olho nas redes sociais, pois ter um fã-clube engajado também importa.

O Clube das Cinco

Blue é uma garota-androide com mãos de motosserra que está na linha de frente do combate à invasão alienígena. Suas ações começaram a chamar a atenção da população, que criou um grupo de seguidores fiel para a heroína. Assim nasceu o Chenso Club.

Ela deve percorrer diferentes áreas, combatendo inimigos e derrotando chefes. Os locais são: Castelo, Biolaboratório, Torre do Relógio, Montanha Gelada e Cidade em Chamas. O jogo tem um sistema roguelike misturado com deslocamento plataforma, então o padrão de salas muda a cada partida, mas mantendo um ritmo acelerado de ação. E só podemos avançar após liquidarmos cada criatura presente.

Ao concluirmos as cinco áreas pela primeira vez, podemos continuar no ciclo de progressão, onde os locais se repetem com oponentes mais fortes e com recompensas melhores; ou podemos nos dirigir para o desafio final. Além disso, na primeira partida, cada local concluído libera uma nova companheira para Blue.

Carmine possui um martelo que lhe confere força e habilidade defensiva sem igual; Plum é uma bruxa que consegue planar no ar por mais tempo que suas amigas e conta com poderes místicos; Alice é uma expedicionária que trabalha nas áreas geladas e a mais veloz do grupo, mas a que recebe mais dano; Molly é uma bombeira que ataca com bolhas e sempre precisa recarregar sua bomba a cada leva de ataques.

Por mais que a diferenciação se dê só com base em três atributos — velocidade, ataque e defesa —, as nuances entre elas são gritantes, o que nos leva a escolher uma favorita sempre. Infelizmente não é possível selecionar qual delas queremos usar entre cada área. A escolhida no começo deve permanecer até o triunfo — ou fracasso — da missão.

No meio do caminho encontramos pessoas que nos desafiam, em troca de nos dar algum bônus, seja o zelador pedindo ajuda na limpeza, seja uma das irmãs videntes aumentando os perigos com a introdução de algum obstáculo. Fora isso, podemos conseguir melhorias nas lojinhas que aparecem pelo caminho, mas elas têm um preço bem salgado: nossa força vital.

Sim, a moeda do jogo também é a nossa vida. Se estivermos confiantes nas nossas habilidades, podemos abrir mão de alguns pontos de vida para ter mais força, velocidade, armadura e até o auxílio de escudos e robôs que cobrem nossa retaguarda.

Entretanto, é nesse aspecto que está o principal defeito de Chenso Club. Com as personagens mais ligeiras, perdemos o controle em alguns momentos de avanço, o que resulta na perda de pontos de vida ao colidirmos com algum alien ou extremidade da tela. Se ficamos com as mais lentas, as fases que têm progressão vertical ascendente se tornam bem mais penosas, e isso inclui o desafio final, que requer uma precisão bem afiada.

Some isso à curva de dificuldade, que dá um belo salto quando começamos a cruzar a sequência de áreas da segunda para a terceira vez, e aqueles que não estiverem com os reflexos em dia irão sofrer um pouco.

Colorido, fofinho e mortal

Com sua temática baseada em quadrinhos, Chenso Club consegue estabelecer uma excelente idade visual. As heroínas são carismáticas, mesmo sem ter vozes. Já as áreas de jogo possuem criaturas que seguem o mesmo padrão do ambiente. Logo, temos bonecos de neve mortais na Montanha Gelada e aliens com armaduras medievais no Castelo.

O clima é tão alegre que consegue nos inserir perfeitamente na vibe do jogo, de uma aventura enérgica e cheia de ação. Para combinar, e dar contexto do que está acontecendo, entre cada fase há algumas animações em formato de páginas de HQ, com falas corridas. A trilha sonora não faz questão de ser algo de destaque, servindo mais de apoio para todo o frenesi da tela e cumprindo muito bem esse papel.

Entre para o clubinho!

Chenso Club pode até enganar pelas suas cores fortes e protagonistas cartunizadas, mas é um desafio muito bem elaborado para quem gosta de sofrer com roguelikes bem estruturados, mesmo com o ritmo galopante crescente da dificuldade. Só precisa de uns ajustes na jogabilidade para ficar perfeito.

Prós

  • As diferenças entre as personagens são muito bem destacadas;
  • Ótima estilo e identidade visual;
  • As fases não são longas, o que é ótimo para um roguelike.

Contras

  • Em algumas situações, os comandos podem ser imprecisos;
  • Não seria ruim poder trocar de personagem entre fases;
  • A dificuldade escala muito rápido e isso pode ser um problema para os menos experientes.
Chenso Club — PC/PS4/Switch/XBO — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Ives Boitano
Análise feita com cópia digital cedida pela Curve Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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