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Análise: Gigapocalypse (Multi) te deixa criar o seu próprio monstro destruidor de cidades

Dê amor e carinho para uma criatura que irá distorcer a realidade e tocar o terror em diversas eras.

Para quem sempre quis uma mistura entre dizimar uma cidade com uma criatura gigante e cuidar de um bichinho, Gigapocalypse vem para juntar o melhor desses dois mundos, onde podemos criar nosso próprio destruidor de lares.

Marcha da destruição 

Logo de início podemos escolher entre nove monstros distintos: três criaturas primitivas, três bestas intergalácticas e três deuses anciãos. As diferenças entre eles são inúmeras, mas o objetivo é o mesmo, que é aniquilar diversos lugares em momentos separados da história.

A cada um destes seres gigantescos é atribuído um nível de dificuldade diferente entre os três selecionáveis. Isso afeta na agressividade das forças de resistência, que tentarão te derrubar. Por fim, todos eles têm sua tela de cuidados, onde os encontramos em sua fase bebê.

Quando eles estão nesse estado, podemos alimentá-los, dar carinho, limpar sua sujeira, melhorar suas habilidades e até comprar skins, que concedem algumas vantagens, como recarga mais rápida de especial ou raios auxiliares.

Por fim, cada uma das criaturas possui uma maneira diferente de lidar com seus power-ups e itens de recarga. Isso influencia diretamente em como o jogador irá administrar a distribuição dos pontos de habilidade, seja para uma destruição massiva, seja para uma abordagem mais lenta e resistente.

Com todas essas características únicas, o jogo deve render muitas horas de diversão, certo? Na verdade não exatamente. Tirando as diferenças citadas acima, tudo se desenrola da mesmíssima maneira: entre em uma realidade, destrua tudo até chegar no chefe ou até acabarem com seus pontos de vida e te transformarem em um bebê novamente.

Nem mesmo o fato de existirem trios diferentes altera os tipos de fases que eles precisam cruzar, então a repetição é inevitável e imediata. Entretanto, existem dois fatores que contribuem para que tudo não se torne tão monótono.

O primeiro é que à medida que melhoramos nossas habilidades e equipamentos, repetir fases se torna muito mais rápido e dinâmico, fazendo com que ela dure poucos minutos e seja até engraçado ver tudo explodindo sob o ataque de bolas de fogo e tempestades de rochas.

O segundo são as lutas contra os chefes que te submetem a coisas totalmente aleatórias. Você está lá, brigando contra um robô gigante ou um trem armado e do nada tem que resolver uma equação matemática ou combinar símbolos de um quebra-cabeça. Não chega a ser tão desafiador, mas o tom cômico desses confrontos é uma boa sacada.

Até o botão afundar

Com todos os aspectos citados acima, é de se esperar Gigapocalypse fosse jogo frenético e com diversos comandos, mas infelizmente é aí que ele falha. Sua mecânica lembra muito a de um jogo para celular, por ser simples demais.

O nosso monstrengo anda automaticamente pela tela e a nós só cabe a tarefa de apertar os dois botões de ataque, um para o laser e outro para um golpe curto, mais recomendado para destruir prédios e obstáculos. O analógico esquerdo funciona como mira, logo, nossos raios vão para onde ele aponta. À medida que a ação desenrola, devemos aumentar o ritmo com o qual apertamos os botões, ao ponto de darmos uma surra no controle, literalmente.

As habilidades que eu citei acima só podem ser acionadas se colocamos o cursor sobre a desejada, o que demonstra um mau uso dos demais botões. Até podemos remapear os comandos, mas isso bizarramente afeta até os menus, pois somente os dois escolhidos irão funcionar.

Um último detalhe é que, caso você precise pausar o jogo para ir ao banheiro ou fazer um lanche, a parte sonora simplesmente sumirá, só retornando se a fase for reiniciada. Pelo menos o visual colorido e caricato dos monstros e cidades torna tudo bastante divertido e engraçado, com destaque mais uma vez para os inimigos e chefes, que sempre combinam com as temáticas do ambiente, que variam entre espacial, medieval, velho oeste, entre outras.

Prazer culposo

Gigapocalypse é um daqueles jogos que você vai achar simples demais e até meio bobo, mas que vai te conquistar aos poucos, seja pelo bom humor, seja pela destruição desenfreada. Infelizmente, o fato dele exigir demais dos botões te fará pensar bastante se vale a pena investir uma tarde toda nisso.

Prós

  • Diversos monstros com características únicas;
  • Boa dose de humor;
  • É fácil de subir o nível da sua criatura e conseguir as habilidades;
  • O estilo visual é bem charmoso.

Contras

  • Uso excessivo dos mesmos dois botões;
  • Remapear comandos afeta até os menus
  • A música e os efeitos sonoros somem em caso de inatividade;
  • Todos os monstros percorrem os mesmos níveis;
  • A repetitividade depois de um tempo é inevitável.
Gigapocalypse — PC/PS4/PS5/Switch/XBO/XSX — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Thais Santos
Análise feita com cópia digital cedida pela Headup Games

é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
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