Blast Test

Impressões: Ember Knights (PC) combina hack 'n' slash e roguelite em uma experiência ágil

Este título indie acerta ao se concentrar em executar bem algumas poucas ideias.


Em Ember Knights, guerreiros flamejantes exploram universos distorcidos para tentar salvar o seu próprio mundo. A aventura hack and slash tem ritmo acelerado e muitas técnicas e habilidades para experimentar, além de elementos de roguelite para trazer diversidade às partidas. Lançado em Acesso Antecipado, o jogo já agrada com seu visual pixel art caprichado e boas mecânicas, mas ainda precisa receber conteúdo para ficar interessante.

Acompanhando heróis feitos de fogo para impedir um feiticeiro malévolo

O mundo de Nexus mantém o equilíbrio com o poder da Ember Tree, uma árvore cujas folhas são feitas de chamas azuis. No entanto, a paz é ameaçada quando um feiticeiro maligno chamado Praxis rouba para si a força vital da árvore a fim de criar um universo só para si. Nexus está à beira do colapso, mas ainda há esperança: um guardião chamado Esper usa o pouco poder que resta na Ember Tree para conjurar os Ember Knights, guerreiros flamejantes que são capazes de enfrentar o feiticeiro sombrio.


No controle de um dos heróis, desbravamos universos corrompidos repletos de inimigos e perigos em uma aventura de ação no estilo hack and slash. Em cada sala, o objetivo é derrotar todos os monstros para liberar a saída. Para isso, os personagens usam espadas ou flechas, em conjunto com habilidades especiais. Para escapar dos perigos, os guerreiros flamejantes podem executar um movimento de esquiva.

Pelo caminho, fortalecemos nossos personagens de diversas maneiras. Habilidades especiais expandem as opções na hora do combate, como uma imensa bomba, ciclones que arrastam inimigos, flechas mágicas teleguiadas ou uma onda congelante. Já as relíquias conferem características únicas, como criar uma poça de veneno ao executar uma técnica ou refletir parte do dano recebido. Com um pouco de estratégia, é possível criar sinergias poderosas.


Ember Knights é um roguelite, o que significa vários recursos para deixar as partidas distintas. Fora os mapas com rotas diferentes, as habilidades e relíquias também variam a cada tentativa. Ser derrotado significa recomeçar desde o início, mas é possível usar itens para desbloquear permanentemente habilidades passivas, novas armas e técnicas inéditas. Por causa disso, a morte é pouco punitiva, afinal isso significa liberar novas possibilidades.

Misturando poderes para enfrentar os desafios

O cenário indie, nos últimos anos, foi tomado por inúmeros roguelites de ação, muitos com ideias mirabolantes que nem sempre funcionam na prática. Ember Knights, por outro lado, propõe uma aventura mais direta inspirada em clássicos da era 16 bits e, felizmente, esse é o seu maior trunfo.

O combate frenético é a minha característica preferida no jogo. Os guerreiros flamejantes são bastante ágeis e é bem fácil desferir sequências de ataques intercaladas com esquivas. É essencial ter domínio dos movimentos, pois as coisas ficam complicadas rapidamente: boa parte das arenas têm muitos inimigos distintos que nos forçam a nos movimentar constantemente para sobreviver. A ação fica ainda mais intensa no multiplayer, que comporta até quatro jogadores tanto localmente quanto online.


As técnicas especiais e relíquias deixam as partidas ainda mais interessantes e estratégicas, e me diverti tentando montar combinações. Em uma tentativa, usei um chakram que rebatia pelos inimigos em conjunto com um amuleto de veneno para deixar vários oponentes com estados negativos. Em outra partida, consegui desferir golpes poderosos com uma relíquia que aumentava o meu ataque ao esquivar no último segundo. Um anel que me curava ao derrotar oponentes congelados, utilizado junto de um feitiço que lançava uma onda de gelo, foi bastante útil para manter a minha vida alta.

Fora isso, as várias características desbloqueáveis me fizeram continuar jogando. Há boa variedade de habilidades passivas, que são divididas em diferentes categorias intercambiáveis. Já as novas técnicas especiais aumentavam as opções estratégicas dos combates. Há também armas principais distintas que mudam sensivelmente o ritmo de jogo: a espada é poderosa, mas exige chegar perto; o arco e flecha é uma boa opção para atacar de longe e recarregar habilidades rapidamente ao custo de menos força.



Belo, mas limitado

Ember Knights foi lançado em Acesso Antecipado, e sua base é sólida e já funciona bem, porém ainda precisa melhorar. O principal problema do jogo no momento está no conteúdo: há pouco para ver, bastando umas três horas para explorar a maioria das possibilidades. Além disso, às vezes as batalhas e mapas ficam um pouco repetitivos, pois a variedade de inimigos e situações é limitada.


Isso já é esperado, afinal é uma versão inicial que será incrementada com o passar do tempo, por mais que outros títulos disponibilizados nesse formato consigam oferecer mais conteúdo mesmo no lançamento. O potencial está claro e torço muito para que novos poderes e tipos de inimigos sejam incluídos no futuro.

Fora isso, o grau de polimento já agrada. O visual em pixel art é vibrante e elaborado, a música consegue complementar o tom de aventura e há até mesmo um pouco de desenvolvimento de história. Encontrei um único bug (um travamento em uma tela de carregamento ao começar uma nova partida logo após ser derrotado), mas, fora isso, o desempenho está ótimo.



Uma ótima aventura ainda em construção

Ember Knights envolve com seus combates frenéticos e sua jogabilidade precisa. O maior destaque está na boa variedade de técnicas e habilidades que, quando combinadas entre si, permitem criar sinergias interessantes. Além disso, é difícil não apreciar o ótimo visual pixel art e o ágil ciclo de jogo com aspectos de roguelite. No lançamento em Acesso Antecipado, o conteúdo é bem limitado, porém o futuro parece ser promissor. No mais, Ember Knights é um indie de ação em que vale a pena ficar de olho.

Revisão: Ives Boitano
Texto de impressões produzido com cópia digital cedida por Asmodee Digital

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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