Análise: Halo Infinite (Multi) é um deslumbrante mundo aberto repleto de possibilidades

“Se você soubesse como vai morrer, viveria sua vida de forma diferente?”

em 20/01/2022

Halo Infinite
é um jogo de tiro de ficção futurista em primeira pessoa, em que acompanhamos o super soldado Master Chief, em sua luta para salvar a humanidade de facções alienígenas que pretendem exterminá-la. Neste episódio, acompanhamos o spartan e sua nova companheira em sua missão de livrar o Zeta Halo dos Banidos e descobrir o destino de Cortana.

Halo compõe, junto com Gears of War e Forza, a Santíssima Trindade do Xbox, as franquias mais importantes e amadas da plataforma. Não é para menos que a ansiedade por este jogo esteja tão alta, especialmente após seis anos de espera desde Halo 5 (XBO/PC) com um adiamento de um ano, necessário para aprimorar o jogo.
A espera valeu a pena, os visuais estão lindos!
Essa análise abordará o modo Campanha, já que o Multiplayer, disponível desde novembro de 2021, é um universo à parte, com sua própria jogabilidade e características.

É o suficiente

A campanha é extremamente emocionante e já começa chocando o jogador com uma cena inimaginável: Master Chief sendo derrotado pelo vilão Atriox, que o lança para a morte no espaço, enquanto a voz de Cortana sussurra: “Se você soubesse como vai morrer, viveria sua vida de forma diferente?”.

A nave em que o Spartan está, a maior proeza bélica da humanidade, é destroçada em minutos pelos Banidos, uma facção de mercenários dissidentes do império Covenant, que abrange indivíduos de diversas espécies que abandonaram suas crenças religiosas. Chief aciona o modo de sobrevivência da armadura e vaga durante seis meses no espaço, até ser resgatado pelo piloto Echo-216.
Começamos o jogo tomando um pau de Atriox.
Recém revivido de sua quase morte, Master Chief é informado que as tropas humanas foram derrotadas durante os meses que se passaram. Sem se intimidar, o protagonista parte para enfrentar os inimigos que ameaçam capturar a nave que o resgatou. Echo-216 pergunta como Chief enfrentará um Exército inteiro armado com uma pistola e uma única bala, ao que o spartan responde "é o suficiente".

Nesta dramática aventura, Master Chief precisa recuperar a inteligência artificial conhecida como "Arma", descobrir o que aconteceu com Cortana, e desvendar os segredos do misterioso e parcialmente destruído Zeta Halo.

O lore dessa saga é imenso, e não seria possível fazer aqui um resumo desse vasto universo. Caso você nunca tenha jogado algum título de Halo, não se preocupe: Infinite foi desenvolvido tendo em mente jogadores novatos, bem como veteranos na franquia. Para isso, a escolha criativa foi focar a história em seu protagonista, Master Chief, e seu complexo relacionamento com sua antiga IA, Cortana, e sua nova companheira, a “Arma”. 
Master Chief e Arma.
Obviamente, jogadores de longa data apreciarão mais a história, com momentos tocantes que fazem referências a acontecimentos passados, mas o roteiro de Infinite é bom o suficiente para apresentar elementos para que você aprecie e se envolva com a trama, ainda que este seja seu primeiro Halo.

Get Over Here!

As duas principais novidades em Infinite são a exploração de mundo aberto em sandbox e o sensacional lança-arpel, uma maravilhosa adição ao arsenal do spartan, familiar para quem já jogou as séries Just Cause (Multi) ou Titanfall (Multi), com mecânicas que incrementam absurdamente as possibilidades de jogo, de um modo nunca antes visto.

O arpel pode ser utilizado para deslocamentos pelo cenário, e acrescenta mais verticalidade ao gameplay. Com ele, você pode explorar lugares inacessíveis, puxar armas e bobinas explosivas à distância, usá-lo ofensivamente para prender-se em inimigos e se arremessar sobre eles, atacando com um golpe corpo-a-corpo ou um tiro à queima-roupa. O arpel também pode ser usado defensivamente em fugas, salvando sua vida ao escapar rapidamente quando seus escudos regenerativos estiverem baixos, além de poder ser usado para roubar veículos inimigos, mesmo voadores, no melhor estilo GTA.
Arpel, uma novidade muito versátil.
O mundo aberto é outra grande adição de Infinite, oferecendo diversas atividades além da campanha principal, que podem ser exploradas em qualquer ordem. Embora a campanha siga missões em um roteiro linear, é possível navegar livremente no mapa para completar pequenos eventos, como resgatar soldados da UNSC que foram aprisionados, recuperar bases operacionais (FOBs) sob domínio inimigo, derrotar oponentes especiais, destruir torres de propaganda, etc. Cada objetivo conquistado rende recompensas úteis, como desbloquear novas armas para usar nas bases, ou conseguir soldados aliados que lhe ajudarão nos combates.

Eu recomendo fortemente que, antes de seguir a campanha principal, você se dedique a conquistar todas as bases operacionais. Uma vez conquistadas, as bases fornecerão um ponto de reabastecimento de armas e veículos, marcarão no mapa as áreas de interesse próximas, além de fornecerem um ponto de viagem rápida para deslocamento instantâneo a longas distâncias.
Muitas atividades para explorar, na ordem que você quiser.
Infinite é simplesmente excelente naquilo que faz a série Halo marcante. Os combates são intensos, é uma delícia experimentar diferentes armas, os combates contra chefes estão super divertidos. Eu senti que Infinite tem a jogabilidade mais próxima aos clássicos da Bungie, e considero-o o melhor título desenvolvido pela 343 para a série. 

Uma ausência que senti, porém, foi a do multiplayer cooperativo, que até a data de elaboração desta análise ainda não estava disponível. A desenvolvedora prometeu a implementação desta funcionalidade para os próximos meses, mas é uma pena que o coop, uma das marcas registradas de Halo, não esteja presente desde seu lançamento.

Uma física singular

Aqueles que não conhecem Halo podem estranhar a física do jogo. Master Chief pode cair de qualquer altura sem se machucar, dá saltos “impossíveis” para um ser humano, os tiros parecem pegar os alvos muito facilmente e os objetos parecem mais leves do que deveriam ser.

Para esclarecer, Chief é um humano geneticamente modificado para ter resistência e força absurdas, além de que o local onde se passa o jogo tem gravidade muito diferente da Terra. Trajes e veículos possuem inteligências artificiais e dispositivos antigravidade. Halo é desenhado para ser um jogo de tiro divertido, acessível, então os tiros entram mais facilmente do que em um FPS tradicional.
Pode apostar que vim!
O jogo mescla cenários em campo aberto e construções alienígenas, que são imponentes e belos. Certamente você vai gastar muita memória tirando dúzias de prints bonitas. O ambiente aberto alterna ciclos noturno e diurno, embora a variação de biomas não seja muito grande: encontramos montanhas e regiões com vegetação, mas não há desertos ou áreas com neve, por exemplo.

Os veículos são parte importante da jogabilidade, especialmente no mundo aberto de Infinite. Existem diversos modelos, humanos e alienígenas, disponíveis ao longo da campanha. Embora sejam, em tese, um bom auxílio para deslocamento a grandes distâncias, alguns desses veículos têm a manobrabilidade bem complicada. É comum que fiquem de ponta cabeça ao menor solavanco, ou ficam entalados em posições em que não conseguem fazer uma simples curva. 
Manobras radicais.
Alguns deles, porém, fazem toda a diferença em uma batalha campal. É espetacular entrar em um campo inimigo usando um tanque Scorpion e explodir geral, entrar com um Warthog cheio de aliados, ou usar um dos veículos voadores para acessar as partes mais altas do mapa e atacar com saraivadas rasantes. 

Arsenal

Trocar de armas constantemente faz parte da jogabilidade de Halo. A munição é relativamente escassa, mas podemos simplesmente tomar as armas dos inimigos derrotados, ou coletá-las nos abundantes armários de armas espalhados em todo lugar, inclusive nas bases que você resgatou. Master Chief pode carregar até dois armamentos diferentes simultaneamente, que podem ser alternados rapidamente durante o combate. 

A campanha oferece diversos modelos de arma, cada qual com seus pontos fortes e fracos. Saber usar a munição certa contra cada inimigo é algo bem importante. Por exemplo, armas cinéticas (fabricadas pelos humanos) causam mais dano, enquanto armas de plasma alienígenas são melhores para degradar escudos. Uma novidade em Infinite é que agora as armas Covenant podem ser resfriadas a qualquer momento.
Acabou a munição? Tome as armas dos inimigos!
Armas elétricas paralisam oponentes e causam danos em veículos, enquanto armas de luz sólida são fortes para fritar escudos ou inimigos desprotegidos. Por fim, existem equipamentos com munição do tipo “poderosa”, que causam dano massivo, mas têm pouca munição.

O detalhamento de cada arma é incrível, não só pela aparência realisticamente suja e desgastada, mas pelo som e pelo feedback que ela dá nos controles. É possível avaliar a quantidade de munição restante pelo barulho do pente, e saber se o tiro veio de um ambiente fechado ou aberto pela maneira que o som reverbera. Nas cenas em que a Arma fala dentro de seu capacete, se você estiver usando fones de ouvido multicanal, você realmente terá a sensação que a voz está dentro de sua cabeça. Obviamente, é possível localizar inimigos através da direção da sua voz ou dos disparos.
Na cara não!
As forças inimigas são compostas por diversas espécies de alienígenas. Temos os Grunts, pequenos e mais fracos, normalmente andam em grupo com unidades mais fortes. Os Jackals, muito ágeis, normalmente equipados com escudos ou armas de longo alcance, são extremamente irritantes; os Elites, raça extremamente hábil e forte, que usam um escudo de energia recarregável parecido com aquele usado pelo Chief e muitos possuem um dispositivo de camuflagem; os Hunters, grandalhões encouraçados difíceis de matar; e os Brutes, os principais inimigos em Infinite, grandes, pesados e agressivos. 

Cada espécie usa uma estratégia diferente e é interessante experimentar qual o tipo de ataque mais efetivo contra cada um. Os Jackals, por exemplo, abaixam os escudos quando são atingidos com o arpel. 

É do baralho

Uma curiosidade a respeito de Halo Infinite é que as cópias vendidas em lojas físicas do varejo brasileiro possuem uma versão limitada comemorativa que vem com um baralho temático como brinde.
Depois do videogame, bora jogar um truco?
Eu comprei uma dessas versões, já que queria uma cópia física do jogo. Eu achei a arte das cartas simples demais (e fiquei um pouco decepcionado porque as rainhas não são a Cortana, a Arma ou a Harbinger), mas o baralho é de excelente qualidade, fabricado pela COPAG. Como as cópias que vêm com o baralho não custam mais caro, achei o brinde válido, especialmente por ser exclusivo para o público brasileiro.

O melhor da 343

Halo Infinite é um jogo de tiro divertido e acessível, que traz novidades interessantíssimas ao mesmo tempo em que resgata as melhores tradições da série, trazendo um roteiro emocionante, focado em Master Chief e seu relacionamento com sua nova e simpática companheira, a Arma. Este é, sem dúvida, o melhor Halo feito pela 343, tanto em jogabilidade quanto em visuais, mecânicas e enredo, e um dos mais divertidos de toda a saga, sendo uma recomendação certeira para entusiastas de shooters futuristas.
Descubra os segredos mais profundos de Zeta Halo.

Prós

  • O novo arpel adiciona amplas possibilidades de exploração e combate;
  • Mundo aberto excelente para explorar;
  • Boss fights divertidíssimas;
  • Design de áudio impecável;
  • Roteiro emocionante, focado nos personagens.

Contras

  • A manobrabilidade de alguns veículos deixa a desejar;
  • Menor variedade de biomas;
  • No momento em que essa análise foi produzida, não possui modo cooperativo.
Halo Infinite - XSX/XBO/PC - Nota: 8.5
Versões utilizadas para análise: XSX e PC 
Revisão: Heloísa D'Assumpção Ballaminut
Análise produzida com cópia física adquirida pelo redator
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é engenheiro eletrônico e tem uma filha fofinha que tenta morder os controles do papai. Curte jogos de luta, corrida e ação.
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