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Análise: Nuclear Blaze (PC) é uma ágil e breve aventura 2D de combate ao fogo

Explore uma construção em chamas neste simpático título indie.


Incêndios ferozes e outros perigos esperam um bombeiro em Nuclear Blaze, simpático título indie de ação 2D. Além de extinguir chamas e atravessar desmoronamentos, o protagonista precisa desvendar a origem desse fogo anormal. A experiência é acelerada com seus estágios curtos e ação ágil, porém a simplicidade geral e algumas decisões questionáveis de design impedem que o jogo alcance todo o seu potencial.

Enfrentando um mundo em chamas

Um grupo de bombeiros recebe um chamado para combater um incêndio imenso. Chegando lá, um dos indivíduos se separa de seus companheiros em busca de sobreviventes e acaba encontrando uma estranha instalação que também está em chamas. O bombeiro solitário decide entrar no local em busca de vítimas, porém há mais ali: tudo indica que a origem do incêndio anormalmente extenso está em algum lugar ali dentro.


Nuclear Blaze é dividido em pequenos estágios 2D cujo objetivo é apagar todos os focos de fogo e, assim, abrir a porta para a próxima área. Para combater as chamas, o bombeiro usa uma mangueira, cujo jato pode ser mirado para cima ou para baixo. O tanque de água é limitado e só pode ser recarregado em locais específicos. Sendo assim, precisamos utilizar o líquido com parcimônia. No decorrer da jornada outras habilidades são desbloqueadas, como um movimento de rolar para escapar de perigos.

As primeiras fases são bem simples, exigindo alguns pulos e jatos d’água para serem completadas. No entanto, o desafio cresce aos poucos com áreas cujas portas só abrem com cartões, equipamentos em chamas descontrolados que não podem ser apagados por meios normais e trechos que demandam saltos precisos. O andamento é linear, mas alguns estágios contam com salas escondidas com relatórios que contextualizam a história e gatos a serem resgatados.


A ambientação é construída com gráficos em pixel art elaborados, sendo o destaque os efeitos de iluminação: a intensidade do fogo muda sensivelmente o visual dos estágios. A aventura em si é curta e contida, durando aproximadamente duas horas, e não há extras. O jogo está em português e conta com localização razoável, mas há alguns poucos erros de tradução e adaptação.

A adrenalina e as complicações do fogo

Enfrentar sozinho incêndios é uma atividade perigosa e Nuclear Blaze transforma esse conceito em um jogo interessante. As mecânicas principais são bem diretas e é fácil controlar o bombeiro, que é mais ágil do que parece. Os estágios são curtos e oferecem boa variedade de desafios, com muitos trechos que lembram puzzles de navegação, pois exigem uma série de passos específicos. Minhas fases favoritas foram justamente as que misturavam exploração com pequenos quebra-cabeças.


O bombeiro é bem frágil, bastando ser atingido por qualquer perigo uma única vez para ser derrotado. Para piorar, o fogo se espalha rapidamente, e até mesmo áreas já apagadas podem se inflamar novamente em pouco tempo. Por causa disso, precisamos ter atenção constante, além de apagar as chamas com cuidado. Para mim, esses elementos trouxeram uma sensação constante de tensão, afinal a morte está sempre próxima. Ser derrotado implica em recomeçar a fase desde o início, o que não chega a ser muito frustrante devido à curta duração delas.


O problema do jogo está em sua dificuldade inconsistente e irritante. Alguns dos estágios são complicados pelos motivos errados, como portas que explodem em chamas ao serem abertas (matando o bombeiro no processo), trechos que exigem precisão maior do que a oferecida pelos controles e perigos que aparecem de surpresa. Além disso, alguns desafios são pautados em tentativa e erro, exigindo inúmeras repetições até serem memorizados e superados. Para piorar, muitos desses problemas acontecem justamente em estágios mais longos que não contam com checkpoints — é desagradável demais ter que fazer novamente grandes trechos.

Para mitigar os problemas, Nuclear Blaze oferece muitas opções de ajuste de dificuldade. É possível facilitar a aventura com água infinita, mira automática ou armaduras que absorvem dano. Já aqueles que querem um desafio ainda maior podem ativar um recurso que aumenta a velocidade de propagação do fogo. Há até mesmo um modo dedicado a crianças com estágios e regras diferentes, e muitos helicópteros e caminhões (pois, segundo o desenvolvedor, os pequenos adoram esses veículos).



Combustão brilhante e efêmera

Nuclear Blaze oferece uma interessante aventura de combate ao fogo. É envolvente completar os vários estágios, cujos desafios misturam criativamente ação, puzzle e um pouco de plataforma. Além disso, o jogo conta com ambientação bem trabalhada com visual em pixel art e bons efeitos de iluminação. No entanto, a dificuldade nem sempre é justa e o conteúdo é bem reduzido. No mais, Nuclear Blaze é uma diversão intensa e breve.

Prós

  • Conceito simples explorado em estágios de plataforma e puzzle de ritmo acelerado;
  • Boa diversidade de opções para ajustar a dificuldade;
  • Visual em pixel art agradável.

Contras

  • Muitos momentos focados em tentativa e erro;
  • Dificuldade inconsistente.
Nuclear Blaze — PC — Nota: 7.0
Revisão: Ives Boitano
Análise produzida com cópia digital cedida pela Deepnight Games

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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