Top 10

Metal Gear: os dez momentos mais surpreendentes da saga

Relembre as reviravoltas mais marcantes da saga lendária do espião Solid Snake.



Quando o assunto são jogos com grandes plot twists e muitas quebras de expectativas, com certeza a história da saga Metal Gear não pode ficar de fora. Mesmo com os ocasionais deslizes aqui e ali, a mente genial de Hideo Kojima nunca falhou em surpreender os jogadores com cenas capazes de explodir mentes a cada novo lançamento.

Com isso em mente, reunimos os dez momentos mais surpreendentes da história da franquia. Para a escolha dos indicados levamos em conta apenas os jogos canônicos dentro da cronologia oficial. Ou seja, nada de spin-offs ou versões alternativas dos jogos de MSX. É importante avisar também que essa lista conta com diversos spoilers dos jogos, portanto leia com cuidado.

10 - A televisão bizarra do Kojima (Metal Gear Solid 4)

Imagine que você está em 2008 e acaba de comprar um caríssimo Playstation 3 para jogar a conclusão definitiva da lenda de Solid Snake. Você abre o jogo desesperado para finalmente ver aquele lindo do Otacon em HD e… Metal Gear Solid 4 te recebe com uma sequência de cenas tão bizarras que eu nem sei como descrever aquilo em palavras.

Basicamente você fica alguns minutinhos sendo exposto a uma variedade de canais de TV fictícios que estão transmitindo programas e comerciais bem bizarros em live-action. Qual o sentido disso? Tem algo a ver com a história? Será que eu comprei o jogo errado? Com tantas perguntas vem uma simples resposta: o Kojima simplesmente queria brincar com a capacidade gráfica do PS3. Não faz nenhum sentido, mas é justamente esse tipo de coisa maluca que faz Metal Gear ser tão incrível.

9 - A traição original (Metal Gear)


A primeira missão oficial de Solid Snake lançada para o obscuro computador MSX não foi experienciada pela grande maioria dos fãs, porém isso não quer dizer que o jogo não foi importante. Pelo contrário! O Metal Gear original estabeleceu todos os elementos essenciais que fizeram o resto da franquia ser tão especial, incluindo até mesmo os inesperados plot twists.


Na história, o jovem Solid Snake foi escalado em uma missão de infiltração em Outer Heaven pelo comandante da Foxhound, Big Boss (que na verdade era Venom Snake, mas isso não vem ao caso agora). O enredo era simples como qualquer jogo da época, porém a “verdadeira essência” do que viria a se tornar Metal Gear no futuro começa a desabrochar na segunda metade da aventura quando o até então aliado Big Boss passa a dar dicas bem suspeitas para o jogador.

Depois de transmitir muitas informações erradas para prejudicar o progresso do espião, Big Boss acaba se revelando o verdadeiro vilão do jogo. Na época, isso foi muito surpreendente porque nenhum jogo contava com uma trama de traição tão elaborada e bem executada desse jeito. Foi neste momento que Kojima mostrou ao mundo que Metal Gear não seria apenas um simples joguinho de espionagem e ação.

8 - O homem que vendeu o mundo (Metal Gear Solid V)

Desde seu lançamento em 2015, Metal Gear Solid V (Multi) vem se mostrando um jogo bem polarizado quando o assunto é a qualidade da sua história em relação aos jogos anteriores. Apesar das controvérsias, a revelação bombástica presente no final da narrativa foi tão inesperada e bem executada que acabou invertendo totalmente a maneira como os fãs enxergavam a história de todos os outros jogos antigos.

Quando tudo estava se encaminhando para um clímax sem muitos acontecimentos inesperados, é revelado que na verdade você não estava controlando o lendário Big Boss, mas sim, um médico que passou por lavagem cerebral para passar a acreditar que ele realmente é o verdadeiro Big Boss.

Esse plot twist parece bizarro até demais para os padrões esquizofrênicos de Metal Gear, mas no fim faz bastante sentido em termos de temática e gameplay. Esta última "trollagem" do Kojima no comando da franquia foi tão surpreendente que até hoje movimenta discussões de fãs e teorias sobre o assunto. Pode até ter criado alguns furos, mas acabou sendo a despedida perfeita para uma história imperfeita. E não há nada de ruim com isso!

7 - A vingança de Naomi e a identidade de Miller (Metal Gear Solid)


A especialista em nanomedicina Naomi Hunter era parte da equipe de suporte de Solid Snake durante a lendária missão de infiltração na ilha de Shadow Moses. Com o pretexto de fazer o corpo do espião aguentar o clima extremamente gelado da ilha, Naomi injetou nanomachines especiais no corpo de Snake.

Ao longo do jogo, descobrimos que essas Nanomachines continham um vírus mortal que poderia matar Snake a qualquer momento. Quando abordada, Naomi mostra sinais de remorso e revela que fez isso para vingar seu irmão adotivo, Gray Fox. Ocorrendo no momento mais desesperador do ato final do jogo, essa traição chocou os jogadores, que passaram um bom tempo construindo uma relação de afeição pela médica junto com o próprio Snake nas conversas por codec.

Se não bastasse esse choque, logo em seguida ficamos sabendo que Liquid Snake havia assassinado o conselheiro Miller e estava se passando por ele durante o jogo inteiro! Aliado fiel de Solid Snake e figurinha carimbada nos jogos da franquia, Miller era uma das últimas pessoas que qualquer um suspeitaria, ou seja, um alvo perfeito para Liquid. O clima fica tão tenso nessa parte que nem sequer temos tempo de digerir a morte desse personagem tão icônico... "They played us like a damn fiddle!"

6 - Quem é esse Raiden? (Metal Gear Solid 2)


Depois do enorme sucesso de MGS no PS1, Metal Gear Solid 2 se tornou uma das sequências mais aguardadas da história. Na visão dos fãs, a capacidade gráfica superior do PlayStation 2 seria perfeita para que a figura de Solid Snake brilhasse mais forte do que nunca no mundo dos videogames.

Para a surpresa de todos, o Kojima preferiu brincar com toda essa expectativa generalizada ao seguir uma direção totalmente inesperada no enredo da sequência. Logo após o primeiro ato do jogo, a história retira Snake de cena para dar lugar a um novo protagonista, Raiden, que não chegava nem perto de ter o mesmo carisma.

Absolutamente ninguém esperava por essa mudança repentina, ainda mais porque o marketing inteiro do título estava nas costas do Snake. No final das contas essa “trollagem" acabou se tornando uma grande metáfora para o contexto de manipulação e notícias falsas que a história do jogo pretendia debater. Muita gente odeia MGS2 até hoje por causa disso, porém esse sacrifício definitivamente valeu a pena no final.

5 - Psycho Mantis e a leitura de mentes (Metal Gear Solid)


Esse aqui já é bem famoso no mundo dos videogames, mas sempre vale a pena relembrar. Psycho Mantis é um chefão em Metal Gear Solid que utiliza poderes psíquicos para ler a mente e prever os movimentos de Snake.

Como uma forma de provar a veracidade de seus poderes, o diálogo do chefe foi programado para ler os saves do Memory Card acoplados no PS1. Se você tiver o save de algum jogo da Konami ou outros de uma lista específica, Mantis irá comentar que você andou jogando tais jogos.

A quebra da quarta barreira continua quando o icônico chefe começa a desviar de todos os golpes sob o pretexto de estar lendo os inputs do jogador. A única maneira de atingi-lo nessa hora requer que você mude o controle para a segunda entrada do console, assim “esvaziando a mente” de Snake. Simplesmente genial, Kojima.

4 - Reunião de família (Metal Gear Solid 4)


A conclusão final da lenda do maior soldado do mundo tem o seu ápice durante o aguardado reencontro entre Big Boss e Solid Snake. Frente a frente nos momentos finais de suas sofridas vidas, Snake finalmente pode ter uma conversa franca com seu “pai” em uma das cenas mais emocionantes da saga.

A tensão de não saber o que vai acontecer, a trilha sonora, o lugar onde a conversa ocorre, a revelação de que Big Boss estava vivo… Essa sequência final de diálogos encaixa de maneira satisfatória todos os mistérios e pontas soltas que não ainda haviam sido explicadas. Tudo isso enquanto fazia milhares de marmanjos chorarem pelo trágico final dos dois maiores soldados que o mundo dos jogos já viu.

3 - O verdadeiro patriotismo da The Boss (Metal Gear Solid 3: Snake Eater)


A história de origem do lendário soldado Big Boss em Metal Gear Solid 3 introduziu o grande estopim para basicamente todos os acontecimentos posteriores na cronologia da saga.

Tudo começa quando a heroína de guerra, The Boss trai os Estados Unidos e põe em risco a explosão da guerra fria durante os acontecimentos da "Virtuous Mission". Conhecido na época pelo codinome de Naked Snake, Big Boss foi selecionado para matar a sua ex-mentora e impedir uma possível catástrofe nuclear.

Momentos antes de finalmente completar sua missão, Big Boss fica sabendo da triste verdade por trás da traição de The Boss. Tudo que ela havia feito até então tinha sido um ato de sacrifício para ajudar o lado dos Estados Unidos, impedir a guerra e finalmente morrer pelas mãos de Big Boss, que assumiria o posto de herói nacional responsável por evitar a guerra. Manipulado pelo governo em um jogo de interesses egoístas, Big Boss mata sua mentora à contragosto em um trágico embate final que passaria a assombrá-lo até os últimos segundos de sua vida. 

2 - O agente quíntuplo, Revolver Ocelot


Uma verdadeira caixinha de surpresas, Revolver Ocelot é responsável pelas reviravoltas mais loucas de toda a saga. É sempre no momento que o enredo parece estar caminhando para uma direção previsível que o pistoleiro russo se revela um agente duplo. Logo depois, descobrimos que na verdade ele era um agente triplo. Peraí, é quádruplo? Ou seria Quíntuplo?

Famoso por sempre soltar revelações bombásticas durante a cena de pós-créditos dos títulos em que aparece, Ocelot é um personagem tão surpreendente que nem mesmo a Psycho Mantis conseguiria prever seus próximos movimentos. Não é exagero dizer que ele sabe enganar e manipular pessoas tão bem que conseguiu até mesmo enganar a sua própria personalidade em Metal Gear Solid 4. 

Quais são as verdadeiras intenções por trás de suas ações? O mistério por trás do personagem perdura até os últimos segundos da saga, culminando na revelação de que tudo o que ocorreu na verdade era um imenso plano orquestrado pelo mesmo. Até mesmo depois de morrer, Ocelot fez questão de mostrar que sempre esteve um passo à frente de todos.

1 - A grande simulação (Metal Gear Solid 2)


PS: Ative as legendas em português nas configurações do vídeo

O distópico plot twist do final de Metal Gear Solid 2 é uma verdadeira viagem na maionese. Ou pelo menos era isso que muitas pessoas acreditavam na época do lançamento do jogo, visto que essa “viagem” de certa forma acabou virando a descrição mais assustadoramente realista do que viria a se tornar a sociedade humana na era da internet.

Depois de passar o jogo inteiro construindo uma realidade agradável para o novo protagonista, Metal Gear Solid 2 revela sem mais nem menos que tudo o que o jogador acreditava ser verdade era uma grande e dolorosa mentira. Manipulado como uma peça de xadrez em um jogo impossível de vencer, Kojima instiga o jogador a se sentir destruído e incrédulo exatamente da mesma forma que o protagonista Raiden se sente.

O que é real? Quem sou eu? A verdade existe? Finalizando o enredo com a sequência de diálogos mais complexos e filosóficos que a mídia dos videogames já concebeu, a parte final de Metal Gear Solid 2 é responsável por quebrar a mente do jogador ao meio e de sobra ainda termina prevendo exatamente o estado caótico do nosso mundo atual. 

Revisão: Mariana Mussi

Estudante de jornalismo que não vê a hora de achar um estágio. Apaixonado por videogames e esperando o fim de Hunter x Hunter e Berserk desde que me entendo por gente.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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