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Análise: Tohu (Multi) é uma simples aventura que qualquer fã de quebra-cabeças irá apreciar

A curta experiência desse point and click traz bons desafios, mas sua jogabilidade no controle pode não satisfazer tanto os jogadores de consoles.

Desenvolvido pela Fireart Games e publicado pela The Irregular Corporation, Tohu é um game de aventura e quebra-cabeças totalmente em point and click. Tendo bons desafios como seu ponto forte, o jogo é uma ótima pedida para fãs de puzzles. Confira todos os detalhes de Tohu nesta análise.

Uma aventura genérica, porém interessante

Em Tohu, controlamos uma pequena heroína sem nome, conhecida apenas como A Garota, que vive em um mundo de planetas-peixe. O Motor Sagrado de seu planeta-peixe é danificado por uma enigmática criatura encapuzada, comprometendo a ordem e todas as vidas deste estranho mundo. Acompanhada de seu alter-ego, um robô chamado Cubus, nossa protagonista parte em uma aventura por outros planetas para coletar peças que lhe ajudem a consertar o Motor Sagrado e proteger seu lar do misterioso inimigo.


E isto é basicamente o que Tohu tem a oferecer em seu roteiro. Com total foco na resolução de puzzles, o jogo possui uma história simples, sem muitos acontecimentos e um plot twist no final que não é dos mais originais. Os personagens não têm voz e as poucas interações acontecem por balões de diálogo que ocupam quase toda a tela.

Há também um narrador, que aparece esporadicamente para nos dar poucos detalhes sobre o mundo dos planetas-peixe e, obviamente, narrar os acontecimentos da história. Algumas curiosidades acabam não sendo exploradas na história, como a origem de Cubus, mas seriam uma ótima adição ao enredo.

Uma menina, seu robô e bons desafios 

Tohu traz uma jogabilidade extremamente simples: apenas com o mouse, ou analógico e botão X/A nos controles, é possível controlar e interagir com quase todo o ambiente, além de realizar ações e movimentar a personagem por cliques. Este é um formato que funciona perfeitamente no PC e que torna o jogo bastante acessível nos consoles, mas, mesmo arrumando a sensibilidade nas opções, a movimentação e a resolução dos puzzles no controle pode tornar o gameplay um pouco mais arrastado e menos preciso.


 A transformação da Garota em Cubus nos permite alcançar itens em lugares mais altos e carregar objetos mais pesados para resolver quebra-cabeças e liberar o caminho. Já a menina pode interagir com determinados itens e entrar em lugares estreitos. Eles se alternam com uma boa frequência durante a jogatina, mas apenas os próprios personagens são necessários para resolver seus respectivos puzzles. Se fosse preciso trocá-los algumas vezes para concluir os desafios, o jogo seria mais dinâmico.


A grande maioria dos desafios possui uma dificuldade bastante elevada, fazendo com que a curtíssima campanha renda um pouco mais na resolução dos puzzles. Eles são bastante diferentes entre si e impedem que o jogo acabe caindo na monotonia. Muitos têm uma lógica bastante interessante, mas alguns acabam sendo resolvidos na base de tentativa e erro. Quando o jogador fica preso em algum desafio, o jogo disponibiliza dicas para ajudar em seu avanço na campanha.

Os cenários são um dos grandes destaques de Tohu, com um visual cartunesco admirável e cada detalhe chamando atenção na tela. O título é repleto de criaturas estranhas e divertidas que devemos ajudar ou confrontar durante nossa missão. A trilha sonora, dos mesmos responsáveis de Hollow Knight, enriquece a experiência e torna a navegação pelos planetas bastante agradável.


Um problema grave no design de áudio é o som de personagens que ficam na tela durante a execução dos puzzles e fazem barulhos repetitivos e irritantes. Algumas vezes precisei tirar o volume do jogo para me concentrar melhor nos desafios que tentava resolver.

Vale a pena jogar Tohu?

Apesar de apresentar um enredo fraco e muito curto, Tohu oferece bons desafios e garante algumas horas de entretenimento em um mundo divertido e excêntrico. Sua jogabilidade simples torna o jogo fácil de aprender e bastante acessível. Para os veteranos no gênero de point and click, o título é um item muito recomendado na coleção.

Prós 

  • Quebra-cabeças desafiadores e originais;
  • Jogabilidade simples e acessível;
  • Ótimos visuais e trilha sonora.

Contras

  • Enredo fraco;
  • Falta de exploração sobre o universo criado para o jogo;
  • O design de áudio atrapalha algumas vezes;
  • Jogar no controle torna o jogo um pouco lento em certos momentos.

Tohu - PS4/XBO/PC/Switch - Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: Davi Sousa

Análise produzida com cópia digital cedida pela The Irregular Corporation

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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