Jogamos

Análise: Katamari Damacy REROLL (Multi) nos relembra como é divertido causar o caos de maneira simples

Recomponha o céu que seu pai destruiu causando mais confusões e tocando o terror pelo mundo.


O ano é 2004. Os jogadores de PlayStation 2 veem o lançamento de um título incomum e colorido, onde devemos grudar coisas em uma bola que é rolada por um pequeno príncipe verde. Katamari Damacy pode não ter sido sofisticado para a época, mas seu estilo único, jogabilidade atípica e trilha sonora gostosa conseguiram juntar uma legião improvável de fãs ao redor do planeta.

Agora, após mais de uma década e várias sequências, o pequeno serzinho verde está de volta com Katamari Damacy REROLL (Multi). O título, que chega agora ao PS4 depois de ser lançado para Nintendo Switch e PC, nos leva de volta à árdua missão de recuperar todas as estrelas do céu.

Um estrago estelar

Em certa ocasião, nosso pai, o Rei de Todo o Cosmos, exagerou nas comemorações e de maneira desleixada acabou com todas as estrelas no céu. Nem mesmo a lua sobrou para contar a história.


Para consertar esta enorme mancada, o Rei manda seu filho, o pequeno Príncipe, juntar objetos no planeta Terra com a ajuda de uma esfera especial e grudenta, chamada katamari. Esta é a premissa simples do jogo, que nos coloca em diversas fases com um simples objetivo: atingir o tamanho pedido pelo nosso pai dentro de um tempo estipulado.

Só é possível grudar objetos menores que a katamari, assim ela irá aumentar de tamanho e você poderá ir atrás de alvos maiores. Porém, se ela bater em algo maior que sua circunferência, ela perderá o que já grudou e ficará menor; portanto, é necessário cuidado antes de sair passando por cima de qualquer item. À medida que ganhamos massa, os controles respondem de maneira mais lenta, mas ainda assim eles parecem bem mais responsivos que na época do PS2, o que é ótimo.


Em alguns casos não será necessário ter mais que um metro de comprimento. Em outros, nos transformaremos em uma verdadeira massa ambulante com mais de seis quilômetros de diâmetro, envolvendo carros, prédios, criaturas diversas e até nuvens. E quanto maior sua katamari, mais divertido será causar o caos ao consumir a cidade toda.

Conforme avançamos na reconstrução do céu, acompanhamos pequenas animações do ponto de vista da família Hoshino, a única que parece notar a presença destes seres espaciais em meio ao sumiço das estrelas. Inclusive são nessas cutscenes que nota-se uma ligeira diferença em relação à versão original. O jogo não possui mais áudio em inglês, apenas japonês, mas como estes trechos estão legendados, não é algo que faça falta no final das contas.


Além dos estágios tradicionais, com metas de tamanhos e tempo, existem alguns outros que funcionam de maneira diferenciada. Também temos que reconstituir algumas constelações, como Ursa Maior, Touro, Virgem, Cisne e Gêmeos. Nesses casos não se trata de atingir um tamanho específico, mas sim de envolver itens dentro da temática da constelação. No caso da Ursa Maior, por exemplo, podemos concluir a fase ao grudarmos um urso grande ou uma pequena estatueta de bronze do animal que estiver pelo caminho.

Por fim, existem as fases "eternas". Como o nome sugere, não existe um limite de tempo ou tamanho. O que interessa é atropelar tudo que der vontade até cansar… e o melhor é que não cansa!

Lembrança gostosa em HD

Katamari Damacy REROLL traz exatamente o mesmo conteúdo visto na década passada, sem tirar nem pôr. Além da já referida ausência da dublagem em inglês, que cá para nós era bastante genérica, outra leve diferença é que os gráficos estão em um belíssimo HD de encher os olhos.


Como se não bastasse, a trilha sonora excelente permanece intocada também. É impossível não cantarolar 'Katamari on the Rocks', 'Lonely Rolling Star' ou 'Que Sera Sera' como se estivéssemos nos tempos dourados dos 128-bits. Inclusive não seria nada mau se tivessem incluído uma pequena jukebox para termos estas trilhas acessíveis a qualquer momento.

O único "vacilo" de ter um jogo tão fiel às suas origens é que REROLL não tem salvamento automático. A cada momento necessário, devemos salvar o progresso manualmente, tal qual estivéssemos dependentes de um memory card.

Um retorno galáctico

Katamari Damacy REROLL é uma ótima maneira de reintroduzir a franquia, muito querida pelos fãs, na atual geração. Quem sabe isto não ilumine os produtores e os incentive a fazer uma continuação devida para as aventuras do Príncipe que vive às custas de consertar as burradas do pai.



Prós

  • Gráficos em HD muito bonitos;
  • Jogabilidade levemente melhorada;
  • Trilha sonora excelente;
  • Mesmo depois de uma década, continua divertido e engraçado.

Contras

  • Poderia ter adicionado uma jukebox para ouvir as músicas fora das fases;
  • Não tem salvamento automático.
Katamari Damacy REROLL — PC/PS4/Switch — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Davi Sousa
Análise com cópia digital cedida pela Bandai Namco


é amante de joguinhos de luta, corrida, plataforma e "navinha". Também não resiste se pintar um indie de gosto duvidoso ou proposta estranha. Pode ser encontrado falando groselhas no seu twitter @carlos_duskman
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google