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Análise: Zombie Driver: Immortal Edition (PS4/Switch) é banal, mas honestamente divertido

Atropele, incendeie, metralhe e exploda zumbis a bordo de carros em uma aventura insossa mas divertida.

Pegue meio litro da jogabilidade do primeiro Grand Theft Auto, duas colheres de sopa de Twisted Metal e uma xícara de jogos de zumbis. Bote tudo num liquidificador e teremos uma dose bem concentrada de Zombie Driver. Originalmente lançado para PC e PS3 em 2012, sua versão aprimorada, Zombie Driver: Immortal Edition recebeu uma versão para o Switch em 2019 e em agosto deste ano chegou para o PS4.


A Immortal Edition é descrita como uma remasterização do título original de 2012, com todos os DLCs lançados para o jogo original e com suporte para rodar com fluidez a 60 quadros por segundo. É a versão definitiva de um título despretensioso, voltado para quem procura uma diversão honesta dentro de um gênero saturado mas nunca fora de moda: zumbis.

O mundo acabou, de novo

Aqui temos uma história tão profunda quanto uma piscina infantil, onde o mundo – ou pelo menos a cidade onde o jogo se passa – sofreu um apocalipse zumbi, sem qualquer explicação detalhada dos motivos que levaram a isso. Aqui assumimos o papel de um taxista que, sabe-se lá como, sobreviveu e é recrutado pelo exército para ajudar as tropas a obliterar os zumbis e resgatar os sobreviventes pela cidade pilotando diferentes carros como seu fiel táxi, a limusine do prefeito, uma ambulância e até um tanque de guerra.

Essa moça tá correndo dos zumbis ou posando pro insta?
A jogabilidade segue uma linha semelhante à dos primeiros jogos da série GTA, com uma câmera em terceira pessoa vista do alto; há outras opções disponíveis para selecionar, mas que julguei menos interessantes que a padrão. Fazendo uso de armas como lança-chamas, metralhadoras, foguetes e até um raio capaz de atravessar qualquer obstáculo, somos premiados com dinheiro ao realizar combos de matança em meio às hordas de zumbis que dominaram a cidade usando destes armamentos e, claro, atropelando as centenas de mortos-vivos que querem nos impedir de realizar nossos atos de heroísmo.

O objetivo do modo principal é cumprir missões designadas pelo exército, como destruir determinados alvos, resgatar cidadãos ou recuperar cargas de pontos variados da cidade. Algumas contam até com batalhas contra chefes. Cada missão conta com alguns objetivos bônus, como concluir em um tempo mínimo ou resgatar mais pessoas que o exigido, premiando o jogador com mais dinheiro para fazer upgrade nos seus carros ou até mesmo ganhar novos para usar na campanha.


A campanha segue nessa linha, com uma historinha sem graça, apenas servindo para guiar os níveis seguintes até o fim deste modo. Mas admito que o nível de desafio é bem satisfatório, provocando o jogador mais exigente a rejogar alguns níveis para conseguir as premiações bônus. É aí que temos, felizmente, outras duas opções já disponíveis desde o início para estender um pouco mais a jogatina, e até mais divertidos que o modo principal.

Atividades pós-apocalípticas

O primeiro modo extra é o mais divertido, colocando o jogador em uma verdadeira competição de corridas de carros no fim do mundo. Diferentes e desafiantes campeonatos trazem pistas cheias de ação com o objetivo de conquistar a medalha de ouro para desbloquear os torneios subsequentes, além de também premiar o jogador com dinheiro para realizar as melhorias que deixam seu bólido mais competitivo.


O terceiro modo é um desafio de sobrevivência onde o jogador deve resistir pelo máximo de tempo possível contra infinitas hordas de zumbis. À medida que o jogador aguenta mais tempo na arena, upgrades são disponibilizados para possibilitar mais poder ofensivo e defensivo ao carro. A regra é simples: sobreviva.

Ambos os modos contam com placares online para checar seu tempo das corridas e a pontuação no modo de sobrevivência com outros jogadores, a fim de comparar seu desempenho com o de outros competidores pela internet. Não há modos cooperativos ou competitivos online.

Banal, mas honesto

Em meio a tantos títulos independentes que apresentam narrativas profundas ou jogabilidade com peculiaridades que os destacam, Zombie Driver: Immortal Edition não inova em nenhum destes dois aspectos, focando mesmo no que um jogo precisa oferecer: diversão.

Esta remasterização deixa a experiência mais agradável, com gráficos bem refinados se comparado com sua contraparte original. A jogabilidade é até simples, apesar de um pouquinho confusa pra quem nunca experimentou o GTA original. Nada como alguns minutos de jogatina para deixar o jogador habituado. Por fim, não venha esperando uma boa história, pois pra ser ruim ainda falta muito. Temos aqui um jogo, no máximo, despretensiosamente divertido.

Prós

  • Boa performance, sem quedas de quadros ou atrasos de carregamento de texturas;
  • Gráficos simples, mas bem trabalhados;
  • Apesar de não ter uma narrativa interessante, a campanha apresenta um bom nível de desafio;
  • Modo de corridas é o mais divertido além da campanha;

Contras

  • Controles com customização limitada;
  • Trilha sonora pobre;
  • Missões da campanha se tornam repetitivas rapidamente;
  • O modo de corridas poderia ter algum suporte para multiplayer online ou local.
Zombie Driver: Immortal Edition – PS4/Switch – Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: José Carlos Alves
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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