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Análise: Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? Infinite Combate (Multi) é um RPG de ação banal e tedioso

Com um gameplay simples, o jogo não oferece nada de especial para o gênero.


Baseado na série de light novels e anime Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? (também conhecida como Danmachi), Infinite Combate é um RPG de ação desenvolvido pela Mages e publicado pela PQube Games. Apesar de poder ser divertido para fãs da série, o jogo é pouco interessante para o público geral.


Entrando na dungeon


Em Infinite Combate, o jogador alterna obrigatoriamente entre duas perspectivas. Alguns capítulos de história são apresentados do ponto de vista do protagonista, Bell Cranel, enquanto outros colocam a espadachim Aiz Wallenstein no centro. A história segue os eventos da obra original, demonstrando bem o carisma dos personagens em suas cenas.

No entanto, fora o aspecto dos personagens, o jogo em si é básico demais. Ele pode servir como uma diversão banal, mas seu gameplay de ação é muito simples e tende ao tédio. Para entrar nas dungeons, é necessário escolher uma quest ou a opção Story do menu. As missões têm pouca variedade, sendo apenas “derrote X monstros” e “encontre os itens Y”. Além disso, as áreas também são feias e repetitivas, fazendo com que a exploração se torne tediosa.

Enquanto controla o personagem, o jogador anda por corredores vazios e monstros aparecem. Para lutar contra eles, basta aprender o ritmo de ataque de Bell e Aiz e usar o botão de esquiva caso eles sobrevivam. Com exceção dos bosses, os inimigos não fazem nenhum tipo de retaliação antes de acabar o seu combo. A complexidade fica mais por conta de lidar com eles em grandes quantidades nos corredores estreitos, sendo interessante ter cautela na exploração.

O funcionamento básico de ataque é o mesmo do início ao fim, variando apenas na necessidade de lidar com os padrões dos chefes nas batalhas e na possibilidade de usar ataques especiais de aliados em algumas missões. O fortalecimento dos personagens, algo fundamental em um RPG, só acontece com o avanço da história. Não importa quantas vezes o jogador faça missões extras, ele apenas ganhará dinheiro, itens e skill points.
Os skill points podem ser alocados, mas fazem menos diferença do que comprar uma arma melhor.

Esses pontos podem ser alocados nos atributos dos personagens e os itens também são parte fundamental de fortalecer os personagens. No entanto, isso faz com que o crescimento seja bastante restrito e a sensação de evolução deles se dilua em meio a fazer exatamente a mesma movimentação do início ao fim.

Normalmente, jogos que têm uma tendência à repetição de gameplay tentam torná-lo mais detalhado, seja pelo aspecto estratégico de gerenciamento de recursos em um dungeon crawler roguelike ou pela movimentação fluida e que recompensa o jogador pelos seus esforços em um musou. Aqui a ação é simples demais para ser engajante e os aspectos de RPG são tão reduzidos que é difícil até considerá-lo um título do gênero.

Após o final, o jogador pode gastar pontos para encontrar com os personagens.
Após o fim da história, o jogo libera novas dungeons e um aspecto dating sim para conhecer mais a fundo os personagens. Nesse ponto o jogador finalmente tem alguma liberdade, mas é provável que a essa altura ele já tenha se cansado do jogo e essa recompensa seja pouco para fazê-lo aproveitar a experiência.

Um jogo genérico

De forma resumida, o problema geral de Infinite Combate é que se trata de um jogo absolutamente genérico. Boa parte da história é contada em formato visual novel, mas não usa quase nada do que é interessante nesse tipo de game para envolver o jogador. Da mesma forma, a parte de ação é o mais básico do que o gênero tem a oferecer, além de ser pouco atrativa visualmente, com exceção dos efeitos de ataques especiais dos personagens.

Até mesmo a história em si faz a aventura ser repetitiva devido à forma como está estruturada. Como a história intercala entre as perspectivas de Bell e Aiz, poderia ser interessante ver os personagens seguindo caminhos drasticamente diferentes. No entanto, a história dos dois está interligada de forma tão direta que o resultado é repetir cenas em um curto espaço de tempo. Além disso, há uma variedade de erros de digitação, o que pode atrapalhar bastante a leitura.

Infelizmente, Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? Infinite Combate é apenas um jogo de ação genérico que surfa na fama de sua obra original e não oferece nada particularmente interessante. Ainda pode ser divertido, mas apenas de uma forma banal que praticamente qualquer outro título do gênero consegue ser.

Prós

  • Pode servir como diversão completamente despretensiosa e banal;
  • Personagens carismáticos.

Contras

  • Dungeons e missões repetitivas;
  • Gameplay de ação muito simples e tedioso;
  • O fortalecimento dos personagens apenas com o avanço de história reduz o valor de fazer as outras missões;
  • História estruturada de forma redundante por conta da intercalação obrigatória de protagonistas;
  • Visualmente genérico tanto na parte de ação quanto na de VN;
  • Erros de digitação são comuns e atrapalham a leitura.
Is It Wrong to Try to Pick Up Girls in a Dungeon? Infinite Combate - PC/PS4/Switch - Nota: 5.5
Versão utilizada para análise: PC
Revisão: Davi Sousa
Análise produzida com cópia digital cedida pela PQube Games

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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