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Análise: SUPERHOT: MIND CONTROL DELETE (Multi) traz mais do mesmo, com mais ação e poder

Apresentando novas mecânicas, a ação é o destaque nesta ‘versão melhorada’ do jogo original de 2016.

Lançado em 2016, SUPERHOT apresentou uma proposta deveras interessante dentro do gênero de tiro em primeira pessoa, onde o tempo só flui conforme você se movimenta, permitindo que o jogador tenha a chance de pensar em seu próximo passo para progredir no jogo e, consequentemente,na narrativa.


SUPERHOT: MIND CONTROL DELETE é uma sequência que chega em 2020 como uma espécie de atualização, adicionando novas mecânicas e refinando a inovadora proposta de seu antecessor num viciante ciclo de matança em busca de mais poder enquanto descobre estranhas memórias.

Mais SUPERHOT

MIND CONTROL DELETE, em sua base, mantém a proposta que deu notoriedade a SUPERHOT, com o tempo fluindo apenas quando o jogador se movimenta. O objetivo do jogador é fazer uso de armas e objetos para derrotar uma determinada quantidade de inimigos em mapas pré-definidos, simulando diversos ambientes como oficinas, livrarias, academias, bares, boates, cozinhas de restaurantes e muitos mais.

O jogador pode fazer uso de qualquer arma ou objeto no ambiente para atacar, podendo ainda efetuar ataques corpo a corpo que atordoam os inimigos e faz com que larguem as armas que estão segurando, podendo então ser usadas a seu favor para derrotá-los. Ao permanecer imóvel, o tempo flui em uma velocidade extremamente baixa, provocando o jogador a se movimentar antes que receba algum tipo de dano, mesmo com o tempo em sua fluidez mínima.

Mais ação

No título anterior a proposta era simplesmente, avançar de forma linear por uma série de cenários até o fim do jogo. A proposta de MCD expande mais a forma que o jogador avança na narrativa e progride na campanha até chegar ao final. Os cenários agora são distribuídos no que vamos chamar aqui de andares. Cada andar possui nós, onde o jogador é desafiado num conjunto de cenários selecionados de forma aleatória pelo jogo. Para progredir, é preciso passar por todos os cenários do nó para liberar o acesso aos demais daquele andar.


Conforme o jogo progride, o número de cenários em cada nó aumenta, fazendo com que o jogador seja gradualmente desafiado cada vez mais. Se for derrotado no, digamos, quinto cenário de um nó que possui seis ambientes, o jogador deve reiniciá-lo com seis novos cenários. Isso torna uma derrota nos níveis mais altos algo extremamente punitivo e frustrante.


Em cada andar, o jogador deve encontrar uma saída para avançar para o andar seguinte e então continuar seu ciclo de matança para progredir no jogo.

Mais poder

A principal novidade em MCD são o que vamos chamar grosseiramente aqui de modificações, que alteram a forma como o jogador interage no mundo do jogo. Existem dois tipos: hacks (trapaças) e cores (núcleos).

Os hacks são modificações temporárias que o jogador coleta durante sua exploração pelos andares, e ativadas conforme avança dentro de um nó. Cada hack adiciona uma modificação temporária ao jogador que lhe dá alguma vantagem, e são muitas. Desde balas que atravessam os inimigos ou que ricocheteiam nas superfícies do cenário, passando por aumento na velocidade de movimento e diminuição do tempo de recarga das armas, chegando até aos que transformam qualquer objeto arremessável em uma granada de balas e os que recuperam ou até aumentam os pontos de vida.


Sempre que o jogador libera a seleção de um hack dentro do nó, o jogo aleatoriamente seleciona dois de sua coleção, permitindo que escolha um. Alguns nós proporcionam a seleção de vários hacks e caso você morra durante o progresso dentro dele, todos os hacks selecionados são desativados.


Os cores são modificações permanentes. Por serem muito vantajosos, sempre que o jogador seleciona um nó para entrar, ele só pode escolher um para ser usado, podendo ser trocado apenas se desistir de continuar jogando no nó atual. O core ativa um atributo base que acompanha o jogador em todos os cenários, fornecendo um aumento permanente de pontos de vida, aumento de força física, ou capacidade de trocar de corpo com algum inimigo, por exemplo.


O jogador tem liberdade de explorar um andar até encontrar a saída para o seguinte, mas a exploração por todos os nós possibilita que mais hacks e cores sejam encontrados e, consequentemente, habilitados para ser usados durante o jogo.

Mais inimigos

Os cenários em MCD herdaram a característica principal de seu antecessor, com cenários totalmente brancos, e inimigos e itens com cores extremamente contrastantes com o ambiente. Todo objeto que você pode interagir possui a cor preta, a mesma de seu avatar, e os inimigos cores vermelhas.

Os adversários podem ser atordoados com ataques corpo a corpo ou ao receber dano por um objeto arremessável, que pode ser sua própria arma ao ficar sem munição, por exemplo. Neste estado, eles largam suas armas, abrindo uma janela de oportunidade ao jogador para tomá-la e usar a seu favor.
"Ouvi dizer que ele matou três homens em um bar com um lápis"
Alguns inimigos possuem armas que estão literalmente integradas a seus corpos, impossibilitando que sejam tomadas até mesmo quando forem atordoados. Há os que explodem balas ao ser alvejados, se transformando em verdadeiras granadas. Já outros compartilham da mesma cor branca dos cenários, indicando que não podem sofrer dano, exceto em seus pontos fracos indicados pela característica cor vermelha.


Conforme o jogador avança no título, os inimigos se tornam mais ferozes e imprevisíveis, além da quantidade que deve ser abatida para concluir um cenário e avançar, e da abundância deles no local.

Mais do mesmo, com um pouco mais

Mesmo com todas as novidades, SUPERHOT: MIND CONTROL DELETE passa para quem já jogou o primeiro título uma honesta sensação de que é uma continuação com cara de atualização. Mais do mesmo, falando a grosso modo. Quem nunca teve contato com SUPERHOT, a impressão já é melhor, graças à jogabilidade mais fluida e as features inéditas. E como seu antecessor, esta versão ainda não conta com suporte a dispositivos VR, algo que o título anterior recebeu posteriormente em uma nova versão.


O título conta ainda com uma função para facilitar a captura da sequência de um cenário bem-sucedido do jogador, salvando o trecho na biblioteca de mídia para que possa ser compartilhada nas redes sociais – ou usada para ilustrar uma análise em texto.

Divertido e viciante, SUPERHOT: MIND CONTROL DELETE expande a experiência do SUPERHOT original, fazendo deste o que podemos chamar de ‘versão definitiva’ de um clássico moderno.

Prós

  • Mecânicas de hacks e cores adicionam uma dinamicidade interessante ao título;
  • Curva de dificuldade desafiadora;
  • Função de salvamento e compartilhamento de vídeos.

Contras

  • Narrativa continua peculiarmente obtusa;
  • Ausência de música faz o jogo ficar monótono;
  • Inevitável sensação de repetitividade.
SUPERHOT: MIND CONTROL DELETE – PC/PS4/XBO – Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Revisão: Mariana Mussi S. Infanti
Análise feita com cópia digital cedida pela SUPERHOT Team

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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