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Análise: Defunct (Multi) é uma pequena aventura movida a alta velocidade

Simples, curto e descompromissado, Defunct tem como único destaque seu gameplay baseado em aceleração e velocidade.

Muitos jogos se destacam por vários aspectos: gráficos, trilha sonora, jogabilidade, carisma dos personagens ou mesmo intensidade da narrativa. Defunct inicialmente parece ser um dos que claramente não tem todos estes, mas com certeza é um título que merece atenção por conta da sua jogabilidade baseada em aceleração, proporcionando momentos de alta velocidade bem divertidos em uma experiência bastante casual.

Era pra ser mais um dia comum

Em Defunct, assumimos o papel de um robozinho em mais um dia trivial em uma enorme nave cargueiro vagando por um planeta Terra que não possui mais vestígios de vida humana. Seu motor quebrou e ao dirigir-se ao setor de manutenção, um acidente ocorre e o pequeno é lançado para fora da nave cargueiro. Sua missão é retornar à nave para que não fique esquecido no abandonado planeta azul.

Com seu motor quebrado, a viagem de volta até a nave cargueiro não será fácil para nosso amiguinho, que conta apenas com seu dispositivo gravitizador para conseguir aceleração para se movimentar pelo mundo e chegar ao seu destino. Uma viagem solitária por um planeta sem vida está prestes a começar para nosso simplório, mas notável herói.

Sinta o movimento

A movimentação em Defunct é baseada na obtenção de aceleração usando o relevo. Ao segurar o botão do gravitizador em declives, a aceleração do robozinho aumenta, ganhando mais velocidade e permitindo que você se desloque pelo mundo. Ao segurar o mesmo botão em aclives, o robô desacelera, funcionando como uma espécie de freio.

É fácil identificar que tipo de aceleração o pequeno obterá observando o indicador luminoso em suas costas, que assume as cores verde e vermelha, indicando que o acionamento do gravitizador proporcionará aceleração e desaceleração, respectivamente.


Dominar esses controles é fundamental para viajar pelo mundo de Defunct, visto que esta é a única forma de se movimentar pelas vastas paisagens do jogo. Quando a aceleração do robô chega a zero, é possível ativar o motor defeituoso do robozinho para se movimentar lentamente até um local para obter aceleração novamente. Ao cair em um penhasco ou ficar preso em algum local, basta pressionar um botão para retornar ao último checkpoint ativado.

Outra habilidade que o robô possui é a de magnetização, permitindo que possa andar em superfícies como paredes e até no teto de áreas que possam ser magnetizadas, como grandes trilhas de metal.


Esse tipo de jogabilidade se mostra muito divertida quando se domina os controles do robô, proporcionando momentos de alta velocidade e possibilitando sutis manobras e saltos que representam bem essa sensação no game. Ao obter velocidade suficiente, é possível correr por paredes não magnetizáveis, sobre pequenos espelhos d’água e até realizar loopings em alguns locais.

Pequenos problemas em grandes paisagens

O mundo de Defunct é grande, colorido e vazio. Tirando isolados momentos em que interagimos com um ou outro personagem, a viagem do pequeno robô é solitária e muitas vezes silenciosa. A trilha sonora do game é bem restrita a alguns momentos e cenários, contando com composições bem calmas e nada marcantes, não remetendo a temas como tensão ou aventura. O mesmo se aplica aos efeitos sonoros, igualmente simples e fazendo apenas seu papel primordial.

Com alguns elementos simples de exploração, contando com itens colecionáveis, mas não obrigatórios, escondidos nas diferentes áreas do jogo, temos apenas a opção de coletar itens que auxiliam na aceleração do robozinho e, posteriormente, garrafas com uma espécie de nitro que pode ser usado quando lhe for conveniente. As principais atividades exercidas pelo pequeno corredor no mundo são a resolução de puzzles para liberar o acesso às áreas seguintes.


Um ponto bem ruim em relação à exploração em Defunct é a impossibilidade de controlar a câmera. Isso é bem incômodo! Onde já se viu um game em 3D sem esse recurso? Já que uma das atividades é encontrar colecionáveis, a movimentação livre da câmera do jogo seria muito bem-vinda para ajudar nessa tarefa. A visão do personagem se limita apenas ao que está a sua frente. Caso queira ver o que está a seu redor, você precisa parar e se movimentar para o lado que deseja enxergar. Sério, isso é muito chato!

Uma jornada resumida em uma curta viagem

Como Defunct não conta com inimigos, limitando o desafio a progredir na viagem do robô e encontrar colecionáveis, isso torna sua campanha principal bem curta, podendo ser finalizada em até uma hora ao jogar pela primeira vez. Sendo assim, temos aqui um daqueles jogos facilmente identificados como favoritos pelos speedrunners. Um ranking online está disponível para comparar seu tempo com outros jogadores ao redor do mundo.

Após finalizar a aventura pela primeira vez, a opção de seleção das áreas individualmente se torna ativa para buscar os colecionáveis e desbloquear bônus, como skins para o robozinho e realizar corridas para tentar competir com os tempos de rivais online. Fora isso, o jogo não tem muito mais a oferecer.
Após terminar o jogo a primeira vez, é possível selecionar as áreas.
Manobras e aparências podem ser desbloqueadas.
Desafie os tempos em rankings online e colete todos os colecionáveis.
Defunct é um jogo simples em tudo. Apesar de não ser muito apelativo para outros aspectos, como visuais e sons, a jogabilidade fluida tem seus momentos de adrenalina quando se pega o jeito, proporcionando momentos bem divertidos em alta velocidade. Ironicamente, é um título interessante para quem quer dar uma desacelerada da vida ou de outros jogos.

Prós

  • Jogabilidade divertida, baseada em velocidade;
  • Enredo simples com narrativa bem lúdica;
  • Ótimo para relaxar;
  • Extras pós-jogo estendem um pouco mais a longevidade do game.

Contras

  • Trilha sonora pobre, sem momentos de destaque;
  • Campanha muito curta;
  • Impossibilidade de controlar manualmente a câmera;
  • Quedas de quadros em momentos pontuais.
Defunct – PC/PS4/Xbox One/Switch – Nota: 6.5
Versão utilizada para análise: PS4
Análise feita com cópia digital adquirida pelo redator
Revisão: Davi Sousa

Fã de Castlevania, Tetris e jogos de tabuleiro. Entusiasta da era 16-bit e joga PlayStation 2 até hoje. Jogador casual de muitos e hardcore em poucos. Nas redes sociais é conhecido como @XelaoHerege
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