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Análise: Days of War: Definitive Edition (PC) é um razoável jogo de tiro genérico

Mesmo funcional e com qualidades, o game tem vários problemas e nenhum atrativo.

Jogos de tiro em primeira pessoa estão entre os mais populares nos computadores. Logo, frequentemente temos lançamentos de novos títulos do gênero. Infelizmente, poucos são os games que conseguem se destacar nesse competitivo mercado. Days of War: Definitive Edition (PC) é mais um exemplo de jogo genérico e pouco atrativo, conforme vamos conferir nesta análise.

Um longo projeto, mas com resultados modestos

Days of War: Definitive Edition (PC) estava disponível na versão Early Access desde o início de 2017. Para quem não sabe, esse tipo de disponibilidade tem o objetivo de liberar o produto, ainda que em estágios preliminares, para os jogadores testarem e, teoricamente, tomarem gosto pelo game. Quando o jogo está em um ponto adequado, ele então é lançado oficialmente.
No geral, o jogo tem um bom acabamento
Produzido pela empresa Driven Arts e publicado pela Graffiti Games, o game teve seu lançamento no dia 30 de janeiro de 2020. Apesar do considerável tempo de produção, infelizmente o jogo de tiro com foco multiplayer é simples demais e sem atrativos, sendo bastante limitado em vários quesitos. A ambientação na Segunda Guerra Mundial, constantemente utilizada ao longo dos anos em títulos do gênero, também não ajudou.
É uma pena que poucos elementos foram bem trabalhados no game
Não que o game seja “quebrado” ou tenha problemas graves de desempenho. Tudo funciona razoavelmente bem, sendo que ele até conta com algumas boas qualidades. A questão é que o próprio público-alvo do título parece estar contra ele: várias tentativas para jogar online resultaram apenas em salas dominadas por bots (que, inclusive, são bem ruins, como veremos mais adiante).
Ficar parado na frente de um grupo de inimigos nem sempre é morte certa
Logo, um game de tiro em primeira pessoa com destaque para seu multiplayer não oferece partidas online adequadas. Um problema grave, que é aumentado pela ausência de modos single player interessantes. Ou seja, Days of War: Definitive Edition sofre também por não dar subsídios para que suas propostas básicas sejam bem sucedidas.

Ambientação clássica sem inovações

A Segunda Guerra Mundial já foi tema dos mais diversos tipos de jogos, sobretudo do gênero FPS. Franquias famosas como Call of Duty, Medal of Honor e Battlefield já tiveram games ambientados nesse triste período, que começou em 1939 e durou seis anos. Não que Days of War precisasse bater de frente com esses gigantes do mercado; a ideia aqui é lembrar que o tema é recorrente.
Alguns cenários trazem um interessante contexto histórico do jogo
Logo, apenas trazer um game simples que se situa nessa guerra não é suficiente. Aliás, nenhum jogo sobre qualquer coisa terá sucesso se for genérico e sem maiores atrativos. Hoje em dia não basta fazer o básico: é preciso oferecer algo a mais. E, assim, podemos definir o maior defeito de Days of War, que é ser apenas mediano e não apresentar inovações interessantes, que poderiam compensar os seus defeitos.

Como dito anteriormente, o game tem suas qualidades. Fiquei impressionado com o visual dos cenários disponíveis no game. Teatros, docas, ruas com arquiteturas alemãs e russas são exemplos de mapas bonitos e proporcionam uma boa imersão no clima. Os personagens, ainda que longe de serem incríveis, são bons o suficiente.
O sistema de classes seria melhor com a presença de habilidades e atributos exclusivos
Outro ponto positivo do game é a quantidade de armas e a customização das classes. O game apresenta seis opções diferentes, sendo que cada conjunto possui uma versão para as seguintes nacionalidades: americana, russa, britânica e alemã. Cada classe conta com armas principal e secundária, uma faca, uma provocação e um desenho para spray (no melhor estilo pin-up da década de 50).

Qualidades em equilíbrio com problemas

Se por um lado temos várias opções, elas nem sempre funcionam bem. Em geral, o manuseio das armas é precário, sobretudo no que se refere ao recuo (recoil) ao atirar. Entendo que representar o impacto real dos armamentos da época seja importante, mas existe um limite razoável para isso. O sistema de mira também me parece deficiente, pois muitos disparos aparentemente precisos erram o alvo.
Os designs das armas foram bem detalhados
Ainda no quesito técnico, Days of War: Definitive Edition também deixa a desejar em outros pontos como bots e áudio. Inimigos controlados pelo computador são muito inconstantes, intercalando entre movimentos corretos e incompreensíveis. Isso é ainda mais visível devido ao único modo disponível, Domination, exigir uma boa sincronia entre os personagens.
Atualizações futuras prometem novos modos de jogo
O áudio tem mais baixos do que altos. O som das armas é adequado no geral, mas temos poucas falas por parte dos personagens. Entretanto, o maior problema, em minha opinião, é a deficiência nas músicas. Elas são quase inexistentes, o que contribui para as partidas serem mais monótonas.

É uma pena que o game tenha esses problemas. Creio que com um pouco mais de refinamento, ele poderia ter alcançado um nível melhor e oferecido mais aos jogadores. Uma clara qualidade desperdiçada no processo é o sistema de criação de mapas. Utilizando a Unreal Engine 4, na qual o título foi produzido, é possível criar cenários únicos para as partidas.
Morrer sem aviso é um dos problemas do título
Para isso, é necessário fazer download do motor gráfico e acessar o aplicativo Days of War Editor, disponível na Epic Store. Mesmo que pareça um pouco trabalhoso, os exemplos disponíveis online demonstram o potencial da ferramenta. Se o game fosse um pouco melhor, creio que isso seria um diferencial importante. Infelizmente, essa vantagem desaparece frente aos vários problemas do jogo em si.

Apenas mais um jogo de tiro mediano

No final das contas, Days of War: Definitive Edition (PC) é apenas mais um FPS no mercado. Ainda que não possua nenhum defeito grave e até tenha algumas boas qualidades, como criação de mapas, cenários bonitos e boa quantidade de elementos, o game não possui destaques significativos. O período da Segunda Guerra Mundial já foi exaustivamente abordado e, sem contar com inovações, temos só um jogo mediano. O negócio é esperar por possíveis atualizações e torcer para que elas melhorem o título.
Infelizmente, Days of War: Definitive Edition é apenas razoável

Prós

  • Ambientação e cenários são bonitos e bem detalhados;
  • Boa quantidade de armas, cenários e customizações;
  • Opção para criação e compartilhamento de mapas personalizados é interessante.

Contras

  • Manuseio das armas é ruim no geral, com problemas como excesso de recuo e mira deficiente;
  • Diversos aspectos técnicos, como áudio, animação dos personagens e inteligência dos bots, são precários;
  • Nenhuma inovação ou destaque para compensar limitações técnicas.
Days of War: Definitive Edition – PC – Nota: 5.5
E você, leitor? O que achou de Days of War: Definitive Edition? Também achou que ele ficou devendo? Deixe o seu comentário.

Análise produzida com cópia digital cedida pela Graffiti Games
Revisão: Ives Boitano

é produtor de conteúdo sobre games desde 2016 e um grande fã da décima arte, embora não tenha muito tempo disponível para ela. Seus games favoritos (que formam uma longa lista) incluem: KH, Borderlands, Guitar Hero, Zelda, Crash, FIFA, CoD, Pokémon, MvC, Yu-Gi-Oh, Resident Evil, Bayonetta, Persona, Burnout e Ratchet & Clank.
Também encontra-se no Twitter @MatheusSO02 e no OpenCritic.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Não joguei ainda. Mais pra quem curtiu muito jogar Day of Defeat é um game que me parece refletir o que jogamos. O esquema de captura de bandeira continua genial.

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