Análise: Without A Voice (PC) é uma história dramática de romance entre duas mulheres

Visual novel gratuita conta uma história simples e curta de romance que tende à tragédia.

em 10/04/2020

Desenvolvido pela e publicado pelo Studio Élan, Without A Voice é uma visual novel gratuita disponível no Steam. Ela conta a história de uma princesa que vive em uma floresta e acaba conhecendo uma misteriosa mulher. Nos dias que se seguem, as duas irão se conhecer mais intimamente, mas a história delas tende a um final trágico.

Uma princesa e uma jovem misteriosa

No jogo, controlamos a princesa Cassidy, que vive em uma cabana afastada após uma série de eventos na corte. Solitária, ela costuma passear na floresta sempre que pode. Um dia, ela acaba encontrando Elowen, uma jovem graciosa com uma aura de mistério. Ela diz viver ali por perto, mas a protagonista nunca a viu antes, e também destaca que no caminho não há uma cabana além da sua.


Intrigada, Cassidy começa a se envolver com Elowen. A cada dia que passa, as duas se tornam mais íntimas, mesmo que nem sempre de formas harmoniosas. Existem mistérios que envolvem as duas personagens e são revelados ao longo da história. Mas entender mais a fundo o que está acontecendo depende das escolhas do jogador.

Em várias ocasiões, Cassidy tem opções sobre como reagir, usualmente em relação a falas e atitudes de Elowen. Cada decisão altera levemente os eventos, e o conjunto delas define qual final as duas mulheres terão. Vale destacar que a obra é prioritariamente dramática, oferecendo seis finais trágicos e dois que são considerados bons.


Infelizmente, mesmo com a história curta, é fácil que o jogador acabe repetindo finais já que várias combinações podem ter o mesmo resultado. A primeira vez que o jogador toma uma decisão é fácil de perceber, já que o skip padrão só afeta textos lidos, mas não é tão simples de compreender quais decisões de fato terão repercussões ao final.

Um romance marcado pelo drama e belas artes

Em termos da história de fato, o drama tem um tom um pouco forçado em alguns momentos. Porém, conforme o jogador gasta mais tempo com as personagens, mais compreende suas condições e a história se torna mais envolvente. O casal tem uma boa química entre si e a intriga tem elementos sombrios bem utilizados para a contextualização e trabalhar, embora brevemente, as nuances dos personagens.


As artes são, em geral, muito bem feitas, com fundos coloridos, detalhados e diversos e belas CGs (como são chamadas as cenas especiais, mais detalhadas e únicas das visual novels) que dão ênfase nos traços e no uso de cores. As cenas que particularmente considero mais bonitas inclusive brincam com a iluminação do sol por trás dos personagens.

Já no design de personagens, Cassidy tem uma aparência um tanto estranha, como a de uma personagem genérico do gerador aleatório do RPG Maker. Isso se deve principalmente devido aos seus olhos vermelhos esbugalhados e às proporções do seu rosto nos diálogos comuns, mas nas CGs sua aparência não causa o mesmo incômodo. Já Elowen tem um design simples e que realmente se encaixa bem na proposta de uma “beleza misteriosa”.

De forma geral, Without A Voice conta uma história simples e curta. Em um mundo de fantasia, um amor floresce, mas é marcado por tragédia. Descobrir mais sobre as personagens é interessante e a visual novel cumpre o que propõe de forma consistente, apesar de não ser nada fora da curva. Mesmo com a possível confusão da combinação de escolhas para os finais, vale a lida para quem se interessar pela proposta.

Prós

  • Fundos coloridos e cenas especiais muito bonitas;
  • As circunstâncias de backstory de ambas as personagens são interessantes, com algumas nuances sombrias.

Contras

  • Combinação de escolhas necessária para obter finais diferentes pode ser confusa;
  • A história é simples e curta, com alguns momentos forçados de drama.
Without A Voice - PC - Nota: 6.0
Análise produzida com cópia digital cedida pelo Studio Élan

é formado em Comunicação Social pela UFMG e costumava trabalhar numa equipe de desenvolvimento de jogos. Obcecado por jogos japoneses, é raro que ele não tenha em mãos um videogame portátil, sua principal paixão desde a infância.
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