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Análise: Erica (PS4) é, literalmente, um filme interativo cheio de suspense e jogabilidade bastante simples

Primeiro projeto da Flavourworks traz um thriller que atrai até os jogadores mais casuais.


Nos últimos anos surgiram diversos jogos focados na narrativa, nos quais as escolhas do jogador fazem total diferença na construção da história. Títulos como Until Dawn, Detroit: Become Human e Heavy Rain são ótimos exemplos do gênero que ficou conhecido como “filme interativo”.


Mas Erica, lançado em agosto de 2019, chegou para deixar claro o verdadeiro conceito de filme interativo. Com curtíssima duração e jogabilidade simples até demais, Erica traz um thriller cheio de mistérios que cercam a vida de uma jovem. Confira nossa análise!

Suspense no maior estilo "você decide"!

Erica conta a história de uma jovem de mesmo nome que se encontra no meio de um grande mistério envolvendo o desaparecimento de sua mãe e o assassinato de seu pai, quando ainda era criança. Já na sua juventude, Erica é levada para a Casa Delfos, uma clínica e centro de pesquisas criado por seus pais para o desenvolvimento de alguns estudos. Traumatizada pelos eventos de sua infância, Erica parte em uma jornada para descobrir a verdade sobre todos os acontecimentos que cercam sua vida.


Durante toda a história o jogador é submetido a diversas escolhas, sejam ações a serem tomadas ou diálogos, que irão definir o rumo da trama. A atenção aos detalhes e o senso analítico são fundamentais para definir o melhor caminho a se seguir, se deve confiar ou não em certos personagens e ajudar Erica a chegar o mais próximo da verdade sobre sua família e história.

O jogo (ou filme, como preferir) foi gravado em live action e conta com boas atuações, principalmente da protagonista Holly Earl. O enredo é confuso durante boa parte da trama e não é difícil se perder nos diálogos em certos momentos, mas os pontos começam a se ligar mais pro final da história. Em alguns momentos é possível perder alguns detalhes da trama dependendo das escolhas feitas, mas que não afetam tanto a evolução do enredo.


A trama não é uma das melhores no gênero, mas consegue prender a atenção do público a cada novo personagem que é apresentado, tornando cada escolha ou diálogo mais difícil e sempre trazendo aquela sensação de não saber em quem confiar.

A “campanha” gira em torno de duas horas mas há diversos caminhos a serem traçados, ajudando no fator replay, assim gastando algumas horas extras no jogo, o que se torna um bom desafio para os platinadores de games, já que cada caminho gera um troféu diferente.


Jogabilidade simples até demais!

O jogo nos permite utilizar um recurso pouquíssimo adotado nos jogos de PS4: o PlayLink. Com o PlayLink podemos interagir com determinados jogos usando o celular, através do aplicativo próprio do game. Em sua maioria são jogos no estilo “party games”, como That’s You, Knowledge Is Power e Hidden Agenda.

Através de gestos com o dedo na tela do celular, ou no touchpad do DualShock 4, o jogador/espectador interage com itens nos cenários, como girar chaves, abrir gavetas e tirar poeira de objetos, além de tomar decisões e escolher opções de diálogos. Se jogado no controle, o único botão utilizado é o touchpad, deixando o “jogo” ainda mais com cara de filme interativo, como alguns títulos da Netflix.


Erica será melhor aproveitado com interação na tela do celular. Alguns comandos exigem um espaço que o touchpad do DualShock 4 não suporta muito bem, tendo que fazer um mesmo gesto no controle duas ou três vezes para ser aceito. O ponto fraco de jogar com o celular é o pareamento, que é um tanto quanto confuso, mas que vale a pena por ser um título rápido de terminar e provavelmente só fará uma vez. Porém, a resposta aos comandos no celular são boas e é bem rápido para se acostumar.


Essa forma de jogar os filmes interativos é bastante interessante e positiva. O jogador fica mais concentrado na história, além de ser bastante convidativo para o público que não tem tanta habilidade com videogames, não sendo necessário apertar nenhum botão, além de não contar com os famosos Quick Time Events (aperte o botão certo, na hora certa), que podem ser desesperadores em certos jogos.

Outro ponto que deve ser elogiado é sua localização. O jogo conta com dublagem e textos em português, ambos com ótima qualidade de tradução e interpretação das vozes. Para quem não é fã de live action dublado, como eu, é possível alterar o idioma para inglês.


Vale a pena "jogar" Erica?

Se você busca por uma experiência rápida, diferente e gosta de um bom thriller, Erica é um bom filme para você. A forma como os eventos ocorrem e a atuação da protagonista compensam o enredo, que é confuso durante boa parte da “jogatina”.

Prós

  • Jogabilidade simples;
  • Ótimo fator replay;
  • Atuação em live action;
  • Convidativo para jogadores casuais;
  • Localização.

Contras

  • Enredo confuso em diversos momentos;
  • Mesmo sendo mais filme do que jogo, a duração é muito curta.

Erica — PS4 — Nota: 8.0

Análise produzida com cópia digital adquirida pelo autor
Revisão: Ives Boitano

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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