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Análise: Darwin Project (Multi) é mais uma opção de Battle Royale, mas sem o apelo competitivo dos concorrentes

Outros jogadores, o frio e o público são seus adversários neste Battle Royale gratuito.


Após um longo período de acesso antecipado, Darwin Project foi oficialmente lançado em 14 de janeiro pela Scavengers Studio. O jogo é mais uma opção de Battle Royale, gênero que tem crescido bastante nos últimos anos, e tenta concorrer com títulos já consolidados no mercado, como Fortnite e Apex Legends.


Ele traz jogabilidade muito mais simples que seus concorrentes, além de algumas novidades bastante curiosas que têm clara inspiração nas franquias Battle Royale e Jogos Vorazes. Confira nossa análise!

Começa a luta pela sobrevivência!

Em Darwin Project, até 10 jogadores se enfrentam em um combate até a morte em uma arena nas montanhas do Canadá, onde o lutador restante é declarado vitorioso. Os participantes possuem apenas um machado e um arco como armas. O machado é utilizado para coletar madeiras, que devem ser utilizadas para produzir flechas para o arco, escudos, armadilhas e fogueiras.



Um recurso bem legal adotado pelos desenvolvedores é que o frio extremo da arena também será seu inimigo. O jogador conta com uma barra de vida e uma barra de calor, essa que diminui gradativamente e, caso chegue à zero, o lutador passa a perder vida até que seja eliminado por congelamento. Ao construir uma fogueira com a madeira coletada ou encontrar pontos no mapa com geração de calor, essa barra é preenchida e te garante mais alguns minutos na arena.

Assim como a tempestade de Fortnite, o mapa também é reduzido, forçando os jogadores a se encontrarem em algum momento da partida. Porém, o mapa de Darwin Project funciona de forma diferente. A pequena arena, comparada com os demais títulos do gênero, é dividida em sete setores, e com o passar do tempo cada setor é “banido” do mapa. O jogador que estiver em uma seção banida começa a perder vida até que consiga sair dela. Com o mapa pequeno e poucos jogadores simultaneamente, as partidas tornam-se rápidas e dinâmicas.


Escolha uma classe e vá para a luta!

Há três classes disponíveis em Darwin Project, cada qual com suas respectivas habilidades que são liberadas conforme você sobe o nível de cada classe. São elas:

Jet Wings: o jogador utiliza um planador para sobrevoar o mapa. Ideal para manter distância de inimigos e escapar de confrontos.

Grapple Gauntlet: faz uso de um gancho que traz os inimigos para perto de você, o que te dá vantagem para confrontos corpo-a-corpo. Esta classe também possui habilidades defensivas, como barreiras pessoais e torretas automáticas.

Headhunter Drone: esta classe disponibiliza um drone em forma de águia que rastreia os inimigos próximos, te ajudando na caça e furtividade.

Antes de iniciar a partida, é possível escolher até duas das quatro habilidades da classe selecionada, que são liberadas conforme o jogador sobe seu nível. Tais habilidades possuem tempo de recarga após serem utilizadas. As classes também possuem habilidades passivas, que são fixas e aprimoradas durante as partidas utilizando recursos chamados Darwiniuns.

Os Darwiniuns são encontrados pelo mapa e servem para adquirir as habilidades da classe, além de aprimorar as habilidades passivas, conforme mencionado. Por exemplo, o Jet Wing possui uma habilidade passiva de aumentar a duração do voo, que pode ser melhorado gastando os Darwiniuns. O recurso também pode ser adquirido eliminando adversários e coletando seus pertences, o que estimula a caça e o combate na arena.



A customização do personagem fica apenas na aparência, sem mudar nenhuma qualidade do “boneco” durante as partidas. Os cosméticos são adquiridos em uma caixa chamada “Presente de Fã”, que conta apenas com um item. É possível realizar objetivos nas partidas para conseguir créditos e comprar as vestimentas.

Seja o Diretor do espetáculo!

Outro recurso bastante interessante implementado em Darwin Project é o Show Director. Além dos 10 lutadores na arena, há um 11º participante chamado de Show Director, que, por meio de um drone sobrevoando a arena, observa todos os jogadores e ajuda a determinar o rumo da partida.

O diretor pode se comunicar com os jogadores na arena, fazer comentários e influenciar a partida com um deck de habilidades que pode ajudar ou atrapalhar certos jogadores, além de escolher as zonas que serão fechadas. Entre os “truques” que ele pode realizar, estão deixar um jogador visível para os demais no mapa, entregar recursos diretamente para um jogador, aumentar a velocidade de todos os participantes e até deixar algum lutador invencível por um curto período.



O público também pode participar do jogo, ditando o que o diretor deve fazer. Para tanto, ele determina opções de ações a serem tomadas, e quem está assistindo pode votar em qual ação achar mais interessante. Conectando sua conta com a Twitch, os espectadores poderão interagir com a partida e votar nas ações, sem necessariamente estarem conectados ao jogo.

Este é um recurso bastante interessante e inovador para o gênero, servindo como mais um estímulo para criação de conteúdo. A ideia foi claramente inspirada na franquia Jogos Vorazes, em que o evento é coordenado por um Idealizador que mexe no jogo conforme achar mais interessante, além dos Patrocinadores, que podem ter preferência por um determinado jogador e querer ajudá-lo.


Modelo que consegue se manter?

O jogo está bonito e possui um visual cartunesco, que remete bastante a Fortnite, mas há alguns indícios de que essa receita não funcione por muito tempo. Mesmo com a interferência do Show Director, que em algumas partidas pode ser a IA do jogo, e a interação de espectadores, o jogo torna-se cansativo facilmente, com todas as partidas parecendo muito iguais entre si. Apesar da jogabilidade simples, a falta de armas e recursos variados faz com que o título caia na mesmice em todas as partidas.

O jogador em si não sobe de nível, mas sim as classes que ele utiliza. Como em cada classe há apenas duas habilidades desbloqueáveis até o nível 10, ao passar disso o jogo não nos traz uma sensação de evolução. O título não está 100% traduzido, com áudio e um texto ou outro ainda em inglês.

Darwin Project é uma ideia muito bacana, mas parece que faltou ambição em seu desenvolvimento. Por contar com partidas rápidas, com poucos jogadores em uma arena pequena e poucos recursos, o game não possui um apelo competitivo para se consolidar no meio, aspecto essencial para o sucesso de jogos online, principalmente no gênero combate até a morte. É uma experiência muito mais focada no casual, para quando não tiver o que jogar ou brincar de “o mestre mandou” em transmissões na Twitch.


Prós

  • Partidas rápidas e dinâmicas;
  • Inovador recurso de Show Director;
  • Jogabilidade simples;
  • Gratuito.

Contras

  • Torna-se repetitivo com muita facilidade;
  • Falta de evolução constante do jogador;
  • Demora para adquirir novos itens;
  • Sem apelo competitivo.

Darwin Project — PC/PS4/XBO — Nota: 7.0
Versão utilizada para análise: PS4

Análise produzida com cópia digital adquirida pelo autor
Revisão: Davi Sousa

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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