Hands-on

BGS 2019: Minecraft Dungeons (Multi) coloca o dungeon crawler dentro do universo da série de maneira simples e eficaz

Testamos a demonstração no evento e trazemos nossas primeiras impressões.


O sucesso de Minecraft continua fazendo com que a franquia se expanda além do seu jogo original e explore estilos diferentes. Já presenciamos aventuras episódicas em Minecraft: Story Mode e, em breve, a franquia explorará a realidade aumentada com Minecraft Earth. Durante a E3 2019, foi anunciada a nova empreitada da série: Minecraft Dungeons. O jogo da Mojang, que será lançado em 2020, traz o gênero dungeon crawler para o mundo da série. O estande do Xbox disponibilizou uma demonstração do game a qual tivemos acesso.


O título pode ser aproveitado em modo cooperativo de até quatro pessoas. No entanto, a demo que experimentamos era dedicada a somente um jogador. O teste se inicia já no meio de uma masmorra. É um cenário feito para se testar os controles, que não chegam a ser muito complexos. Com o botão A, usa-se a arma principal. Movendo o analógico direito, é possível se esquivar. Equipamentos de longa distância, como arcos e flechas, são ativados com o gatilho direito. Itens e habilidades especiais são utilizados com os demais botões, incluindo os botões de ombro. E, claro, move-se o personagem principal com o analógico esquerdo.


Ao se acostumar com o controle, já é possível perceber algumas mecânicas. De início, o movimento e a animação de ataque do personagem podem parecer um pouco lentos demais. Mas quando os inimigos aparecem, nota-se que, apesar da lentidão, o personagem é resistente e tem investidas fortes. É um simples sistema de risco e recompensa que funciona bem. Abrindo o menu, foi possível escolher outra arma mais leve e rápida, porém com menos poder. Então, o ritmo do jogo depende do estilo de cada jogador.

No menu, também é possível trocar armaduras e habilidades especiais. Essas últimas incluem bônus como aumento da velocidade de movimento ou um lobo que pode ser conjurado para ajudar nas batalhas. Cada equipamento altera os atributos de força do personagem. Curiosamente, essa é a única variável dada ao jogador. Não há atributos de defesa ou para ataques especiais, por exemplo.


Por um lado, isso pode fazer com que o game seja acessível a pessoas sem a prática de monitorar uma série de estatísticas como crianças. Por outro, deixa dúvidas sobre o balanceamento do jogo e como ele impedirá que o jogador equipe somente os itens que lhe deem alta força e deixe de explorar suas outras opções. Um sinal de como esse balanceamento pode ser feito é mostrado por meio das habilidades especiais e itens. Eles podem ser utilizados de maneira ilimitada, porém é necessário esperar um tempo até o próximo uso.

No momento dos combates, o jogo torna-se uma espécie de button mashing: apertar A repetidamente para vencer. Mas, para inimigos mais difíceis, é necessário se esquivar de maneira eficiente, pois atacá-los sem objetivo algum certamente leva a mortes. Durante o tempo limitado da demo, as lutas nunca chegaram a se tornar repetitivas devido à variedade de inimigos vindos da franquia, como esqueletos, aranhas e até o Enderman, cada um com mecânicas de combate diferente. Além disso, missões paralelas à exploração fazem com que a fase torne-se mais dinâmica. No nosso caso, tivemos que levar uma chave a uma porta bloqueada evitando os inimigos, já que um ataque deles fazia com que a chave voltasse aos poucos ao seu lugar de origem.



À medida em que se avança pela masmorra, os inimigos tornam-se mais desafiadores até que chega um ponto em que a quantidade de vilões na tela é muito grande, obviamente algo pensado para ser enfrentado por quatro jogadores. Como nossa experiência foi single player, morremos várias vezes nesse momento, o que deixou uma sensação de injustiça. É preciso ver como a versão final do game irá escalonar a dificuldade baseada na quantidade de jogadores.

Um aspecto interessante do título é que não há mecânicas clássicas do game original, como coleta de materiais e construção de itens com eles. O foco é realmente na ação e na exploração. É um movimento ousado, que aposta na força da marca Minecraft. Afinal, não havendo a jogabilidade principal da franquia, todas as fichas são apostadas no aspecto visual.


Minecraft Dungeons aparenta ser um game que cumpre bem aquilo a que se propõe: um dungeon crawler simples, direto e dinâmico. Há alguns pontos que podem ser refinados, mas o que experimentamos aponta para um jogo que trará momentos divertidos com amigos.

O jogo será lançado em 2020 para Xbox One, PC, PS4 e Nintendo Switch.

Jornalista, analista de mídias, PcD e entusiasta de games desde que jogou Pokémon Azul no Game Boy Color nos anos 90. De lá para cá, tenta aproveitar ao máximo todos os consoles no pouco tempo que a vida adulta permite. Se não está escrevendo para o Blast ou demorando anos para zerar um jogo, está no Twitter (@DanielMorbi) e no Instagram (@danielmorbi_)
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