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Análise: The King of Fighters ALLSTARS (IOS/Android): une o melhor de dois gêneros na palma da sua mão

Colecione os personagens carismáticos e marcantes da franquia com direito a muita pancadaria e golpes especiais.


Quando a Netmarble divulgou a produção de The King of Fighters ALLSTAR, confesso que fiquei receoso por acreditar que jogos de luta não se encaixam bem em aparelhos móveis. Para a minha surpresa, eles souberam adaptar a velocidade e plasticidade dos movimentos característicos dos jogos de luta junto com a simplicidade e mecânica viciante dos jogos beat’ em up em um título que sabe saudar os veteranos que viveram a era dos fliperamas e introduz muito bem iniciantes a uma das melhores franquias dos jogos de luta.

A busca pelo rei dos lutadores

Não se engane por se tratar de um jogo para dispositivos móveis, KoF ALLSTAR vai te explicar todo o enredo da saga tão bem quanto qualquer jogo tradicional da famosa franquia da SNK. A campanha principal reconta a trama desde os primórdios em KoF 94 até o 98.



O diferencial aqui está no fato deles tratarem o enredo original como “um jogo dentro de um jogo”. Todas as competições são encaradas como um evento dentro de um sistema que é gerenciado por um grupo chamado Tuners. À frente desse grupo temos um trio de personagens curiosos que aparentam ser os responsáveis para que o sistema funcione de forma perfeita e passam a nos perseguir durante a trama, tratando-nos como um bug em seu sistema.



A trama é passada através de diálogos e pequenas cut-scenes animadas que vão passando na tela. Iniciamos a aventura sozinhos e sem memória até nos deparamos com uma simpática garota chamada Noah, que passa a nos acompanhar e guiar durante o enredo.



Pessoalmente, foi uma experiência agradável e nostálgica revisitar as edições do torneio e aprender novos detalhes que eram vagos nos jogos de luta. Mesmo aqueles que nunca tiveram contato com a série não terão problemas para se ambientar pela forma como os lutadores são apresentados nos diálogos.

 Jogabilidade viciante

Na hora da ação, seguimos com nosso trio, três ajudantes e um suporte em fases que vão desde cenários genéricos até recriações de arenas clássicas dos jogos da franquia. A luta ocorre em sentido lateral e os inimigos vão saltando na fase enquanto abrimos nosso caminho com muita pancadaria até o chefe no final da fase. Eles podem ser criações exclusivas do jogo ou os próprios lutadores da série de acordo com o capítulo da história.



O interessante é poder trocar entre os lutadores que compõe o trio durante a fase, e melhor, é possível usar essa mecânica para prolongar ainda mais a sequência de golpes. E isso vale para os ajudantes também, que entram de maneira breve para soltar um ataque, e os suportes, que ficam por um tempo maior desferindo ataques contínuos.

Montar o trio é uma tarefa complexa pelas diversas combinações de lutadores, mas ao mesmo tempo muito divertida.


Os comandos do jogo funcionam muito bem para a mecânica de dispositivos móveis. Por meio de botões virtuais podemos desferir ataques comuns, habilidades especiais e finalizadoras, além da esquiva e defesa. Aprender o tempo certo dos golpes e conectar cada um deles com as habilidades foi um desafio muito divertido e que me fez lembrar em muito aos jogos de luta tradicionais.

Para que deixar o oponente descansar no chão quando podemos prolongar nossos combos?


A jogabilidade é sem dúvida o ponto alto na experiência em KoF ALLSTAR e o maior acerto da Netmarble. Pude construir um trio com personagens favoritos e me diverti ao aprender o tempo entre os golpes e habilidades para jogar inimigos para o alto para continuar a sequência no maior número possível de hits. Essa dinâmica me trouxe uma série de referências a gêneros do meu agrado, como luta, hack n’ slash e o próprio beat em up.   

Para trazer ainda mais empolgação, o jogo tem um visual muito caprichado para um jogo mobile. O desenho dos personagens é muito bonito, com os golpes executados de forma plástica e cheio de efeitos especiais. As vozes são outro detalhe que vão pegar, principalmente, os fãs da franquia, pois são idênticas às vozes dos jogos originais. A risada sádica de Iori Yagami, o grito estridente da Orochi Leona, estão todos lá para dar aquela sensação nostálgica.



 Cada lutador traz uma cor em uma escala de 5 cores, onde cada uma apresenta vantagem sobre a outra. E isso foi fator determinante em uma algumas partidas que realizei na Arena. E é justamente nesse modo que damos um tempo do padrão do modo história — consegui enfrentar a composição de outros jogadores em partidas rankeadas, mas apenas em modos em que a máquina controlava o oponente.

Não consegui testar as modalidades em tempo real (Partida Amistosa e Torneio de Temporada) por dois fatores: a falta de jogadores, que se justifica por o jogo não ter sido lançado ainda no período dessa análise, e a baixa qualidade da conexão com os servidores. Existem quatro servidores no total e em todos eles meu sinal de conexão não saiu do vermelho, mesmo com uma internet estável e de boa velocidade.



Nos demais modos, o desempenho do jogo ocorreu de forma satisfatória no meu celular (Lenovo K6), que já se encontra obsoleto entre os modelos atuais. No começo as configurações gráficas vem padronizadas no máximo, mas elas podem ser ajustadas a qualquer momento nas opções do jogo.

Testei os dois extremos e fiquei muito impressionado com sua capacidade máxima com o custo de exigir muito mais da bateria do celular. Da mesma forma, fiquei muito satisfeito ao ver que o jogo continuou bonito – mesmo com o aumento de serrilhados – e seu desempenho não foi muito prejudicado nas configurações mínimas.



As pessoas que tiverem dificuldade com inglês poderão ficar tranquilas, pois o jogo está totalmente em português. As traduções, inclusive, estão muito bem feitas. O único problema ficou por conta de alguns textos explicativos que ficaram cortados nos menus de navegação.

Muito além de um ótimo gasha

KoF ALLSTARS é fundamentado no modelo Gasha muito comum nos jogos mobile e que faz referência às gashapons – uma espécie de máquina de brindes muito comum no Japão. Entretanto, o título traz uma série de atrativos extras que vão sendo liberados conforme o nosso progresso nas missões principais e no nível da conta. Já no menu principal encontramos diversos eventos e comemorações festivas que nos garantem um belo bônus para dar aquela melhorada na conta.



Pela minha experiência em outros jogos no modelo Gasha, KoF ALLSTAR se mostrou muito generoso, pois em um total de 4 invocações de 10 personagens realizada, em cada uma delas eu consegui um personagem ultra-raro. A moeda utilizada para as invocações é o rubi e ela pode ser adquirida ao completar os objetivos diários, missões de evento e capítulos da história. Para aqueles que tiverem condições de investir dinheiro real, é possível comprá-los na loja do jogo.

Na loja também é possível comprar assinaturas mensais que concedem quantias diárias de rubi, recursos para o nosso time e até tickets para invocação de personagens. Os valores, de maneira geral, estão ligeiramente abaixo da média se compararmos a outros jogos do tipo.

Os lutadores são divididos em três raridades: raros com 3 estrelas, super-raros com 4 estrelas e ultra-raros com 5 estrelas. Para testar o balanceamento do jogo, fiz questão de investir em um personagem com apenas 3 estrelas e, felizmente, ele manteve um desempenho excelente no competitivo.

Uma experiência de respeito

The King of Fighters ALLSTAR é uma excelente pedida para os veteranos da famosa série de luta da SNK e um convite interessante para iniciantes. A Netmarble executou um excelente trabalho ao adaptar dois gêneros muito queridos e que carecem de mais atenção por parte da indústria de jogos.
Poder rever personagens clássicos, com visuais e falas de forma fidedigna, não só fez com que eu deixasse meu console um pouco de lado, mas fez com que eu desejasse ter esse mesmo jogo para o console. Fica aqui a torcida para que a qualidade de conexão dos servidores melhore com o seu lançamento.

Prós

  • Visual excelente para um jogo mobile;
  • Mecânica agradável e cativante;
  • Vozes originais dos lutadores;
  • Sistema de evolução de lutadores robusto e que ajuda a equilibrar o jogo para jogadores F2P;
  • Textos em português.

Contras

  • Qualidade da conexão com os servidores muito baixa;
  • Textos explicativos cortados em alguns menus.

The King of Fighters ALLSTAR – IOS / Android – Nota: 9.5
Versão utilizada para análise: Android

Análise feita com cópia digital cedida pela Netmarble
Revisão: Farley Santos

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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