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Análise: Torchlight II (Multi) é uma excelente opção para os amantes de RPGs de ação

Título da Runic Games finalmente chega aos consoles pelas mãos da Panic Button.


Torchlight II (Multi) é um RPG de ação lançado originalmente em 2012 para PC e em 2015 para OS X e Linux. Agora, em 2019, o game chega para PS4, Xbox One e Switch, trazendo muita matança de monstros, recompensas diversas e uma ampla variedade de cenários para serem explorados.

Caçando monstros, subindo de nível e a busca pelo loot perfeito

Torchlight II possui um combate bastante semelhante a Diablo III (Multi). Com câmera na transversal, o jogador utiliza um vasto arsenal de armas e habilidades especiais para dizimar grupos de inimigos por diversos cenários.

Há quatro classes disponíveis e cada uma delas se diferencia pelas habilidades especiais que oferecem. O Ignis-mago, por exemplo, foca em magias elementais de fogo, gelo e raio, e o Forasteiro é excelente como opção de ataque à longa distância. Entretanto, os armamentos podem ser utilizados por qualquer classe disponível (apena alguns são restritos a classes específicas).

A liberdade conferida pelos equipamentos não se reflete na distribuição de pontos de características e, consequentemente, potência das habilidades especiais. Força, Destreza, Foco e Vitalidade são fundamentais para que determinados tipos de habilidades tenham eficiência em combate. Ainda assim, é muito possível montar uma build e transformar um mago em um mago-lutador, por assim dizer.

Derrotar monstros e concluir missões bonifica o jogador com quantias de pontos de experiência. Conforme sobe de nível, pontos de habilidade são concedidos e podem ser distribuídos em três árvores distintas, e os poderes liberados são mapeados para os botões do controle de acordo com o desejo do jogador. O básico de um bom RPG.



Inimigos de elite concedem quantias de Fama para o personagem do jogador. Subir de nível de fama desbloqueia um ponto de habilidade adicional e… só. O sistema parece desperdiçado ao não oferecer nenhum tipo de função ou mecânica extra.

Batalhas contra chefes são especialmente divertidas, principalmente por serem criaturas bastante únicas com relação às outras do jogo, evitando apenas emular versões parrudas de inimigos menores. O desafio tende a crescer durante essas batalhas, o que exige que o jogador esteja sempre atento aos monstros ao redor e à sua saúde e barra de mana para sobreviver.

O sistema de quests é simples e sem firulas. Missões principais são ativadas conversando com personagens-chave em HUBs seguros do game, e missões secundárias podem ser adquiridas tanto nos HUBs quanto nos locais que exploramos enquanto a matança de monstros ocorre. Nenhuma missão secundária, porém, se destaca de maneira brilhante, sendo excessivamente frequente a presença de objetivos de busca de objetos e eliminação de monstros. Ainda assim, serve como bom pretexto para apresentar novas áreas ao jogador repletas de monstros para serem trucidados.

Torchlight II se destaca de forma brilhante em sua jogabilidade. O ciclo sem fim de “andar, batalhar, saquear itens” é prazeroso e mantém o jogador instigado a continuar. O senso de progresso e fortalecimento é nítido, e a possibilidade de variar os estilos de combate torna tudo ainda melhor.



Detalhe incômodos e uma luz no fim do túnel

Torchlight II conta com um gerenciamento de itens precário. Os equipamentos ficam dispostos em Categorias em um menu radial, o que facilita o mapeamento para os analógicos do controle. Entretanto, o jogo não permite classificar a ordem dos itens de acordo com certos aspectos (como poder de ataque ou defesa), fazendo com que o jogador tenha de procurar pela imensa lista de itens no inventário para conseguir encontrar o melhor equipamento.



A trama de Torchlight II vê o protagonista seguindo os rastros do Alquimista, um ser maléfico que destruiu a cidade de Torchlight e agora busca uma cura para a maldição que caiu sobre si. E é isso. Nenhum ponto adiante da premissa da história do jogo é interessante, servindo apenas como pano de fundo para colocar o jogador para batalhar e subir de nível.

O título se sobressai, porém, ao oferecer amplos cenários variados para o jogador explorar. Desertos, cavernas, reinos infernais, fortalezas são apenas alguns dentre outros ambientes. São muito bem distintos entre si, tanto em sua composição visual quanto nos inimigos que neles vivem. Variedade de elementos definitivamente é um ponto positivo do game, fortalecido por seu visual cartunesco e colorido.

O primor visual, porém, faz com que o desempenho pague um pequeno preço, principalmente em momentos caóticos de batalha. Esses momentos fazem com que o jogo tenha quedas massivas de fps, mas nada que atrapalhe a jogatina. É apenas nítido para os mais atentos. Além disso, ocasionalmente pressionar o botão de ativar o mapa no canto da tela faz com que o jogo tenha pequenas travadas, mas a troca de áreas parece resolver o problema.

Torchlight II (Multi) é uma excelente opção para quem busca um RPG de ação com combates de qualidade e bom senso de progresso. Esqueça a história, escolha sua classe e chame os amigos para dizimar monstros, ficarem famosos e buscar os melhores saques.

Prós

  • Combates divertidos graças à ampla variedade de monstros e locais;
  • Batalhas contra chefes;
  • Senso de progresso e fortalecimento;
  • Multiplayer online para até quatro jogadores;
  • Visual cartunesco e colorido.

Contras

  • Gerenciamento de inventário mequetrefe;
  • História serve somente como pano de fundo para a jogabilidade.
Torchlight 2 — PC/PS4/XBO/Switch — Nota: 8.5
Versão utilizada para análise: Xbox One
Análise produzida com cópia digital gentilmente cedida pela Perfect World Entertainment 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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