Jogamos

Análise: What Remains of Edith Finch (Multi) conta uma trágica história familiar de forma simples e envolvente

Junte-se à Edith na busca pela verdade sobre o passado da amaldiçoada família Finch.






Desenvolvido pela Giant Sparrow e lançado em 2017, o premiado What Remains of Edith Finch (Multi) é uma experiência imersiva e emocionante que apresenta a família Finch e sua intrigante casa no meio de uma ilha.


Ao decorrer das poucas horas de jogo, sob o controle de Edith, o jogador explora a residência que serve de cenário durante toda a história. Descobrimos, junto de Edith, o drama por trás da casa e de quatro gerações de sua família, onde todos tiveram mortes trágicas e algumas até muito precoces.

A Maldição da Família Finch

No estilo de aventura e em primeira pessoa, controlamos a protagonista Edith Finch que herdou a casa, onde viveu até os onze anos de idade, após o falecimento de sua mãe. Sendo a última Finch viva, Edith retorna à casa que seu tataravô, Odin, idealizou ao imigrar da Europa, onde todos os integrante da família moraram desde então.


Odin sempre acreditou que sua família vivia sob uma maldição na qual seus parentes faleciam precocemente ou de forma trágica. Ele então decide deixar a Noruega com sua filha, genro e neta, mas acabou por falecer durante uma tempestade no percurso. O genro de Odin, Sven, então começa a construir a nova residência dos Finch na ilha próxima onde naufragaram, que serviria de recomeço para a família e futuras gerações.

“Exploração” de uma casa nem um pouco convencional

Durante toda a história exploramos a casa herdada por Edith, que busca conhecer mais sobre o passado de sua família já que sua mãe, Dawn, passou a vida tentando esconder a verdade de sua filha.

A “exploração” é realizada de forma linear, onde um cômodo leva para outro através de passagens secretas nas paredes, assoalhos, fundos falsos ou atalhos por fora da mansão. Pelo olho mágico das portas são apresentadas mais informações sobre os donos dos quartos, tudo sob o ponto de vista e narração de Edith.


Como os fatos apresentados durante a trama não seguem uma ordem cronológica, a exploração poderia ser realizada de forma mais livre, com mais opções de passagens a serem descobertas, o que ajudaria ainda mais na imersão da história.

A disposição dos ambientes, que foram construídos conforme a chegada de cada novo membro à família, fez com que a casa adquirisse um formato sem uniformidade e bastante diferente do convencional, como uma torre, simbolizando o caos e a desordem que eram predominantes na história da família Finch.

Os contos de quatro gerações

Cada quarto pertenceu exclusivamente a um dos membros da família, cada qual tendo sido transformado em um memorial após o falecimento do dono e teve a porta lacrada pela mãe de Edith, em respeito à memória do parente. Uma vez dentro de cada cômodo, acessado pelas passagens secretas, podemos conhecer um pouco de seu morador e sua personalidade.

Ao interagir com o memorial do dono do quarto uma nova narrativa é iniciada, como se cada membro da família se tornasse um mini capítulo no jogo. A partir do ponto de vista do familiar, passamos a conhecer parte de sua história e os problemas enfrentados que antecederam sua morte.


Cada conto possui uma forma de narração diferente e controles específicos. Poucos minutos são necessários para nos apegarmos aos personagens, os quais possuem histórias e experiências facilmente identificáveis ao jogador, dependendo de sua experiência de vida.

A maioria das histórias traz reflexões sobre a vida e o melhor que podemos tirar dela, o quanto o ambiente ao nosso redor influencia nossos comportamentos e hábitos, bem como as consequências de nossas escolhas. A apresentação é feita de forma leve e envolvente, o que torna difícil não se emocionar com cada Finch que conhecemos.

Experiência exaltada pela simplicidade

Os controle do jogo limitam-se à movimentação dos personagens, aproximar a visão no L2 e interagir com os objetos no R2. Em algumas das histórias há controles diferentes, mas nada muito elaborado. Também é possível acessar o diário de Edith, onde ela atualiza a árvore genealógica da família a cada final de conto, e serve como um marcador de progresso no jogo.


A interação com o ambiente resume-se apenas a objetos que liberam as passagens e dentro das histórias. Apesar dos cenários serem ricos em detalhes que chamam bastante a atenção na exploração, não existe nenhuma interação além das citadas, algo que poderia enriquecer ainda mais o enredo e gastar um pouco mais de tempo no jogo.

Pode ser que os desenvolvedores tenham optado por uma jogabilidade mais simples e limitada para dar foco exclusivamente à narrativa, tendo como exemplos Journey (PS3/PS4) e Abzu (Multi), para não comprometer a experiência e imersão da história, que acontece de forma bem suave.

Apesar da falta de interação, é possível gastar um bom tempo observando os cenários com vários detalhes que nos fazem aprender mais um pouco mais sobre a família Finch. Graficamente, o jogo é muito bonito, mas nada avançado para a atual geração. A trilha sonora é marcante em vários momentos e um dos pontos altos do jogo, fazendo toda a diferença na narração das histórias.

O único problema notado durante a jogatina, no PS4, foi de longos carregamentos entre a troca de alguns cenários, o que acaba por quebrar um pouco a continuidade do jogo e te faz "desligar" por alguns segundos.

Vale a pena jogar?

What Remains of Edith Finch não é um jogo para qualquer um. Com foco total na narrativa e experiência a ser proporcionada ao jogador, sem inimigos a serem combatidos nem puzzles para aumentar a dificuldade (que na verdade é inexistente), o título mexe com as emoções e nos faz refletir sobre nosso tempo neste mundo, como podemos tirar o melhor proveito da vida e o fato que cada segundo vale a pena.

Durante suas duas horas e meia, isso com bastante tempo de exploração da casa, conhecemos e nos apegamos a personagens em questão de minutos. O cuidado com cada detalhe, desde a ambientação quanto a narração imersiva e envolvente, torna o jogo uma experiência obrigatória para os fãs do gênero.


Prós

  • Narrativa imersiva
  • Personagens bem desenvolvidos para o curto período de apresentação
  • Trilha sonora marcante
  • Cuidados com os detalhes dos cenários

Contras

  • Nenhuma interação com o ambiente além das obrigatórias
  • Curta duração, mesmo com bastante exploração
  • Carregamentos demorados que comprometem a continuidade
What Remains of Edith Finch — PC/PS4/XBO — Nota: 8.0
Versão utilizada para análise: PS4
Análise produzida com cópia adquirida pelo redator.
Revisão: Giba Hoffmann

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Excelente. historia envolvente, te prende no jogo, muita coisa pra explorar. valeu a pena baixar.

    ResponderExcluir

Disqus
Facebook
Google