Top 10

As 10 temáticas de fases mais marcantes

Já seria possível fazer uma lista só citando Donkey Kong Country, Sonic, Mario e Mega Man.



Em jogos de plataforma mais tradicionais, no intuito de criar variedade às fases jogadas ao longo de uma campanha, não era incomum a concepção de fases temáticas com uma série de características específicas que aos poucos, foram se tornando senso comum no imaginário dos jogadores de videogame, como o fato das fases de gelo serem escorregadias ou as de deserto terem areia movediça.


Com os avanços tecnológicos e mudanças na forma de se jogar videogame, aos poucos a arte de conceber fases temáticas foi se perdendo em detrimento de um mundo aberto que normalmente exige mais consistência e unidade temática em seu todo para evitar mudanças abruptas que possam causar estranhamento, embora alguns jogos como Red Dead Redemption (X360/PS3) e The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/Switch) tenham conseguido essa façanha.

Com a intenção de manter essa ideia viva, vamos listar as dez melhores temáticas usadas nos videogames e como suas características as tornaram marcantes, além, é claro, de listar alguns representantes em seu gênero como exemplos.

10 – Gelo

Fases de gelo são geralmente o maior dos testes de precisão para um jogador, perdendo talvez apenas para os estágios com plataformas suspensas móveis. O fato de existir uma série de estalagmites pontudas onde o personagem pode cair, bem como estalactites instáveis que podem cair a qualquer momento — além do chão escorregadio — acabam sendo características registradas desse tipo de fase, presente não apenas em jogos de plataforma, mas em qualquer outro que preza pela alternância de ambientes, como é o Monte Snowpeak e as Ruínas Snowpeak de The Legend of Zelda: Twilight Princess (Wii/GC). 

Escorregões marcantes: Cool, Cool Mountain de Super Mario 64 (N64), Ice Cap Zone de Sonic The Hedgehog 3 (Mega Drive), praticamente todos os estágios finais de Donkey Kong: Tropical Freeze (Wii U/Switch), Mt. Coronet de Pokémon Diamond, Pearl e Platinum (DS) e Freeze Man Stage, Ice Man Stage e Blizzard Man Stage, todos da série Mega Man


9 -  Fogo e Lava

As fases de fogo e lava também são marcantes pela diversidade de formas que elas podem apresentar. Podem ser um ambiente completamente hostil como as fases do Bowser nos jogos da série Mario ou ainda lugares onde a lava acaba se combinando com outros elementos de cenário, como a Marble Zone de Sonic: The Hedgehog (Mega Drive) ou as Minas Goron de The Legend of Zelda: Twilight Princess, esse tipo de estágio quase sempre é sinônimo de desafio acentuado na reta final do jogo.

Queimaduras exemplares: Lethal Lava Land de Super Mario 64, Lost City de Shovel Knight (Multi), Norfair de Super Metroid (SNES), Amazonia em Twisted Metal 2 (PS), Volcano de Pokémon Snap (Nintendo 64).

8 – Fases aquáticas e submersas

Esse tipo de fase é marcante não pela dificuldade ou variedade, mas pela frustração em jogá-la. Desde o clássico e infame Templo de Água de The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64) às fases aquáticas de Sonic, que vão contra o ideal do jogo de correr o mais rápido possível sem fazer ideia do que realmente está acontecendo na tela, esse estágio temático normalmente carrega o estigma de simplesmente trazer uma física incômoda que geralmente atrapalha toda a fluidez do gameplay, praticamente dobrando o tempo que normalmente seria exigido para uma fase comum em terra.

Afogamentos frustrantes: Meia Hoenn em Pokémon Ruby, Sapphire e Emerald (GBA), o mundo d’A Pequena Sereia em Kingdom Hearts II, Aquas em Star Fox 64 (N64), The Combination de Conker Bad Fur Day (N64).


7 – Cemitério e Construções mal-assombradas

Quase sempre com uma atmosfera gótica, as fases de cemitério e outras construções mal-assombradas muitas vezes acabam por ditar jogos completos, como Ghouls ‘n Ghosts  ou até mesmo séries inteiras, como Castlevania e Resident Evil. Também são responsáveis por causar trauma nas crianças, como é o caso da Pokémon Tower em Lavender Town de Red/Blue/Yellow (GB).  

Sustos memoráveis: O jogo inteiro em Luigi’s Mansion (GC), The Woods em Michael Jackson’s Moonwalker (Arcade/Mega Drive), o prólogo e o epílogo de Bayonetta (Multi), Altered Beast (Mega Drive).


6 – Urbana

O legal de fases urbanas é que elas podem aparecer várias vezes em um mesmo jogo, mas ilustradas de formas diferentes, como adicionando uma temática asiática, como em MadWorld (Wii) ou restringindo o jogo apenas ao topo dos prédios, como Spider-Man 2: The Sinister 6 (GBC). É um tema clássico, mas ainda assim dificilmente dá errado justamente pela diversidade que pode apresentar. Além disso, jogos de mundo aberto se beneficiam dessa qualidade, pois conseguem dar mais variedade a um único mapa, criando áreas de interesse características bem marcantes.

Outras cidades memoráveis: New Donk City de Super Mario Odyssey (Switch), uma infinidade de beat’em ups, como Double Dragon (Arcade) e Streets of Rage (Mega Drive).

5 – Pirâmide

Estágios de pirâmide são clichês, mas dificilmente deixam uma impressão ruim, mesmo que passemos nervoso por saber que um passo em falso pode ativar uma armadilha escondida, bem como a areia movediça que geralmente é morte certa. Nota-se que nem sempre a pirâmide precisa ser egípcia, visto que alguns jogos, como Red Dead Redemption: Undead Nightmare (X360/PS3) se utilizaram das versões mesoamericanas de tais construções.

Labirintos claustrofóbicos: uma série de fases de diversos jogos de Mario, como quase todo o mundo 2 de Super Mario World 3 (NES), Pharaoh Man Stage em Mega Man 4 (NES), uma infinidade de níveis em Crash Bandicoot, Temple Grounds em Arms (Switch), Battle Pyramid de Pokémon Emerald (GBA)

4 – Fábrica

As fases de fábrica são interessantes porque sempre brincam com a atenção do jogador ao introduzir esteiras rolantes ou jatos de fumaça que geralmente causam dano, além de promover uma sensação de claustrofobia, caso a facilidade em questão se apresente como um lugar escuro e sinistro. Em Batman: Arkham City (Multi) há uma série de sequências nas Indústrias Sionis, onde o Coringa se esconde. Em Donkey Kong Country (SNES) também há a fase Kremkroc Industries, Inc., cuja trilha sonora, Fear Factory, é tranquilamente um dos temas mais subestimados da série.

Fábricas memoráveis: Junk Man Stage em Mega Man 7 (SNES), Grunty Industries em Banjo-Tooie (N64), Toad’s Factory em Mario Kart Wii, Ancient Factory em Blue Dragon (X360), a Power Plant em Pokémon Red, Blue e Yellow, bem como nos remakes FireRed & LeafGreen (GBA).

3- Orgânica

Geralmente são fases dentro de qualquer coisa que dê a impressão de organismo vivo ou capaz de se decompor, como dentro de um monstro ou que dê tal sensação, como uma colmeia ou dentro de uma árvore. Há várias formas de fazer isso acontecer, seja um monstro gigante engolindo o protagonista, seja o personagem jogável que acaba encolhendo ou ainda é uma construção possuída por algum tipo de entidade orgânica. Em The Legend of Zelda: Ocarina of Time, por exemplo, há tanto a dungeon inicial do jogo, dentro da Great Deku Tree quanto a que é dentro das entranhas da deidade Jabu-Jabu. Já numa versão mais bem mais radical e politicamente incorreta, há também a fase dentro do Senhor Escravo em South Park: The Stick of Truth (Multi), em que o jogador precisa desarmar uma bomba escondida em um de seus orifícios.

Outras entranhas marcantes: o interior do Bionis em Xenoblade Chronicles (Wii), dentro do Leviathan em Devil May Cry 3 (PS2/PC), o Dragão Aquático que também serve como fase de água em Okami (PS2/Wii), Cronos em God of War III (PS3), diversos momentos na série Final Fantasy, vários níveis na série Contra, o jogo inteiro em Salamander/Life Force (NES).


2 – Fase de Parque de Diversões

A graça dos Parques de Diversões é que eles muitas vezes são um perigo já na vida real, então não seria muito complicado transpassá-los para os videogames de modo que oferecessem algum desafio ao jogador. Donkey Kong Country 2 (SNES), por exemplo, traz uma fase sobre trilhos em que o jogador fica em cima de um carrinho de montanha-russa. O tema em questão também se mostra diverso por ser capaz de trazer também a temática circense, visto que muitas vezes são coisas atreladas, seguindo o estilo norte-americano. Costumam marcar presença em jogos de terror, como o Dark Carnival de Left 4 Dead 2 (Multi) e Silent Hill (PS).

Outros carnavais memoráveis: World Bowser em Super Mario 3D World (Wii U), Carnival Night Zone em Sonic The Hedgehog 3 (Mega Drive), WitchyWorld em Banjo-Tooie (N64), Clown Man Stage em Mega Man 8 (PS), Billy Crane's Traveling Carnival em Bully (Multi).

1 – Fase de Trem

Muitas vezes traiçoeiras por colocar o jogador em um espaço estreito para se movimentar e algumas vezes com chance até mesmo de ser jogado para fora, fases de trem são sempre marcantes em sua ideia básica que geralmente consiste em ir do final da locomotiva até a cabine principal do maquinista, às vezes alternando entre ambientes internos e externos. Em Red Dead Revolver (PS2/XB), por exemplo, o jogador precisa alternar entre os vagões e um cavalo que acompanha o trem em questão. Em Killer is Dead (X360/PS3), o chefão final acaba por ser a própria máquina. É difícil pensar em fase de trem e não guardar boas recordações delas.

Outras locomotivas marcantes: Charge Man Stage em Mega Man 5 (NES), Bury My Shell At Wounded Knee em Teenage Mutant Ninja Turtles IV: Turtles in Time (SNES), Mission 3 em Metal Slug 2 (Arcade), Macbeth Planet em Star Fox 64 (N64), El Greco em Sunset Riders (Arcade), Goldeneye 007 (N64).



Achou que faltou alguma fase memorável nos exemplos ou temática marcante na lista? Deixe nos comentários! 

Revisão: João Paulo Benevides

É jornalista formado pelo Mackenzie e pós-graduado em teoria da comunicação (como se isso significasse alguma coisa) pela Cásper Líbero. Tem um blog particular onde escreve um monte de groselha e também é autor de Comunicação Eletrônica, (mais um) livro que aborda história dos games, mas sob a perspectiva da cultura e da comunicação.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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