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Análise: Owlboy (Multi) é uma calorosa jornada sobre pertencimento

Embora curta, a experiência oferecida pela D.PAd Studios é emocionante de se ver e ouvir.


Lançado para PC em novembro de 2016, Owlboy (Multi) recebeu ótimas críticas por parte da imprensa e do público. No dia 10 de abril deste ano, ele chegou para PlayStation 4 e Xbox One, e irá desembarcar no Switch no dia 29 de maio. Os donos de qualquer uma das plataformas não poderiam ficar mais felizes e satisfeitos com a chegada deste grande jogo, cuja análise você confere agora.


O papel das Corujas

As corujas servem como guardiãs do mundo de Owlboy, usando suas asas para voarem pelos céus e por entre as ilhas flutuantes onde vivem os habitantes, vigiando e garantindo a segurança de todos. Nosso protagonista se chama Otus, uma coruja em treinamento. Otus é desajeitado, inexperiente, ingênuo e não consegue falar. Todos esses traços são sempre evidenciados nos diálogos que o jogo apresenta, principalmente entre Otus e seu mestre Asio. O antagonismo fica por conta dos Piratas, uma raça de robôs liderada pelo Capitão Molstrom que busca adquirir três relíquias poderosas, capazes de darem a eles poder suficiente para subjugar todas as outras raças. Cabe a Otus e seus amigos impedirem que Molstrom atinja seu objetivo.

A história de Owlboy nos é contada de maneira simples, repleta de diálogos. Com algumas reviravoltas pontuais e um tanto quanto inesperadas, a trama se mostra competente ao mostrar a jornada de crescimento de Otus, cujos papel e existência são sempre diminuídos por seu mestre, Asio. A evolução da corujinha se mostra ainda mais presente nos minutos finais do jogo, completando sua jornada de maneira calorosa.



E o que seria de Otus se ele não tivesse bons personagens com os quais pudesse interagir? Os amigos de Otus, especialmente Geddy, cativam com seus incentivos e a amizade, enquanto pentelhos como Fib e Bonacci diminuem a existência do protagonista. A jornada de Otus não é apenas de crescimento e de reafirmação de seu papel como uma coruja guardiã; é também uma jornada sobre amizade e pertencimento. Muitos estão dispostos a deixá-lo em descrédito, mas os poucos que estão de fato ao seu lado se dispõem a apoiar Otus em todos os momentos de necessidade e ajudá-lo a pertencer àquele mundo.

Com gráficos pixelados e um estilo artístico colorido e maravilhoso, o visual dá vida ao mundo, personagens e, consequentemente, à história de Owlboy. Os traços de personalidade dos personagens, especialmente de Otus, são muito bem emulados em tela, através de expressões faciais e corporais muito bem feitas. Os ciclos de dia e noite embelezam todos os cenários do game, desde cavernas e tumbas até os céus entre a vila de Vellie e a capital Advent. Para completar a beleza da jornada, temos uma trilha sonora orquestrada maravilhosa, capaz de aquecer o coração de todos que estão em frente à tela.



Uma mistura de gêneros divertida, mas pouco corajosa

Owlboy implementa em sua jogabilidade gêneros como “metroidvania”, shoot’em up e plataforma. Dos três citados, o mais bem aplicado e evidenciado é o shoot’em up. Otus pode voar e carregar um de seus amigos como auxílio. Cada um deles possui uma habilidade específica que serve tanto para ataque quanto para desbloqueio de caminho nos cenários. Quando Otus está voando e carregando um amigo, o jogador mira e atira como em um jogo de tiro de “navinha”. No geral, derrotar inimigos comuns é algo simples e com desafio leve. As lutas contra chefes, por outro lado, oferecem uma boa dose de desafio e se diferenciam bastante dos conflitos normais do jogo. Os chefes possuem ataques frenéticos que ocupam grande parte da tela, exigindo atenção e reflexo do jogador para desviar e contra-atacar no momento certo.



As seções de plataforma do jogo são poucas, sendo mais evidentes na resolução de alguns quebra-cabeças. Otus pode voar, então o deslocamento  pelo cenário acaba sendo feito mais através de vôo do que pulos e “plataformas” de fato. Por fim, temos o gênero “metroidvania”, timidamente incorporado no game. Digo timidamente pois mesmo que ele se faça presente, pouco se desenvolve. O game oferece pouquíssimas habilidades que são exigidas na hora de se avançar e descobrir outros caminhos e segredos. A variedade é muito restrita. Além disso, não temos um mapa dentro do jogo, e ficamos dependentes da nossa memória para poder voltar aos locais que antes não tínhamos acesso. Para tentar compensar, o game oferece a chance de coletar moedas. A cada quantia de moedas coletadas, uma nova melhoria para Otus e seus amigos é desbloqueada, mas tais melhorias são apenas de poder, não modificando as habilidades de maneira que façam a diferença na hora de explorar os cenários.

Owlboy (Multi) se destaca com seu visual belíssimo, trilha sonora emocionante e história interessante. Mesmo que algumas mecânicas não sejam aproveitadas de maneira mais ampla, a jogabilidade é divertida e traz bons desafios a serem superados. E como a variedade de habilidades acaba sendo limitada, a curta duração da aventura de Otus e seus amigos acaba sendo um ponto positivo.

Prós

  • Bela jornada de crescimento e pertencimento;
  • Gráficos lindos e que dão vida ao jogo como um todo;
  • Trilha sonora orquestrada que aquece o coração;
  • Lutas contra chefes.

Contras

  • Gênero metroidvania limitado;
  • Pouca variedade de habilidades;
  • Não há nenhum mapa dentro do jogo para nosso auxílio.
Owlboy - PS4/XBO/Switch - Nota: 9.0
Versão utilizada para análise: PS4

Revisão: João Paulo Benevides
Análise produzida com cópia digital cedida pela D.Pad Studio


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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