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Análise: Saban's Mighty Morphing Power Rangers: Mega Battle (Multi) - Alguns tropeços que nem Rita Repulsa faria

Saban's Mighty Morphing Power Rangers: Mega Battle (Multi) poderia facilmente ser um jogo que você lembraria ter jogado com seus amig... (por Unknown em 04/02/2017, via GameBlast)

Saban's Mighty Morphing Power Rangers: Mega Battle (Multi) poderia facilmente ser um jogo que você lembraria ter jogado com seus amigos na infância, mas estamos em 2017 e alguns erros não são mais aceitáveis. Diversão não é o único aspecto que procuramos em um jogo. Fluidez e refinamento também são esperados quando um jogo é lançado.

Divertido, mas não o suficiente para manter o interesse

Só de ouvir o solo de guitarra na introdução do jogo, já fez todos os pelos do meu braço arrepiar. Selecionei meu Power Ranger, comecei o jogo e não pude deixar de reparar nas semelhanças com o célebre Mighty Morphing Power Rangers do Super Nintendo. O estilo mapa é bastante semelhante (teve até a fase em que os carros te atropelam!), mas é claro que um jogo atual teria muito mais a oferecer e realmente tinha, entretanto, não foi tão prazeroso quanto eu esperava.

Arte para vilão nenhum colocar defeito

Com um estilo cartunesco, o jogo soube unir o estilo retrô dos jogos clássicos dos Power Rangers com as melhorias gráficas que a atualidade dispõe. Sem descaracterizar a proposta de nostalgia, os cenários e o design dos monstros foram estruturados de forma que os fãs pudessem reconhecer os famosos inimigos e para que jogadores novos (será que vão ter muitos jogadores novos?) possam conhecê-los.

Os Rangers, antes de morfar, eram muito parecidos com os atores da série, entretanto, isso não fez muita diferença, pois na maior parte do jogo você está morfado. Contudo trata-se de uma boa homenagem aos atores que participaram da série.

Os Problemas começam

Passada a animação de poder jogar com os meus heróis da infância, comecei a me deparar com alguns problemas no jogo. As paredes invisíveis foram um problema com o qual dei de cara (literalmente) durante o jogo inteiro, muitas vezes o desenho do personagem continua andando mas não saia do lugar, entretanto, os monstros eram mais do que capazes de descerem a porrada em mim, tanto que no último chefe acabei morrendo por conta de uma dessas paredes invisíveis (fiquei muito feliz).

Outro problema que encontrei foram as orbes de experiência que os monstros derrubam ao serem derrotados e que simplesmente acabavam ficando em locais inalcançáveis. Não consigo contar quantas vezes fiquei pulando pra lá e pra cá tentando alcançar esses orbes, até elas desaparecerem na minha frente.

Sistema de habilidades desbalanceado

Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi o sistema de níveis. A cada nível que o personagem alcança coletando orbes que os monstros derrubam, o jogador um número específico de Power Coins utilizadas para abrir as melhorias dos personagens.

Antes de melhorar as habilidades dos rangers, eles são praticamente indênticos e igualmente inúteis. Nem pense em usar as armas deles, pois eles não vão combar e ficarão repetindo o mesmo golpe debilmente. Sendo assim, opte pelos ataques corpo a corpo até que você abra alguns combos das armas.

Entretanto, ao desbloquear o ataque especial em que os Rangers unem suas armas como um canhão, quase qualquer inimigo pode ser derrotado com essa habilidade e nem é tão difícil reunir a energia para usá-la. Dessa forma, o jogo fica muito mais fácil, quase perdendo a graça.

Um jogo mais divertido se jogando com os amigos (e mais fácil)

O modo cooperativo nos dá a opção de, mais uma vez, brigarmos com nossos amigos sobre quem será o Ranger vermelho. Passado o momento de jardim de infância, o modo cooperativo possui algumas opções de ataque exclusivos, bem como a possibilidade de um Ranger recuperar um companheiro derrotado na batalha — caso você seja derrotado no modo para um jogador, é game over direto.

Mas, como nem tudo não são flores, as orbes de experiência que os monstros derrubam não são divididas igualmente, o que acaba sendo um tanto injusto com ambos os jogadores. Desta forma, se você está correndo e pulando pelo cenário não há como sentar e começar a separar as orbes para cada um.

Sistema de luta um tanto repetitivo

Do início ao fim do jogo, os monstros se repetem. Alguns são adicionados posteriormente, mas você verá os bonecos de massa por todo o jogo. Pular e bater será tão instintivo que você vai fazer isso para derrotar praticamente todos os personagens que aparecerem na sua frente. O nível de estratégia é quase nulo, basta fazer o esquema: esquiva > esquiva> pula > bate e repetí-lo até o que o monstro caia (isso funciona para quase tudo).
Já os chefes do jogo são um caso diferente, e divididas em três partes.

  • A luta com o chefe em tamanho normal, causa uma sensação que você terá lutando com todos os outros. Eles irão fazer um série de ataques que você tem de desviar e depois vão ficar parados para receberem o dano. Repita isso até o monstro ser derrotado e siga para o segundo estágio.
  • Na segunda parte, o Megazord se encontra em seu modo tanque, basta atirar nos alvos que aparecem nos monstros para diminuir a vida e evitar os ataques que ele lançar atirando neles também, bem simples e divertido basta prestar atenção.
  • No último estágio, o Megazord já se encontra no seu modo completo e essa é a luta mais simples. Para cada golpe que ele executa, é necessário apertar uma sequencia de botões e ficar repetindo até o monstro ser derrotado, nada demais.

Extras que não empolgam

Ao zerar o modo história, a opção “Extras” (nada demais) ficará disponível. As quatro opções disponíveis são Rita’s Tower, Boss Rush, Angel Grove’s e Theater Mode. Em Rita’s Tower o jogador derrota uma quantia específica de monstros em cada andar, com dificuldade progressiva. O modo Boss Rush são encontros seguidos dos chefes do jogo em que cada chefe derrotado gera pontos para o jogador. Angel Grove’s Dojo é o modo versus do jogo: dois jogadores lutando entre si com os Rangers. No Theater Mode, você pode assistir todas as animações da história do game.

Para matar a saudade dos anos 90 e só

Saban's Mighty Morphing Power Rangers: Mega Battle traz de volta a diversão que tivemos com nossos amigos no passado, mas ele não consegue manter o interesse por si só, sem contar os bugs que atrapalham o fluxo de jogo e desestimulam o jogador a continuar jogando. Resumindo, esse jogo nem os Power Rangers conseguiriam salvar.

Prós

  • Relembra a infância;
  • Jogo divertido (até um certo momento);
  • Gráficos cartunescos agradáveis.

Contras

  • Jogo não empolga;
  • Sistema de lutas repetitivo;
  • Bugs durante todo o jogo;
  • Sistema de habilidades desbalanceado.


Saban's Mighty Morphing Power Rangers: Mega Battle — PC/PS4/XBO — Nota: 3.0
Versão utilizada para análise: PS4

Revisor: Jaime Ninice

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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