Ancine investirá R$ 10 milhões em games

A previsão é de retorno do valor em até 7 anos, impulsionando a produção nacional de games e colaborando com a economia do país.


Em meio à crise econômica, falar de investimento é assunto sério, porque é necessário ter capital, algo um tanto que em falta para nós, população comum. Entretanto, a Ancine nos pegou de surpresa ao anunciar um edital de incentivo à produção nacional de games em 10 milhões de reais, servindo tanto para ajudar desenvolvedoras brasileiras quanto à economia.

O evento aconteceu nesta segunda-feira, 5, em que a Ancine revelou que, pela primeira vez, lançará um edital exclusivo aos jogos. Haverá uma seleção de 24 projetos para serem apoiados com os reservados R$ 10 milhões, sendo distribuídos pelo Fundo Setorial do Audiovisual através de categorias.
  • Categoria A: dois jogos com financiamento de até R$ 1 milhão;
  • Categoria B: dez jogos com financiamento de até R$ 500 mil;
  • Categoria C: doze jogos com financiamento de até R$ 250 mil.
Uma parte importante são as obrigatoriedades mínimas: 30% do edital deve ser destinado aos projetos do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, enquanto 10% para o Sul, Minas Gerais e Espírito Santo. O claro intuito é desconcentrar a produção de desenvolvedoras de SP e RJ, dando oportunidades de participação para todo o país.

Manoel Rangel, presidente da Ancine, durante o lançamento do edital de games brasileiros
Manoel Rangel, diretor-presidente da Ancine
"Não será um edital a fundo perdido: seremos sócios das desenvolvedoras brasileiras", comentou o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, no evento feito na Cinemateca Brasileira. A ideia é que os jogos sejam publicados em até 36 meses, podendo chegar em qualquer plataforma, em português e inglês, porém a empresa financiada deve ser dirigida por brasileiros, esclarecendo o compromisso com a produção nacional.

A relevância do incentivo para Rangel se mostra importante ao dizer que "os jogos eletrônicos são capazes de gerar divisas para o país e também são um ambiente para que personagens e circunstâncias brasileiras possam se expressar". "Um dia histórico", comentou Alê Machado, diretor de políticas públicas da Associação Brasileira de Desenvolvimento de Jogos (Abragames), evidenciando que a atitude muda a noção do governo pelos jogos e abre uma porta para o lançamento de grandes títulos brasileiros com a chance de se destacar no cenário mundial.

Além da ajuda da Ancine, as empresas que tiverem seus projetos levados para a fase final da seleção, em que haverá uma defesa oral para a bancada do edital, terão a oportunidade de pedir empréstimos a partir de R$ 1 milhão no BNDES. Para Luciane Gorgulho, chefe de desenvolvimento de economia criativa do BNDES: "Com essa iniciativa, queremos não só que os jogos sejam feitos, mas também que as empresas possam se organizar para alçar novos voos além do edital".

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O estúdio Aquiris, produtor de Horizon Chase, já obteve um empréstimo de R$ 1,5 milhão de reais pelo BNDES.
Fechando o evento, Manoel Rangel divulgou a abertura de uma consulta pública, com início nesta semana, para discutir iniciativas de incentivo aos games no Brasil. "Cabe ao Estado construir um arranjo regulatório propício e fornecer estímulos à indústria", falou Rangel tudo o que já quissemos ouvir um dia. O debate deve incluir questões importantes como as de impostos e leis de propriedade intelectual. A consulta estará aberta até o dia 6 de março de 2017.
Depois dessa, como não simpatizar com a Ancine? Manoel Rangel. <3
Fonte: Estadão

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