Blast Test

Starr Mazer: DSP (PC) é um shoot ‘em up repleto de ideias únicas

Controle inúmeros pilotos diferentes nesse jogo de nave que evoca a era 16-bits.

Starr Mazer: DSP é um shoot ‘em up 2D que lembra muito jogos clássicos como R-Type e Gradius. O título, que está disponível no PC via Acesso Antecipado do Steam, tem visual interessante e uma pegada retrô. Além disso, ele apresenta alguns aspectos do gênero roguelike em uma tentativa de se destacar.

Um jogo de navinha clássico

A premissa de Starr Mazer: DSP é a mesma utilizada por vários outros smups: destrua tudo o que aparece pela frente. A progressão é lateral e as naves têm à disposição uma arma normal e outra especial, que consome energia para ser utilizada. O diferencial é que ao invés de ter vidas, você tem um esquadrão de pilotos. Quando uma nave é destruída, outra do esquadrão assume imediatamente. Cada nave tem armas e características únicas.

Fora as ondas de inimigos, há uma mecânica curiosa via pedras de energia chamadas Carbomite. Oponentes derrotados podem soltar esses objetos, que recuperam a energia da arma especial. Uma pedrinha provê pouca energia e pontos, mas é possível combiná-las em estruturas maiores e mais poderosas. Para uni-las, você usa o campo gravitacional da nave. E você vai querer pedras grandes: a energia também melhora a arma principal e os tiros especiais consomem rapidamente a barra. Sendo assim, além de se preocupar em escapar dos tiros dos inimigos, é importante também tentar combinar Carbomite — na maior parte do tempo fiquei concentrado em unir os pedacinhos no meio do caos.

Gerenciando um esquadrão de pilotos

O principal diferencial de Starr Mazer: DSP está na maneira em que as vidas e continues são implementados. Há um pouco de roguelike: você precisa terminar um ato (que consiste em um conjunto de três fases) com um único esquadrão. Caso você perca todos os pilotos, é necessário recomeçar desde o início do ato. O interessante é que você monta um novo esquadrão com a pontuação obtida na partida anterior — quanto melhor o piloto, mais caro custa para contratá-lo. Cada personagem tem armas e características únicas, todas geradas aleatoriamente, o que traz variedade. Há três categorias de pilotos, sendo que os grupos prata e ouro têm naves melhores, mas é necessário gastar um pouco de pontuação para poder acessar.


O gênero roguelike também está presente nos estágios, mas de forma mais leve. A maioria das ondas de inimigos que aparecem pelas fases muda durante as partidas: em uma tentativa, em determinado momento do estágio, podem aparecer inúmeras naves pequenas e fracas; já em outra partida, no mesmo ponto, é possível encontrar grandes oponentes com lasers. É um toque interessante, contudo senti que as diferenças são tão sutis que a sensação final é que muito pouco foi mudado.

Visual retrô e muito desafio

Starr Mazer: DSP tem bom desafio, pois há vários momentos nos quais a tela fica repleta de inimigos e tiros, e qualquer erro pode ser fatal (as naves mais básicas só podem receber um único projétil antes de explodir). A ação frenética, combinada com o gerenciamento da energia da nave e a fusão de Carbomite, faz com que o jogo seja bem divertido e intenso. No começo eu achei o jogo bem difícil, mas depois de algumas partidas eu já tinha entendido bem como controlar as naves e como os inimigos agiam e assim consegui chegar mais longe. Contudo, algumas mortes foram injustas por conta de naves e tiros que apareceram do nada.


O visual do jogo também é um grande destaque e uma das características que mais gostei nele. O gráfico apresenta pixel art 2D elaborado e belo, remetendo a títulos da era 16-bits. Gostei, especialmente, da variedade visual de naves e pilotos. Em contrapartida, os cenários carecem de variedade nos cenários. A trilha sonora complementa a ambientação retrô com ótimas composições repletas de sintetizadores, com uma pegada meio anos 1980.

Base sólida, porém rasa

Como lançamento de Acesso Antecipado, Starr Mazer: DSP é bem limitado e parece estar no início do desenvolvimento. A quantidade de conteúdo é bem reduzida: estão disponíveis dois atos de três fases casa, sendo que o segundo ato está incompleto. As características de roguelike também precisam ser melhoradas, já que a variedade de elementos como armas e ondas de inimigos é bem pequena — isso gera sensação de repetição ou limitação. Por fim, há também problemas de desempenho: o carregamento inicial pode levar até dois minutos e há eventuais engasgos na ação.


A desenvolvedora está ciente de todos esses problemas e está trabalhando para melhorar o jogo, sempre levando em conta as opiniões dos jogadores nos fóruns. Na versão final são prometidos no mínimo três atos e grande variedade de naves.

Um shoot ‘em up que promete

Starr Mazer: DSP é um ótimo shoot ‘em up que se baseia em mecânicas clássicas do gênero. A adição de elementos de roguelike, como a morte permanente e o sistema de esquadrão de pilotos, ajuda a trazer variedade ao título. A base do jogo está sólida, porém ainda há muito a melhorar (principalmente a performance, o conteúdo limitado e a pequena variedade dos aspectos aleatórios), o que é justificável em um título que está em Acesso Antecipado. Mesmo assim, a versão final de Star Mazer: DSP tem tudo para ser uma ótima experiência.

Revisão: Vitor Tibério

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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