Plug and Blast

Os controles da geração atual: um comparativo fotográfico

Eu tenho controles demais. Pelo menos, pude tirar fotos de todos eles juntos.

Desde que, durante minha viagem a Los Angeles para cobrir a E3, comprei um Xbox One Elite Controller e um Steam Controller, surgiu um pequeno meme na equipe do Blast que me rotulou como "o cara dos controles". De fato, eu tenho uma quantidade um pouco exagerada de controles, em parte porque eu tenho uma quantidade exagerada de consoles. O resultado disso é que, ao lado do meu sofá, há uma cesta repleta de controles diferentes para as mais variadas situações.

Pensei em escrever análises mais tradicionais do Elite Controller e do Steam Controller, que são os membros mais "exóticos" da coleção, mas estes textos sairiam tarde demais para serem relevantes, então resolvi escrever sobre os vários controles diferentes que uso nas plataformas atuais — Wii U, PlayStation 4, Xbox One e PC. O resultado é um artigo que é parte crônica, parte comparativo e parte ensaio fotográfico (porque, aparentemente, eu adoro fotografar aparelhos eletrônicos).

Wii U

O primeiro console que comprei nesta geração foi o Wii U, em dezembro de 2012. Com ele veio o infame GamePad. Além da muito óbvia tela no centro dele, o GamePad é um controle relativamente convencional, com todos os pequenos detalhes que alguém poderia pedir — câmera, microfone, sensores de movimento, saída para fones de ouvido, alto-falantes estéreo e NFC —, exceto por gatilhos analógicos. Ele é enorme comparado a qualquer outro controle, mas é mais confortável de segurar do que pode parecer. Também não é tão pesado.

O Wii U tem uma antena de Wi-Fi na frequência de 5GHz dedicada à comunicação com o GamePad. A frequência alta (a maioria das redes usam o comum 2.4GHz) permite transmitir quantidades maiores de informação, porém o alcance do sinal é menor. Portanto, apesar de poder usar o GamePad de outros cômodos, não obtive sucesso no teste supremo: usá-lo no banheiro.


Apenas em 2014 eu comprei o Wii U Pro Controller para acompanhá-lo. O GamePad e o Pro compartilham os mesmos componentes para seus botões e analógicos, além da posição pouco convencional do analógico direito. Seu formato, similar ao do controle de Xbox 360, é o mais confortável para as minhas mãos. Ambos controles têm qualidade de construção um pouco aquém dos seus rivais (por exemplo, os botões de face são levemente frouxos), mas nunca senti que isso atrapalhou uma sessão de jogo.

PlayStation 4


Em maio de 2014, comprei um PlayStation 4. Entre os três consoles, o controle do PS4, o DualShock 4, representa a maior evolução comparado ao seu antecessor. Após a polêmica cercando o "controle bumerangue" do protótipo de PS3, a Sony voltou atrás e manteve o mesmo formato que seus controles anteriores para o SixAxis e o DualShock 3.


O DualShock 4 mantém toda a identidade dos controles da empresa, mas é reformado para ser mais ergonômico e, como um todo, fazer mais sentido. O controle todo é maior e os analógicos são côncavos ao invés de convexos — infelizmente, eles permanecem sensíveis demais à exposição de calor e dedões. Os botões Options e Share substituem os clássicos Start e Select (aliás, a morte do Start e do Select é uma tendência nesta geração). Ter um botão dedicado para salvar imagens e vídeos durante o jogo é muito prático, mas ambos são um pouco chatos de pressionar, pois são pequenos e muito pouco salientes.


Algumas novidades também foram inclusas: a barra de luz, o touchpad e o alto-falante, que raramente são usados para qualquer coisa interessante (em alguns poucos jogos, ficaram verdadeiramente legais). O alto-falante, por exemplo, adiciona um grau de profundidade a mais em Transistor (Multi), por parecer que o controle está falando com o jogador. Já a barra de luz fica branca e forte quando a lanterna é ativada em The Last of Us (PS3/PS4), ou se adapta à cor do jogador em Towerfall Ascension (Multi). O melhor uso do touchpad, no entanto, é poder usá-lo como mouse ao conectar o controle a um PC.

Xbox One


Comprei meu Xbox One em junho de 2015, aproveitando uma promoção na edição branca que acompanhava Halo: The Master Chief Collection (XBO). Como o console era branco, o controle também era. Alguns meses mais tarde, eu expandiria minha coleção com um controle de Xbox One preto e um DualShock 4 branco, completando dois pares nas duas cores.


Mesmo antes de comprar o Elite, o controle de Xbox One já havia se estabelecido como meu favorito. Ele tem alguns defeitos: a falta de entrada de fone de ouvido e os botões de ombro, RB e LB, que "clicam" demais e remetem ao tenebroso botão Z do GameCube. Aos poucos, essas coisas foram corrigidas em novas iterações do controle lançadas pela Microsoft. Apesar disso, o formato, os botões, os gatilhos e os analógicos o colocava sempre no topo da minha lista entre os controles que possuía, tornando-se meu controle de PC além do Xbox One. Seus gatilhos, além de deliciosos de pressionar, têm motores independentes de vibração, uma funcionalidade que dá um grau de imersão levemente mais alto ao pisar fundo no acelerador ou segurar o gatilho de uma metralhadora (dentro do jogo, é claro). 


O reinado daquele controle terminou quando, em junho de 2016, comprei o Xbox One Elite Controller, que talvez seja o melhor controle já criado. As partes customizáveis são um grande apelo, mas, mesmo sem elas, é o controle mais prazeroso de usar. Além de corrigir os problemas do controle original, seus analógicos são ainda mais precisos, o D-pad "satélite" é ótimo e sua textura é agradável ao toque.


Para completar, é possível ajustar a altura e o formato dos analógicos, trocar o D-pad de acordo com sua preferência, limitar os gatilhos para serem mais "rasos" e adicionar até quatro paddles mapeáveis para outros botões. O único defeito notável do controle, na minha opinião, é ser difícil segurá-lo sem apertar as paddles por acidente quando todas estão posicionadas — evitar isso exige um pouco de prática.

Ah, e eles funcionam à pilha.

Steam Controller


O controle da Valve tem uma história curiosa. Originalmente, teria uma tela e descartaria quase completamente as tradições dos controles convencionais. Sua alternativa seria um par de trackpads, similares aos de laptops, com retorno tátil (chamado de haptic feedback) preciso. Tudo isso para permitir jogos de teclado e mouse do conforto do seu sofá.


Ainda em estado de protótipo, ele perdeu a tela e recebeu um analógico e botões tradicionais, tornando-se um comprometimento entre o novo e o clássico. O resultado é um controle único que funciona excepcionalmente bem — em circunstâncias extremamente limitadas. Algumas de suas soluções são bem pensadas: opções de customização aparentemente infinitas, gatilhos analógicos com um "clique" no final (similar ao do GameCube), duas paddles na parte de trás do controle e um giroscópio que pode ser usado para mirar junto com os trackpads.


O Steam Controller é projetado para poder substituir teclados, mouses, controles ou alguma combinação desses. Para tal, o modo Big Picture do Steam fornece uma ferramenta completíssima para poder configurar cada detalhe do controle a gosto. Os trackpads, por exemplo, podem realizar ações diferentes dependendo de como o jogador desliza, gira, toca ou pressiona o dedo, além de poderem ser mapeados para regiões específicas da tela ou um teclado virtual de atalhos. O mais importante, é claro, é que o Steam permite salvar uma configuração diferente para cada jogo, compartilhar suas configurações com outros jogadores ou baixar as mais populares entre os usuários do serviço.


Eu adoro a ideia de poder jogar qualquer coisa no sofá, então foi por isso que comprei este controle. Para mim, o maior apelo é o enorme acervo de configurações criadas e submetidas por outros usuários do Steam para praticamente qualquer jogo no serviço. Junto com o controle, também comprei um Steam Link, acessório da Valve para transmitir jogos do meu PC para a sala de estar, e os dois acessórios funcionam muito bem em combinação. Falarei mais do Steam Link algum dia no futuro.


O Steam Controller foi o mais barato de todos esses controles (35 dólares), e isso é visível. Apesar da sensação de deslizar os dedos sobre os trackpads ser agradável, o controle todo parece um pouco como um brinquedo. Seus enormes encaixes para as mãos parecem ocos, os botões de ombro conseguem ser piores que os originais do Xbox One, e também usa pilhas. Como um todo, parece um produto que se tornará muito melhor em sua segunda geração.

Apple TV, por que não?


O Apple TV de quarta geração é o mais próximo de um console que a Apple fez desde o Pippin. Por isso, fui motivado a falar um pouco sobre seu controle neste texto. Obviamente, ele foi criado para controlar músicas e vídeos, não jogos, mas com um trackpad preciso e sensores de movimento, jogar com ele não é tão impossível quanto parece. Ele é finíssimo e agradável de segurar; se houvesse mais um botão além do Play/Pause que não fosse reservado a funções do sistema, poderia até ser usado para jogos de plataforma.

Adaptadores e mais adaptadores


Como disse um sábio tio: "com muitas opções de entrada, vêm grandes quantidades de adaptadores USB". Ou alguma coisa assim. Na foto acima, estão presentes dois adaptadores de mouse, um de conjunto teclado/mouse, um Bluetooth 4.0, dois de fone de ouvido, um para controles de Xbox One e o CronusMax Plus. Este último (reconhecível por ser o único com uma tela) é um conversor de protocolos de controles — ou seja, permite que eu pratique heresias, como usar um controle de Xbox no PlayStation 4. De fato, graças ao adaptador, usei o Elite Controller sempre que possível no PS3 e no PS4, porque, mesmo tendo que me restringir a usá-lo com fio e ser necessária uma pequena gambiarra envolvendo um hub USB para funcionar completamente, nada supera poder usar meu controle favorito em tudo.

Menos no Wii U, porque os controles dele não são projetados para se comunicar por USB, então o CronusMax não funciona nele. Mas ainda é possível usar um Pro Controller em outros consoles com um adaptador Bluetooth.

Nenhuma escolha errada


A geração atual não tem nenhum controle ruim. Pelo contrário, todos os principais membros são ótimos. O Steam Controller, apesar de não ser tão agradável quanto um controle de Xbox ou de PlayStation para a maioria dos jogos, é uma proposta fascinante, funciona bem em casos bem particulares e é um parque para aqueles fascinados por customização absoluta. O meu favorito ainda é o Elite, mas fico feliz em poder usar qualquer um deles — não faço questão de encontrar réplicas de controles de SNES para jogar Super Metroid (SNES) quando tenho controles tão bons facilmente disponíveis.

Uma vez eu tentei fazer meu PC reconhecer todos eles ao mesmo tempo. Não deu certo.
Revisão: Vitor Tibério

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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