For Honor (Multi) nos leva ao epicentro de uma incrível batalha medieval

Empunhamos nossas espadas, vestimos nossas armaduras e mergulhamos na demonstração do próximo jogo de ação da Ubisoft

em 15/06/2016
A participação da Ubisoft na E3 2016 trouxe uma série de título interessantes, dentre eles For Honor. O novo título de ação em terceira pessoa da empresa ambienta-se num mundo medieval, em que épicas batalhas são travadas entre exércitos adversários. A ambientação, temática e promessas de For Honor nos fizeram correr para jogá-lo assim que adentramos a E3 2016. Sem mais delongas, confira o nosso hands-on desse promissor título!


Hold the door!

Apesar do modo multiplayer de For Honor ter ganhado os holofotes na E3 2015, o foco da Ubisoft neste ano foi quanto aos aspectos singleplayer do jogo. E isso também se refletiu em sua demonstração jogável, que retratava a primeira cena da campanha. Nela, tomamos o controle de um importante cavaleiro de um exército, cujo castelo é repentinamente invadido por tropas inimigas. E é assim, de supetão, que caímos de paraquedas num confronto de guerreiros medievais. Antes disso, porém, é dada a opção de escolher a aparência e o gênero do nosso personagem.
A batalha serve também de tutorial para as mecânicas de jogo, sobretudo o combate. Basicamente, as batalhas são divididas em dois tipos: confrontos individuais contra generais (que, no multiplayer, deverão ser os outros jogadores) e batalhas contra hordas de peões. No primeiro tipo de batalha, trata-se de um confronto mais íntimo, o que requer dominar as mecânicas de ataque e defesa. Ambos os comandos estão associados a uma de três direções: esquerda, cima e direita. Assim, é preciso posicionar a espada na mesma direção de um ataque inimigo para se defender e atacar na direção em que o adversário não está se defendendo.
A mecânica ainda traz mais algumas especificidades. Por exemplo, é possível desferir golpes pesados — cujo dano é maior, porém demoram a voltar à posição inicial —, e ataques leves — rápidos e práticos, porém mais fracos. Além disso, é possível também dar empurrões nos adversários, abrindo a guarda deles para um subsequente ataque. Esse comando, em especial, me fez questionar o balanceamento do jogo, afinal, em muitos momentos em que senti dificuldade em defender e atacar precisamente, o empurrão tornou-se uma verdadeira muleta, facilitando muito encontrar uma brecha na guarda do inimigo. Ainda assim, os confrontos individuais são bem imersivos e, ao menos pelos quinze minutos de demonstração, não se tornaram maçantes.
Toda a atenção e precisão com os controles é posta de lado nas batalhas com hordas de minions adversários. Basicamente, basta partir em disparada atacando em tudo o que se mexer (e estiver vestido com armadura da cor do exército inimigo, é claro!). Nem mesmo é preciso ponderar entre golpes leves e pesados: qualquer um deles destruía os soldados como se fossem feitos de papel. Apesar de darem uma boa noção da amplitude da batalha e contrastar bem com as lutas individuais, os confrontos com hordas de inimigos não divertem.

Da Terra Média para os dias de hoje

Um aspecto que impressionava em For Honor é sua qualidade gráfica, algo que os próprios trailers e imagens do jogo já deram uma boa noção. Jogar a demonstração nos permitiu conferir em detalhes não apenas a qualidade das texturas, mas também a beleza dos efeitos de luz e a fluidez das animações. E é justamente nas animações que For Honor é especialmente belo!
Ainda que belas, as animações do jogo não pareciam ser devidamente aproveitadas pelo design e mecânicas do jogo. A escolha da direção do ataque e defesa, aspecto central da mecânica de luta, por exemplo, não era bem integrada às animações dos personagens. Em outras palavras, a animação de ataque do inimigo não ajudava a me fazer decidir em qual direção atacar, pois era apenas no final da animação que ficava claro de que lado viria o golpe. Há, no entanto, ícones bem destacados na tela que ajudam a evidenciar a direção dos ataques e defesas. O problema é que, como as animações dos personagens não me ajudavam a tomar decisões na batalha, era muito fácil esquecer por completo os visuais do jogo e prender-se inteiramente aos ícones da tela. Esse empecilho era especialmente irritante, uma vez que tornava secundário um dos aspectos mais brilhantes de For Honor: seus visuais.

Foi um honra!

For Honor é definitivamente promissor. Desde a E3 2015, a ideia de um jogo de ação medieval com multiplayer parecia interessante, e agora tivemos a confirmação de que o conteúdo singleplayer também recebeu bastante atenção por parte da Ubisoft. Depois de jogá-lo, posso concluir, primeiramente, que os visuais são genuinamente um excelente aspecto. 

A mecânica de batalha, por outro lado, embora perfeitamente funcional e responsável por me envolver bem na ação, levantou algumas dúvidas sobre sua qualidade. Primeiramente, não tenho certeza se o balanceamento das habilidades do jogador e do adversário será bom, ainda mais quando entrarmos no campo das batalhas multiplayer. Algumas vezes, abusar do botão de empurrão ou meramente atacar indiscriminadamente me fizeram vencer as batalhas de maneira mais prática do que prestar atenção nos movimentos do adversário e buscar por brechas para contra-atacar. Além disso, a falta de harmonia entre a animação dos personagens e a mecânica de luta me fizeram deixar os visuais do jogo em segundo plano durante os confrontos.
Estande da Ubisoft na E3 2016
A versão que jogamos de For Honor rodava num Xbox One, porém, o jogo chegará também para PC e PS4. O lançamento, por sua vez, será em fevereiro de 2017, o que dá bastante tempo para a Ubisoft polir os problemas que percebemos em sua demonstração. Espero que o título consiga aprimorar esses aspectos, afinal, há muito potencial e é sempre bom ver projetos inéditos de empresas conhecidas pelo lançamento exaustivo de suas franquias já estabelecidas.
Capa: Rafael Neves
Revisão e edição: Jaime Ninice


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