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Análise: Cute Things Dying Violently (Multi) é feito de puzzles complicados e mortais

Dilacerando criaturas e jorrando sangue por toda a tela, o jogo parece simples, mas engana.


Cute Things Dying Violently é um jogo que você pode facilmente ignorar pelo nome, mas não o subestime por seu título bizarro e gráficos limitados, porque há mais do que isso. As “coisas fofas” se chamam Critters, será preciso sacrificar alguns e salvar outros, mas vale tudo para finalizar uma fase.

Preparar, apontar...

O único objetivo a cumprir é lançar pelo menos um Critter para a porta do elevador. Apesar da aparência fácil, a missão pode ser extremamente difícil. O que atrapalhará serão os obstáculos. Os puzzles começam simples, mas logo vão ficando mais complexos, necessitando de várias tentativas para completá-los.

Seus obstáculos inicialmente são serras circulares que cortam as “coisas fofas” ao meio, espalhando sangue por todo cenário, e espetos, que empalam as criaturas, mas logo fica mais sério com a inclusão de fogo, bombas e choques, cada armadilha mais fatal que a outra. Não é tão simples quanto parecia, não é mesmo?

Por isso, é bom pensar nas possíveis estratégias antes de julgar o puzzle como sem solução e apelar para o YouTube. Todos os desafios são solucionáveis. As dificuldades estão para atrapalhar e dar ao jogo uma pegada mais complexa, se contradizendo com seu visual “bobo”.

Entretanto, você é convidado a relaxar em uma fase mais fácil, apresentando algo novo, mas logo é surpreendido no próximo nível e pode julgar o desafio como além de suas habilidades. Em vez de crescente, a dificuldade é inconstante.

Morrendo e aprendendo

Não pense em se tornar o salvador dessas criaturinhas. Você pode tentar, mas será impossível concluir certos puzzles sem ter que sacrificar um ou dois Critters, e isso é muito bacana. Ver o ambiente sendo respigado de vermelho, pegando fogo ou decorado com algumas caveiras não é nada decepcionante. No final das contas, não há porque prezar tanto assim pelas vidas dos Critters. Você precisa de apenas um para concluir o seu objetivo.


Depois de falhar várias vezes tentando concluir os estágios, a mente começa a trabalhar em novos métodos para concluí-los. O jogo dá essa liberdade, tornando possível várias abordagens. Com o passar das fases, também se aprende a calcular o tempo necessário para saber quando realizar os gestos precisos. Não são poucas as vezes em que, devido a um ângulo errado, movimento atrasado ou adiantado, não se consegue chegar ao elevador, problema que se agrava quando se joga com um mouse.

Apesar de o jogo ser multiplataforma, incluindo o PC, a jogabilidade não se adequou tão bem ao mouse. O que ocorre aqui é o mesmo problema que está presente em muitos outros games lançados para dispositivos touch e portados para computadores de mesa.

A agilidade que há em tocar é bem maior do que em clicar. Se perde tempo no movimento do ponteiro, tempo necessário e decisivo em muitos momentos. Isso é perceptível especialmente nos encontros com o chefe. eles exigem velocidade para lançar três objetos explosivos contra o inimigo, ao mesmo tempo que é necessário para proteger seu Critter. O que dizer quando na última fase é um desafio de perseguição? Mire e atire, mire e atire o mais rápido que puder!

Usuários de notebook: comprem um mouse ou seus dedos esquentarão com tanto atrito que será causado. Aos que já têm um, treinem a velocidade. Enquanto isso, aqueles com uma tela touch aproveitarão um jogo feito para eles.

Please stop the music

Uma das coisas de maior importância na construção de um jogo é sua trilha sonora, ela tem a possibilidade de criar uma marca no game, dar a ele um reconhecimento especial. Mas Cute Things Dying Violently pede que toda a sonoridade musical de fundo seja ignorada, pois ela é tremendamente irritante. É difícil jogar quando se tem um rock estilo Brasil nos anos 90. Não se encaixa.


Por outro lado as ilustrações são amigáveis, não tão bem trabalhadas, mas não é de se esperar. Os Critters ficam bem situados com a atmosfera, seja no deserto, no pântano, nevando ou na frente de uma casa fantasma. Os objetos contribuem para o estilo desapegado do jogo, que só quer entregar algumas horas de diversão.

Coisas fofas sobrevivem

O jogo é bom para a uma viagem de ônibus, vai lhe tomar um bom tempo. Mas, caso esteja sentado em frente ao seu computador, há opções melhores para se divertir.

Os puzzles podem ser realmente desafiadores, mas instáveis e até bastante complicados em alguns momentos, fazendo com que o jogador tente repetidas vezes uma fase até que consiga, por sorte. Um teste de paciência.
 

Com muitos níveis, um boss relativamente fácil de combater, alguns puzzles complexos, variedade de elementos e os Critters fofos fadados à morte, Cute Things Dying Violently se encaixa em uma categoria de jogo indie que você jogará uma vez e na próxima semana nem se lembrará mais da experiência que teve.

Prós

  • Puzzles engenhosos;
  • Liberdade para concluir as fases; como quiser;
  • Mutilação sem sentido.

Contras

  • Jogabilidade prejudicada no PC;
  • Trilha sonora irritante;
  • Boss fácil de se derrotar;
  • Falta de linearidade na dificuldade dos níveis.

Cute Things Dying Violently 一 iOS, Linux, Mac, PC, X360 一 Nota: 5
Plataforma utilizada: PC
Revisão: Lucas Pinheiro Silva
Capa: Nívia Costa 

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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