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Jogos gratuitos recomendados da semana #02

Puzzles, shoot 'em ups, metroidvanias... Recomendações para todos os tipos e gostos — pelo mesmo preço inexistente de sempre.

Já dizia o velho ditado: nunca julgue um jogo pelo preço. Há muita coisa boa para se jogar que não custa um tostão sequer. Infelizmente, essa “muita coisa boa” acaba sendo enterrada na pilha de várias outras não tão boas que surgem todos os dias. Vasculhamos a sempre crescente ludoteca gratuita que a internet nos disponibiliza e selecionamos cinco pérolas que merecem sua atenção.

A Mini Falafel Adventure (PC)

O "mini" no título de A Mini Falafel Adventure é extremamente apropriado. Ele é, de fato, pequeno, e não só em sua duração. Seu game design também é diminuto. Tomando como base o ilusivo gênero metroidvania, o game destila os elementos essenciais do estilo e usa uma abordagem minimalista. Há pouco backtracking e a aventura é muito mais focada na resolução de puzzles e plataformas.

Com essa abordagem, Falafel foge de um problema comum na maioria dos metroidvanias modernos: a fraca integração entre o combate e exploração. Aqui, um ajuda o outro, com todos os itens e upgrades ofensivos tendo alguma função para melhorar a movimentação e resolução de quebra-cabeças também.

A estética audiovisual também é minimalista. Tudo lembra bastante um jogo de GameBoy — só faltou ser lançado no portátil.

Recomendado para: Quem gostaria de um mini-metrodvania de GameBoy.
Não recomendado para: Quem gostaria de jogar esse mini-metrodvania em um GameBoy.
Quanto custa? Sua atenção.
Onde jogar? Site oficial.

AnIMa (PC)

Qualquer pessoa que tem familiaridade com a internet já se deparou com alguma creepypasta — histórias de horror fictícias curtas que encontram campo fértil na web, as lendas urbanas modernas. Videogames são um dos temas mais prolíficos do gênero. Não é muito difícil encontrar algum conto macabro envolvendo Zelda e Pokémon.

AnIMa parece ter surgido diretamente de alguma creepypasta, provavelmente de alguma história envolvendo um “cartucho perdido que consome a alma das crianças que o jogam”. Consumir almas, inclusive, é o seu objetivo dentro do game. Controlando um fantasma, você pode possuir outras criaturas e sacrificá-las para abrir portais. No fim dos portais, há a promessa de retornar à vida.

Com sons distorcidos e visual macabro, a experiência não é exatamente agradável. Nem é essa a intenção. O objetivo é realmente perturbar o jogador. Mesmo sendo curto e simples, o jogo consegue realizar essa façanha.

Recomendado para: Fãs de creepypastas sobre jogos.
Não recomendado para: Quem não vê nada de aterrorizante em pixels monocromáticos.
Quanto custa? Sua alma.
Onde jogar? Gamejolt ou itch.io.

Tough Love Machine (PC)

Outro jogo que o título não mente. Tough Love Machine é bem difícil, ainda que simples. Seu objetivo é unir dois corações. Para isso, você tem dois braços esticáveis. O alcance deles é limitado e os níveis são cheios de obstáculos e barreiras, lhe obrigando a pensar muito bem o caminho que vai fazer. Não há botão de desfazer. Executou um movimento em falso? Boa sorte pressionando “R” e recomeçando o nível.

Se eu pudesse, adicionaria apenas mais uma palavra ao nome do jogo: “addicting” (viciante). Este é o tipo de game que você pensa, “vou fazer apenas mais um nível” e quando olha para o relógio se passaram mais de 2 horas. Tome cuidado!

Recomendado para: Quem está sem nada para fazer no trabalho e quer passar o tempo.
Não recomendado para: Quem precisa trabalhar.
Quanto custa? Sua produtividade.
Onde jogar? Site oficial.

Naughty Painters (PC)

Você já ouviu a frase “limitações estimulam a criatividade”? Essa é a ideia por trás do Pico-8, uma plataforma virtual para criação de jogos que tem como uma de suas principais características seus limites. Com um número limitado de cores, meros 32kb de espaço, apenas 4 canais de áudio e resolução diminuta, a engine pretende “encorajar pequenos mas expressivos projetos”.

É difícil argumentar contra essa lógica ao se olhar para Naughty Painters. Ele responde a milenar pergunta “como Splatoon seria se fosse feito no NES?”. Bem, quase isso. Não há lulas aqui, mas o objetivo é o mesmo: pintar o máximo da arena com a tinta de sua cor, à medida que você caminha, clamando território do cenário. Passe por cima de uma bomba e a explosão pintará uma grande área com sua cor — fique de olho especialmente nas azuis, que são mais fortes!

Mesmo com todas as limitações da plataforma, o resultado final é extremamente divertido. Há um total de oito arenas para se digladiar com um amigo (ou contra a IA, mas por que você faria isso?), mais que o suficiente para vocês se xingarem e perderem a amizade jogando.

Recomendado para: Quem não tem Splatoon (e quem tem também!).
Não recomendado para: Solitários ou pessoas que preferem jogar sozinhas. Este jogo é muito melhor com amigos.
Quanto custa? Suas amizades.
Onde jogar? Lexaloffle.

Bullet Space (PC)

Shoot ‘em ups não são para jogadores pacientes. Extremamente difíceis e imperdoáveis, eles têm seu público fiel, mas não agradam a todos. Talvez a característica mais estressante do gênero seja os chefes. Não eles em si, mas o caminho necessário para alcançá-los. Servindo como prova final das habilidades do jogador, morrer apenas uma vez para eles, muitas vezes significa ter que tentar do zero — afinal, como derrotá-los sem os vários power-ups coletados durante a jornada?

Bullet Space elimina essa jornada e lhe coloca na frente dos bosses logo de início. Da tela de seleção, você pode escolher qual dos cinco chefes deseja batalhar, em três modos diferentes. Só há um detalhe: os power-ups também são eliminados. Boa sorte vencendo os chefes usando apenas um tiro básico!

Recomendado para: Quem gosta dos chefões de shmups.
Não recomendado para: Quem gosta dos power-ups de shmups.
Quanto custa? Sua paciência.
Onde jogar? itch.io.

Cinco é um número pequeno e certamente há uma infinidade de outros games gratuitos que merecem um pouco de atenção. Conhece algum joguinho (ou jogão) legal que não incluímos aqui? Então não deixe de citar nos comentários — além de dizer também o que achou destes que selecionamos.

Semana que vem nos vemos de novo, com mais recomendações!

Revisão: Alberto Canen
Capa: Guilherme Kennio

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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