Jogamos

Análise: DiscStorm (PC) transforma arremesso de disco em esporte mortal

Mire e acerte os frisbees nos adversários para derrotar os inimigos, em arenas temáticas, neste frenético game de ação com visual retrô.

O frisbee é uma atividade relativamente comum nos parques dos Estados Unidos. Basta uma breve caminhada para ver crianças e adultos jogando o disquinho para que seus cachorros saiam desesperados em busca daquele pedaço de plástico voador. Aqui, no Brasil, a brincadeira não é tão popular assim, mas há atletas dedicados a essa modalidade, mais conhecida por aqui como arremesso de disco.

DiscStorm
, produzido pela britânica XMPT Games, transforma o inocente esporte recreativo em uma modalidade mortífera. O game apresenta ação desenfreada que vai exigir do jogador reflexos rápidos e uma certa dose de habilidade nos comandos para superar os desafios.

Não há exatamente muita história para ser contada. O título é um daqueles jogos mais focados na experiência do que no pano de fundo. Até porque, convenhamos, como justificar a inserção de um jogador dentro de uma arena enfrentando monstros terríveis tendo como arma seus três frisbees?

Arena de batalha retrô

O objetivo no modo solo é derrotar os inimigos acertando um de seus três frisbees neles no menor tempo possível e, se possível, sem morrer. Após arremessar o disco, é necessário recuperá-lo no ar ou no chão, após a aterrissagem. É possível usar sua super velocidade para desviar dos petardos adversários ou rebatê-los de volta para reduzir sua vida.

Cada vez que for atingido você perde um ponto de vida. Não há um game over, mas a cada morte sua pontuação é reduzida e isso impacta diretamente no rank de cada nível. Ao final de cada level, existe um chefão que exige uma técnica diferente para ser derrotado.

O visual de DiscStorm é feito sob medida para os saudosistas da época 8-bits. As arenas são temáticas, retangulares e pequenas, cada qual com aparência e peculiaridades próprias, como passagens secretas, obstáculos, entre outras.

A trilha sonora segue o mesmo estilo da época poligonal, com efeitos simples que remetem a um passado (não) tão distante. As músicas são bem feitas, mas um pouco repetitivas – depois de um tempo ouvindo acaba enjoando.

Morra, morra, morra....

Graças aos cenários pequenos e quantidade de elementos na tela, a jogabilidade é bastante frenética e exige treino do jogador. Mesmo as primeiras fases já apresentam um nível de dificuldade elevado. Os inimigos são rápidos e correm para cima do protagonista o tempo todo: ou você tem uma boa pontaria para eliminá-los ou precisará caprichar nos dribles. Sério, você provavelmente vai morrer bastante até pegar o jeito da coisa.

Pode-se jogar pelo teclado + mouse ou em um controle. A parte ruim é que não existe a opção de ajustar os comandos de acordo com a sua preferência. Não gostou da disposição de botões ou das teclas? Problema é seu. Senti bastante dificuldade porque o esquema padrão não tem um sentido lógico (pelo menos, não para mim).

Os jogadores de disco

Você pode escolher entre cinco personagens: Dexter, Navika, Gustav, Alyssa e Millie. Cada um possui características físicas diferentes e cores próprias de frisbee. As habilidades, no entanto, são as mesmas, por isso não importa muito qual será sua escolha.
A cada fase superada, o jogador libera uma nova roupa para um personagem. A recompensa se restringe apenas a isso, o que pode acabar desmotivando o jogador a buscar placares maiores. Depois de zerar o modo solo, dificilmente alguém voltará para tentar conseguir rank A em todas as arenas – exceto, é claro, os caçadores de troféus/conquistas.

Potencial desperdiçado

O foco de DiscStorm parece ter sido o multiplayer. Os próprios trailers divulgados sempre deram ênfase a essa modalidade. E neste aspecto, as coisas ficam bem melhores. Se você e seus amigos já pegaram o espírito do game e conseguiram dominar os controles, certamente vão ter horas de diversão nas batalhas entre si. Dá para jogar com até quatro players simultâneos, cada um com seu controle.

A parte inexplicável é que só é possível jogar localmente: os confrontos via internet simplesmente não existem. O que deveria ser o trunfo do título acaba se tornando a decepção, um enorme potencial desperdiçado.

DiscStorm não é necessariamente um game ruim. Seria melhor qualificá-lo como uma boa ideia que foi mal executada. Os cinco jovens produtores da XMPT Games ainda precisam caprichar um pouco mais para conseguir cativar o público.

Se você ficou interessado, aproveite: o game está com 20% de desconto na loja virtual Steam (de R$ 23,99 por R$ 19,19).

Confira um pouco da jogabilidade no trailer abaixo:


Prós

  • Localização em português;
  • Proposta inovadora;
  • Visual retrô bonito.

Contras

  • Comandos ruins e impossíveis de serem alterados;
  • Pouco conteúdo adicional;
  • Falta de opção para seleção de dificuldade;
  • Multiplayer apenas local.
DiscStorm — PC — Nota: 6.5

Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araujo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google