Crônica

Uma jornada eletrônica: Minha experiência na E3 2015

Um sonho gamer que se tornou realidade.


Participar da E3 era meu sonho desde que entrei para o Blast, em 2012. Na verdade, eu já conhecia a conferência há muito tempo e sabia sobre sua fama, mas claro, nunca havia sonhado que um dia eu estaria pisando no mesmo centro de convenções onde tantos jogos famosos haviam sido anunciados. Felizmente, aproveitando a oportunidade de estar nos Estados Unidos estudando pelo programa Ciências Sem Fronteiras eu tive a chance de me unir a equipe Gameblast e participar desse evento que é o sonho de todo gamer. Claro, nem tudo são flores e problemas são inevitáveis, mas a experiência, no final, é inesquecível.

A mãe de todas as conferências de games

Ao contrário de outros membros da equipe que tiveram que passar horas dentro de aeroportos e na mesma posição em poltronas de aviões, a minha viagem até Los Angeles foi mais tranquila. Foram apenas seis horas de voo de Chicago até a ensolarada Califórnia (que, quando cheguei, estava mergulhada em uma neblina). E quando tentei chegar até o hotel onde nossa equipe estava hospedada, em Hollywood, tive noção de que os avisos que outros amigos haviam me dado sobre Los Angeles eram verdade: nessa cidade, tudo é longe.
Da estação de trem já era possível ver que LA "respirava games".

Felizmente o transporte entre o hotel e o centro de convenção de Los Angeles, onde toda a ação iria acontecer, não era muito longe ou complicado. Meu primeiro dia na cidade foi dedicado a conhecer os membros da equipe e em alguns de nós retirarem as credenciais de imprensa no centro de convenção. Foi uma sensação incrível receber aquele crachá lindo com meu nome. Após, aproveitamos para participar do evento exclusivo da Nintendo que ocorria ao lado do prédio, o Nintendo World Championship, com competições acirradas e anúnicos de novos títulos.
O campeonato da Nintendo estava animado com várias disputas.

Para fechar a noite com chave-de-ouro, tive a chance de assistir ao Zelda Symphony of the Goddess. O concerto foi incrível e senti uma nostalgia gostosa ao relembrar as diferentes melodias da série. O melhor de tudo é que tinha uma lojinha onde pudemos comprar lembranças como camisetas e posteres exclusivos. Depois desse dia cheio de compromissos, era hora de retornar ao hotel e descansar da viagem e recuperar as energias porque as próximas 24 horas prometiam ser desgastantes.

A emoção não é só durante a E3

Eu imaginava que percorrer todos os estandes de empresas e jogos dentro do centro de convenção de Los Angles seria uma odisseia, mas nem fazia ideia que minha verdadeira jornada começaria um dia antes da grande conferência começar. Na segunda-feira existiam várias conferências das grandes empresas de games que iriam ocorrer. A primeira delas era a da Microsoft, que aconteceria em um local próximo ao centro de convenções. Depois de nos cadastrarmos na recepção, recebemos cordões especiais e fomos em direção ao estádio.
A conferência da Microsoft estava muito disputada.

A conferência da Microsoft parecia um show de rock. A caixinha que ficava nos cordões mostrou seu propósito durante o espetáculo, pois ela estava sincronizada com as cores dos games exibidos e piscava durante a apresentação. Um ótimo recurso interativo com a platéia. Os dois pontos altos certamente foram a demonstração do Holo Hens com Minecraft e o anúncio da retrocompatibilidade do Xbox One. Eu nunca tinha visto uma plateia vibrar tão forte por um anúncio tecnológico.
Era um show de rock ou uma apresentação de games?

Depois dessa primeira amostra de como seria o dia, fomos correndo para o local da próxima conferência. A apresentação da EA ficava em um prédio a dois quarteirões de distância. Lá, também foi preciso se cadastrar para adentrar o recinto. Pelo menos, a empresa foi mais generosa nos brindes oferecidos aos convidados, que incluíam uma bolsa com cadernos, canetas e até um pequeno boneco dos Minions. O grande momento do evento foi quando o Rei Pelé apareceu no palco para promover Fifa 16, levando o teatro à loucura.
O Rei aparece na conferência da EA!

Uma pena que eu e muitos membros na nossa equipe não conseguimos entrar na conferência da Ubisoft, que aconteceria em um antigo cinema de Los Angeles. Somente o redator Leandro Rizzardi conseguiu participar do evento e, pôde afirmar, que de todas as conferências que já tinham ocorrido aquele dia, essa havia sido a mais fraca e sem novidades de todas.

Certamente, de todas as pré-conferências da E3, a da Sony foi a mais épica de todas. Além de a Sony oferecer uma grande festa à céu aberto para o público da conferência antes do evento, com comida, bebidas e música à vontade, a empresa deu um show no palco. Vibrei como um fã louco quando vi The Last Guardian aparecer no telão. No entanto, um dos grandes momentos foi o anúncio do remake do clássico Final Fantasy VII para PS4. De todos os entusiastas, o que mais se destacou nesse instante foi o redator Leandro Rizzardi que saltou de sua cadeira e vibrou energicamente. Sua excitação lhe rendeu uma incrível foto que foi publicada na revista oficial do evento.
Pablo, eu, Anna e Leandro conseguimos lugares bem na frente do palco da apresentação épica da Sony.

Primeiro dia: as longas filas

No primeiro dia do evento, eu e mais alguns colegas redatores acordamos muito cedo pois havia a possiblidade de encontrar o honorável Shigeru Miyamoto nas portas do centro de convenção para lhe pedir um autógrafo. No entanto, alguns desencontros ocorreram e não conseguimos encontrar o “titio Miya”. Quem sabe amanhã, não é mesmo? Depois disso, nos juntamos à equipe e almoçamos na sala reservada à imprensa dentro do centro pois, somente naquele dia, os portões para as áreas de exposição somente seriam abertos ao meio-dia.
Hora de descansar na sala de media, porque ninguém é de ferro.

Assim que entrei no coração do centro de convenções, onde havia telões por todos os lados e eram tanto games de encher os olhos, me senti como uma c
riança dentro de uma loja de brinquedos com a carteira da mãe. Para onde eu olhasse, eram games. Muito mais do que eu poderia ter sonhado ver reunido em único lugar. Mas, passado o momento de choque, era hora de trabalhar. Consegui aproveitar as filas curtas e testar alguns jogos menores, depois foi a hora de experimentar o tão aguardado Assassin’s Creed Syndicate, no estande da Ubisoft.
Assassin's Creed Syndicate era um dos grandes títulos da Ubisoft para essa conferência.

Minha próxima aventura, e infelizmente a última do dia, foi testar Star Wars Battlefron, no imenso estande que a EA tinha montado para o game. Digo “infelizmente” porque foram 3 horas aguardando na fila do game. Sem dúvidas, ele era um dos mais disputados do evento. Apesar de minhas pernas e costas doerem depois de tanto tempo esperando, o aguardo valeu a pena. O game era fantástico e mal podia esperar para tê-lo em minhas mãos no lançamento! Mas o preço de tanta emoção foi grande. Cheguei esgotado no hotel após o primeiro dia (assim como boa parte da equipe), sem condições de digitar um caracter. Agora era preciso descansar, pois no dia seguinte, tinha mais.

Segundo dia: um encontro épico

Já que acordar as oito horas da manhã não havia sido suficiente no primeiro dia, eu e a redatora Anna Gabriela Coelho madrugamos as sete horas e nos dirigimos até o centro de convenção para tentar a sorte novamente com Myiamoto. Foi incrível ver o carro preto da Nintendo se aproximar de um dos portões do centro de convenção e dele sair um dos rostos mais famosos da Big N. Calmentente (mas tremendo nas bases) os redatores se aproximaram e pediram para o mestre autografar seus 3DSs e tirar uma foto. Incrivelmente simpático, Miyamoto nos deu um pouco de seu tempo para guardarmos esse momento para sempre em nossas memórias.
Eu e Anna "Miytamos" (me perdoem, o trocadilho era inevitável).

Admito que fiquei em estado de extase por quase todo dia. Afinal, não é a todo momento que você tem a chance de encontrar uma pessoa que criou personagens tão icônicos como Mario, Zelda e Samus, não é? Relaxando um pouco, eu ocupei a minha tarde no evento testando os principais games da Sony. Ironicamente, eu entrei para o Blast inicialmente escrevendo apenas para o Nintendo Blast, pois na época somente possuía um Wii. Hoje, com um PS4, posso participar também do Playstation Blast e, durante a E3, acabei fazendo testes mais de jogos da Sony do que da Nintendo.
Batman Arkham Knight era um dos principais games disponíveis para teste na parte da Sony.

Um dos itens mais raros da convenção era o bottom dourado em comemaração aos 30 anos do Mario. Somente alguns sortudos conseguiram levar essa relíquia para casa e, uma das formas de obtê-lo era participar de pequenas competições promovidas no palco de demonstrações de Super Mario Maker.O problema era o quão difícil era ser escolhido pelos apresentadores para poder competir. Eu, Anna e outro membro da equipe, José Carlos Alves,  procuraram desesperadamente por formas alternativas de obter o bottom, mas não tiveram sucesso. Quando todas as esperanças pareciam perdidas e estavam sentados no chão descansando com Luca Salles, perto da área vip da Big N, um funcionário passa e joga um bottom em cima do Luca. Sem saber bem porquê, o jovem vai atrás do “bom-samaritano” e consegue obter mais dois bottons!
Ainda terminamos o segundo dia encontrando o grande dublador do encanador, Charles Martinet.


Terceiro dia: caça aos brindes

Adicione noites mal-dormidas, muitos textos e matérias a organizar e pés cansados e você tem a receita pronta para um jovem cansado. No último dia, meus objetivos eram testar o que restava de jogos na minha lista de tarefas e tentar conseguir os diversos brindes exclusivos da conferência. Nenhuma das duas missões eram fáceis. Ainda haviam filas longas para testar alguns títulos e obter alguns brindes era uma questão de sorte. Somente para conseguir o boneco exclusivo de Star Wars do novo Disney Infinity era preciso entrar em uma fila interminável e aguardar quase a manhã inteira.
O novo game da série Persona convidava o público a dançar com o mascote para ganhar uma camiseta.

Provavelmente por causa da correria desse dia, ele acabou sendo um dos mais proveitosos de todos. Tive a oportunidade de testar muitos games e consegui obter alguns brindes muito interessantes como sacolas especiais, figuras e até mesmo um carregador portátil. No final, quando os seguranças já estavam fechando o centro e pedindo para o público se retirar, aquela sensação de tristeza me tocou. A mágica havia sido quebrada, mas o sentimento de felicidade permanecia. Mesmo enquanto eu via a equipe soltar o poster gigante de Uncharted 4 do topo do prédio, eu sentia que esse ano havia acabado, mas no próximo, teria muito mais.
Uma grande homenagem da Nintendo ao seu eterno herói do Reino do Cogumelo.

O evento de uma vida

Vivenciar a E3 é algo único e, com a companhia de grandes amigos e uma talentosa equipe, tu fica ainda melhor. Essa semana que passei em Los Angeles sempre ficará guardada com carinho no meu coração e, espero muito poder viver essa oportunidade novamente no futuro. Não é para qualquer um correr contra o tempo para testar, entrevistar e caçar jogos e brindes em apenas 3 dias. É preciso disposição, preparo físico e mental e, além de tudo, amar o mundo eletrônico dos games. Bem, não posso garantir os dois primeiros quesitos, mas sei que o último, eu tenho de sobra.
Até ano que vem, quem sabe. né?



Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


Disqus
Facebook
Google