Future Blast

Revisitando o Future Blast: o que acertamos e o que erramos

Nessa coluna do GameBlast, tentamos adivinhar o futuro da indústria. Agora, é hora de ver se somos bons nisso (ou não).

Eu me lembro bem de uma tarde de março de 2012, quando fomos apresentados ao Future Blast, a coluna de futurologia dos portais GameBlast. Uma oportunidade para mostrar o lado “mãe Diná” de nós, redatores, e tentar prever o que aconteceria na indústria dos videogames a partir de rumores, análises de mercado e muita criatividade.


Passaram-se mais de três anos até a hora de colocar tudo isso em xeque. Afinal, será que somos bons em ser videntes? Enquanto alguns foram longe demais, como o Alan Kottwitz prevendo os jogos de 2020, outros foram sonhadores demais, como as esperanças deste redator que vos escreve com uma continuação de Portal. Mas algumas já podem ser postas à prova e é o que vamos fazer a partir de agora.

O que esperar da Sony em 2012?

2011 tinha sido um ótimo ano para a Sony e o vidente Washington Magalhães pensava em como a japonesa ia se sair no ano seguinte. E posso dizer que ele estava bem otimista, por sinal. Dizia que a PlayStation Plus receberia mais jogos e prazos mais curtos de assinatura, o que viria a se confirmar na E3 do mesmo ano, com a Instant Game Collection. Pena que ele errou feio com esperanças para o PS Move e para o PlayStation Vita; coitados, que descansem em paz. Quanto ao PS4, a ideia dele era que “lançar um novo console com (...) uma pobreza de títulos seria insistir no erro do cometido no lançamento do PS3”. Será que ele considerava remakes como pobres?
Como será o sucessor do PlayStation 3? Em 2013, ninguém fazia a mínima ideia de como o PS4 seria, mas, mesmo assim, Vitor Navarrete decidiu aceitar a missão de tentar prever isso. Ele acertou em cheio ao dizer que seu anúncio seria na E3 ainda daquele ano, mas só isso também. Contrariando a mãe Dinavarrete (perdão), o console não se chama Orbis, usa Blu-Ray (e não HVD) e, em vez de bloquear jogos usados, usou isso para acabar com a Microsoft na E3.

O que esperar da Nintendo em 2013?

Passado o ano olímpico, era hora de Jameson Sheen colocar suas esperanças para o 2013 da Nintendo. Ele já esperava que a onda de remakes afetasse a empresa (resultando em The Wind Waker HD, por exemplo) e que o PS4 e o Xbox One viessem armados com “tablets” em seu lançamento, o que se confirmou com o Remote Play com PS Vita e o Xbox SmartGlass. Suas maiores apostas nas continuações de franquias: acertou com Kirby (Triple Deluxe), Mario (3D World), Zelda (A Link Between Worlds) e Pokémon (X/Y), mas errou feio com Fire Emblem, Breath of Fire, Final Fantasy Tactics e Kingdom Hearts.

Como estará o mundo dos jogos em 2014?

Chegamos às previsões do ano passado, feitas pelo Alex Campos. Sobre a Sony, ele deu uma escorregada ao dizer que Final Fantasy XV e Kingdom Hearts 3 já estariam disponíveis, mas acertou cheio quanto ao sucesso do PS4 e à morte prematura do PS Vita. Já o Xbox One não foi um “fiasco”, por mais que também não seja o mais vendido de todos e o apoio aos indies pelo ID@Xbox seja louvável; pelo menos, o controle dele é realmente ótimo e ele não apresentou tantos problemas de software (e não tivemos um Banjo-Kazooie de rúgbi, amém!). A Nintendo fez jus a algumas previsões, fazendo de 3D World e A Link Between Worlds ótimos jogos, mas não disponibilizou o agendamento de corridas pelo Miiverse em Mario Kart 8, nem Bayonetta no Smash e nem remakes de Final Fantasy para o 3DS.

A Kojima Productions poderia salvar Silent Hill? Essa foi uma pergunta feita pelo Leandro Fernandes ainda em 2012 e, por um tempo, suas esperanças foram atendidas: depois do lançamento do teaser interativo P.T., foi revelado Silent Hills, feito pela Kojima Productions com a participação de Guillermo del Toro. Pena que o jogo foi cancelado antes que tivéssemos mais um gostinho dele, mas já que isso é um texto sobre um futuro que imaginávamos mas não aconteceu, que custa sonhar mais um pouco?
Agora, quando o assunto é E3, ele errou muito feio! Não teve Sleeping Dogs 2, The Last of Us 2, Resident Evil 7, Mario Galaxy 3, Metroid Prime 4 e muito menos canais interativos no Xbox One. Pelo menos Zelda U foi mostrado... E não, o Brasil não ganhou a copa, foi mal.

Jogos que poderiam ir ao Wii U

Adoramos falar sobre jogos que poderiam ser lançados ao console de mesa da Nintendo, sabia? Aurélio Galdino, em 2012, foi pensar como seria a nova iteração de Kirby, e não é que ele acertou em cheio? Citando Kirby Canvas Curse, ele conseguiu prever as mecâncias que seriam usadas em Kirby and the Rainbow Curse; esse sim é um ótimo vidente. Já Thomas Schulze clamou por um Super Mario Bros. 4, reclamando da utilização exacerbada das mecânicas da série nos jogos New e… ele acabou recebendo um dos maiores plot twists possíveis: Super Mario Maker, com um criador de fases! Posso confirmar que ele já está amando essa ideia, a propósito.
Como serão os outros minigames de Nintendo Land? Dando passos menores, eu fui tentar advinhar quais e como outras franquias seriam homenageadas nesse título de Wii U. Acertei todas as séries que ainda estavam ocultas na época (incluindo o enigmático símbolo de Game & Watch), mas só consegui acertar em cheio mesmo as mecânicas de Mario e Metroid, baseadas nas demos da E3 do ano anterior. Eu quase acertei o de Pikmin e acabei acertando o de Donkey Kong enquanto falava da atração de Yoshi (?).
Eu também fui me aventurar nessa, tentando entender como os Angry Birds chegariam ao Wii U (e também ao 3DS). E não é que a ideia de usar o Wiimote para atirar os pássaros foi realmente usada em Angry Birds Trilogy? Na verdade, foi só ela mesmo e, de resto, o jogo usou a tela de toque de ambos os consoles. E por mais que o Fellipe Camarossi tivesse mil razões para ver o remake de Majora’s Mask no Wii U, ele chegou ao 3DS em 2015. Foi mal, cara, a vida tem dessas mesmo.

O futuro é (im)previsível

Alguns acertos, muitos erros, parece que não somos tão bons videntes quanto esperávamos. Mas ainda tem várias coisas para se confirmarem (ou não) e outras para receberem novas previsões. Quem sabe o que vai acontecer mesmo no futuro, não é? Agora, convido vocês para uma vidência metalinguística: qual é a previsão que vocês acham que iremos acertar daqui a dois anos?

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Nívia Costa

sempre com projetos criativos, estranhos ou os dois ao mesmo tempo. desenvolvedor de software, game designer e escritor sobre as coisas que eu gosto.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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