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Análise: Super Cosplay Wars Ultra Infinity (PC): tão absurdo quanto se imagina

Escolha entre mais de 40 cosplayers de diversos animes e saia na mão neste jogo de luta repleto de paródias e referências otakus.



Entre o choque pelo absurdo e fascinação pelo projeto, Super Cosplay Wars me colocou numa experiência que jamais imaginaria que tivesse. Esse jogo, inicialmente lançado em 2004, estava em minhas memórias da juventude pelo conjunto bizarro de personagens, e pela geniosa ideia que ele propõe: escolher um cosplayer de uma série e descer a porrada em outros cosplayers, socando seu caminho até os chefes finais.


Antes de mais nada, preciso dizer que este jogo foi criado usando a engine MUGEN, uma ferramenta que permite a qualquer um criar seu jogo de luta misturando personagens de inúmeros títulos, como Street Fighter ou King of Fighters. Pode soar como algo simples, mas Super Cosplay Wars se destaca pela originalidade e imenso trabalho pela Team FK, os criadores desta obra.

Anime Fight Club

Entre as dezenas de personagens, há uma imensa gama de referências a animes, jogos e tokusatsus para todos os gostos, como Digimon, Resident Evil e até mesmo o primeiro Power Rangers, todos criados com esmero pelos desenvolvedores. Cada golple, movimentação e ataques especiais transformam seu lutador em um personagem diferente de uma determinada série, como o Lizard, que se veste como diversos heróis do Evangelion, ou Gon, que se transforma em diversos Digimon. É um dos pontos de maior destaque, fazendo com que o jogador explore diversos cosplayers para identificar suas obras favoritas.



É difícil identificar tantas séries com tantos personagens, sendo os meus favoritos os de Saint Seiya e de Evangelion, apesar que não é fácil ter um favorito quando tantos animes estão representados no jogo. Temos de Naruto a Hunter x Hunter, e uma das novas personagens possui cosplays da série Final Fantasy, todos com golpes especiais que não apenas dão enormes combos, mas também são um show de efeitos gráficos.

O estilo de se jogar remete muito aos tradicionais Street Fighters, com direito a barra de especial que vai carregando conforme se joga, e diferentes especiais que custam determinada quantidade dessa barrinha. Há, inclusive, especiais secretos, ao estilo Akuma.

E falando em gráficos, o 2D oldschool e a arte dos personagens dão um banho de beleza nos cenários recheados de detalhes, que abrigam as lutas em convenções de anime em parques de diversões (uma ótima ideia, aliás), estações de metrô com a aparição especial de Michael Jackson e outros lugares absurdos, bem coloridos e animados.



É difícil bater em um cosplayer

Como em qualquer jogo de luta, há o modo single player, em que o jogador deve vencer diversos adversários para chegar até os chefes finais. Há também o tradicional Versus, para desafiar outro jogador, e também um modo ao estilo King of Fighters, escolhendo três personagens para as lutas.

Por incrível que possa parecer, não há um menu de opções para se ajustar gráficos, áudio, e o pior, configurar botões. A não ser que você seja um ninja dos teclados, é praticamente impossível jogar sem um joystick. As teclas são mal posicionadas, e qualquer deslize pode acabar com um round inteiro.

Apesar dos combos e golpes serem facilmente aplicados, o jogo vai ficando gradativamente mais difícil na medida em que se avança, até chegar na Zenka, que é inexplicavelmente indestrutível. Seus golpes com sua espada gigante alcançam a tela toda, e um de seus especiais (além de tirar a roupa do lutador) arranca metade da barra de life. E ela nem é a mais difícil.


Algumas lutas são absurdamente difíceis, e para o jogador, no início,  é fácil perder a paciência se não aprender os combos e macetes de seus lutadores. Chegar na tela de encerramento vai levar um tempo monumental, lembrando que alguns chefões não lhe dão a chance de recomeçar a luta. Crueldade.

É de graça

O jogo pode ser baixado diretamente do site dos desenvolvedores. Assim como o site, o jogo possui muitas partes em japonês e chinês, o que irá atrapalhar os que não entendem nem um, nem o outro idioma. O que mais frustra são as falas dos personagens nos endings, que são indecifráveis. Até o manual em PDF mostrando como se faz os golpes está em japonês.


Por mais absurdo que sejam os problemas técnicos, a falta de um menu para se configurar os controles e até mesmo a dificuldade extrema dos últimos chefões (eu falei da Zenka, mas desejo boa sorte para quem conseguir chegar até o Alpha), Super Cosplay Wars continua sendo um título que se destaca pela criatividade.

As dezenas de personagens disponíveis (alguns vão sendo desbloqueados durante o gameplay) possuem ótimo design em cada golpe, o que por si já vale a experiência. Ver os golpes absurdos e os mais diversos ataques especiais já ocuparão boa parte de sua jogatina.

Prós

  • Excelente arte, em cada golpe e personagem;
  • É grátis;
  • São cosplayers lutando!

Contras

  • Não há como configurar a bagunça que são as teclas. Joystick é obrigatório;
  • Há muitas partes em japonês e chinês, sem tradução.

Super Cosplay Wars Ultra Infinity — PC — 7.5

Revisão: Alberto Canen


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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