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Análise: Devil May Cry 4 Special Edition (Multi) traz o nossos meio-demônios favoritos agora em HD

Devil May Cry Special Edition (Multi) mostra que os remakes da Capcom voltaram para ficar.


Depois de Resident Evil HD Remastered (Multi), Devil May Cry 4 Special Edition (Multi) é o mais novo remake  a ser desenvolvido e distribuído  pela Capcom. O jogo foi lançado originalmente para a geração anterior de consoles: PC, PS3 e Xbox 360, em 2008. Esta nova versão foi lançada em junho de 2015 somente para a nova geração: PC, PS4 e XBO.

E antes que “atirem a primeira pedra” contra nostalgias e remasterizações, devemos lembrar que, além do fato de a Capcom já ter anunciado que dará prioridade a remasterizações, este não é o primeiro Devil May Cry a ser “remasterizado” pela desenvolvedora. Em 2005 foi anunciado uma edição especial de Devil May Cry 3 Special Edition (Multi) que, semelhante a DMC4 SE, incluía uma série de mudanças nas mecânicas do jogo, um novo personagem jogável, além de conteúdos adicionais.



A história, diferente dos títulos anteriores, não gira em torno de Dante, mas sim do novo protagonista, Nero. Ele é um jovem meio demônio e meio humano que pertence a um grupo que idolatra Sparda, o lendário Cavaleiro Negro (pai de Dante e de Vergil), e está incumbido de acabar com todos os demônios restantes. Dante, por sua vez, sendo um descendente de Sparda, também é muito respeitado pelo grupo. Entretanto, mais tarde, Dante se rebela, ataca a irmandade dos Holy Knights Order (Ordem dos Cavaleiros Sagrados) e assassina seu líder religioso, chamado Sanctus. A partir daí, Dante, que protagonizou todos os jogos anteriores, se torna o alvo da vingança de Nero. 

Além de Dante e Nero, Devil May Cry 4 SE inclui agora três novos personagens jogáveis, já conhecidos e amados pelos fãs: Vergil, Trish e Lady. Cada um deles possui seu próprio vídeo de abertura e seu próprio final. A nova versão do jogo também adiciona um novo nível de dificuldade, o Legendary Dark Knight, antes só disponível na versão de PC, que permite aumentar significativamente o número de inimigos em cada batalha. E, por fim, foram acrescentadas várias opções de idioma, incluindo o japonês, porém o português, infelizmente, não se encontra entre elas..

Apesar de a Capcom ter proporcionado novas texturas de alta qualidade, modernizando os gráficos e dando quase que uma nova roupagem aos personagens, a textura dos cenários e a iluminação interna parecem sofrer dos mesmos problemas que Resident Evil 4: Ultimate HD Edition (Multi), muitas vezes aparentando regredir para sexta geração de consoles ao invés de avançar para a oitava.

O jogo pode ter sido remasterizado, sofrendo várias mudanças em sua jogabilidade,  mas algumas limitações da versão original ainda permanecem, com destaque para a falta de controle na dinâmica da câmera – ao tentar mover a câmera verticalmente,  descobrimos que, quando se está em alguns lugares, ela mal se move. Não que isso seja uma total surpresa, nas opções e durante o carregamento o jogo já advertia-nos disto, mas o fato é que o engessamento da câmera atrapalha no momento de procurar itens escondidos e de saltar para determinadas plataformas mais altas. DMC 4 SE, no entanto, não é um caso isolado, a “remasterização” de Castlevania: Lords of Shadow para PC, que é um jogo do mesmo gênero,  também sofreu problemas semelhantes relacionados à câmera.

Depois da remasterização, a presença dos novos personagens jogáveis, com certeza, é o maior atrativo desta nova versão, entretanto, tantos os novatos quantos o veteranos, que estão interessados em relembrar a história do game, ficaram decepcionados, pois quando se opta pelos novos personagem a história, com exceção do vídeo de abertura e final do jogo, simplesmente passa a não existir, de modo que, ao fazer esta escolha, nem ao menos a história de Dante e Nero é exibida.  

Mesmo sem disponibilizar a narrativa, a possibilidade de escolher entre as “três duplas” (na verdade, você escolhe entre duas duplas e Vergil) de personagens torna o game mais interessante, devido ao estilo único de luta que cada um deles possui. Generalizando, podemos dizer que Nero e Dante possuem um estilo de luta equilibrado entre ataques de longa e curta distância;Vergil, apesar de também possuir ataques de longa distância, tem como seu ponto forte ataques de perto, podendo alternar entre diferentes armas desde o início do jogo; enquanto Trish e Laid focam-se em ataques à longa distância, podendo, da mesma maneira que Vergil, alternar entre três armas de fogo distintas já no início do game.

Aqueles jogadores que só tiveram contato com o reboot da série, lançado em 2013, DmC: Devil May Cry (Multi), poderão sentir uma certa dificuldade em dominar as mecânicas de combate de DMC 4 SE, pois essas são mais complexas, exigindo, por exemplo, que você aperte mais botões simultaneamente para realizar determinados golpes, como High Roller, onde você arremessa o inimigo para cima com a sua espada. Este mesmo golpe também exige mais atenção do jogador para ser realizado com sucesso, porque ele, em especial, exige que você realize o comando “para trás”, porém, tratando-se de um jogo 3D, o “para trás” é muito subjetivo, podendo ser qualquer um dos 360º de direção, dependendo da posição que o personagem se encontre no momento.


O sistema de combos, porém, ainda é o mesmo, exigindo que você consiga emplacar o maior número de golpes seguidos no menor tempo possível para alcançar os rankings mais altos. No final de cada uma das fases, dependendo do ranking de combos acumulados, da quantidade de tempo, continues e itens utilizados, o jogo lhe premia com uma maior ou menor quantidade de Proud Souls, que podem ser gastas posteriormente na compra de novas habilidades. Como é comum da série DMC, este título apresenta um ótimo fator replay, pois desde as primeiras fases há certos locais que são inicialmente inacessíveis, mas que, posteriormente, à medida que os personagens conquistam novos poderes e habilidades, podem ser acessados, revelando aos jogadores valiosas recompensas.


Devil May Cry 4 é, sem dúvida alguma, um ótimo Hack n’ Slash e um dos melhores games da série DMC. A adição de novos personagens e o novo nível de dificuldade só vieram complementar tudo isso. Entretanto, a Capcom foi negligente ao não aperfeiçoar seus sistema de câmeras nem simplificar algumas mecânicas de combate, o que acaba dificultando desnecessariamente o game e afastando os novos jogadores da franquia.

Prós

  • Novos personagens jogáveis;
  • Novas aberturas e finais;
  • Novo nível de dificuldade;
  • Reformulação da textura dos personagens;
  • Ótimo fator replay.

Contras

  • Problemas com a dinâmica da câmera;
  • Sistema de combate afasta os novatos;
  • Textura de cenário e iluminação de qualidade inferior.

                                 Devil May Cry 4 Especial Edition — Multi — Nota 7.0                                        Versão utilizada para análise: PC


Revisão: Alberto Canen
Capa: Felipe Araujo

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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