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Análise: Hatred (PC) — muita polêmica por nada

Hatred é mais um game cuja polêmica fez com que ele se tornasse mais atraente do que ele realmente é.


Hatred (PC) é um sombrio game shooter com visão isométrica, desenvolvido e distribuído pelo estúdio polonês Destructive Creations e lançado oficialmente dia 1º de junho de 2015.
Para aqueles que não se recordam, este jogo polonês começou a causar polêmica desde o dia de seu primeiro anúncio à imprensa, através de um pequeno vídeo exibido em outubro de 2014, por causa de sua violência explícita e principalmente gratuita que, em certa medida, lembra os diversos massacres americanos, como o de Columbine.

Uma história polêmica... Mas que história?

“Meu nome não é importante. O que é importante é o que vou fazer... Detesto a merda deste mundo. E os humanos vermes que se alimentam da sua carcaça. Toda a minha vida foi ódio frio e amargo. Sempre quis morrer violentamente. É a altura de vingança e não há nenhuma vida que mereça ser salva. Vou sepultar o maior número possível. Chegou a hora de matar. E a hora de eu morrer. A minha cruzada genocida começa agora”.

Esta (acima) é uma das poucas partes do jogo que contém alguma narrativa, pois praticamente não há qualquer história neste título e, mesmo a pouca existente, não nos revela motivos suficientes para o protagonista praticar toda a violência e destruição que ele deseja.

No jogo há uma dezena de armas, que variam de pistolas a lança-mísseis, a sua disposição, porém você só poderá carregar três ao mesmo tempo, podendo trocá-las quando encontrar novos equipamentos nos corpos de seus inimigos, incluindo munição, coletes à prova de balas e explosivos.

Há ainda, além das armas de fogo, a opção de você simplesmente espancar suas vítimas com chutes e pontapés, o que faz com que esta continue viva. O interessante é que toda a vez que o inimigo é deixado nesse estado, entre a vida e a morte, você tem a opção de cruelmente executá-lo, o que não só premia o jogador com um cinematic (vídeo renderizado) como também é a única maneira do personagem recuperar parcialmente sua energia. Outro detalhe interessante é que todos os elementos do cenário, desde carros a edificações, podem ser destruídos.

Todo este assassinato em massa ocorre em mapas abertos, onde seu objetivo principal é matar um número determinado de pessoas, mas há também missões paralelas como acabar com festas adolescentes, destruir lojas e interromper velórios. E para ajudá-lo nessas tarefas há um minimapa, que fica no canto inferior esquerdo e lhe permite não só saber onde estão localizados seus objetivos, mas também perceber se alguma das pessoas ao seu redor está armada ou indefesa.

No meio de todo este caos, para chegar mais rapidamente aos seus objetivos é possível roubar qualquer carro que esteja com sua porta destrancada, no entanto, ao contrário de jogos como GTA V (Multi) e Sleeping Dogs (Multi), não é possível arrombar suas portas. As mecânicas de direção, entretanto, são terríveis e complexas, fazendo com que você não vá muito longe quando está dirigindo.

Um sentimento sombrio

A estética visual do jogo é um show à parte, sendo de longe o elemento melhor desenvolvido no game. Os cenários possuem uma mistura de tons de branco, preto, cinza e, de vez em quando, percebemos a presença do vermelho e do azul em alguns objetos. Essa paleta de cores transmite uma sensação sombria, mas, ao mesmo tempo, estranhamente calma.

Ser polêmico não é o bastante

E, finalmente, após horas de jogatina, você irá concluir que toda a polêmica causada pelo jogo foi exagerada demais, não havendo motivos razoáveis para banimentos, como aconteceu em países como Alemanha e Austrália, nem a proibição de exibi-lo no twitch, pois o jogo não é mais violento que GTA V (Multi), Mortal Kombat X (Multi) ou jogos de horror atuais. O que pode nos levar a refletir é: o que exatamente no jogo provocaria tais reações de repulsa nas pessoas? Penso que tudo fora motivado pelos medos e fobias gerados pelos massacres como o Ataque à Columbine High School, que andam se tornando cada vez mais comuns. Talvez a população tema que situações deste tipo se repitam e o medo, muitas vezes, não é algo racional, além do que, não podemos nos esquecer que a mídia sensacionalista só agrava estes fatores.

A não ser que você seja um amante de shooters isométricos ou de climas sombrios, eu não recomendo a aquisição deste game de forma alguma, pois sua história é rasa, suas mecânicas estão longe de serem inovadoras e a única coisa que o salva é o seu visual, além do fato de que tanta polêmica propagou uma fama e imagem tal ao jogo.

Prós

  • Visual sombrio.

Contras

  • Ausência de história;
  • Mecânicas de combate clichês;
  • Violência injustificada;
  • Mecânicas de direção nada intuitivas.
Hatred — PC — Nota 4.0
Revisor: Vitor Tibério
Capa: Victor Pereira (Ryo)



Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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