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Análise: Resident Evil HD Remaster (Multi) mistura nostalgia com o clima da nova geração

A remasterização da Capcom para o jogo de GameCube traz toda a tensão de um legítimo Resident Evil com gráficos em alta definição!


Em 1996, a Capcom mudou o mundo dos games com o lançamento de Resident Evil (PS), jogo de terror que estabeleceu paradigmas não apenas para o seu gênero, mas também para toda a indústria. Após algumas bem sucedidas sequências, a Capcom estabeleceu um contrato de exclusividade da franquia com a Nintendo, o que traria toda a série para o GameCube e ainda garantiria dois jogos inéditos, Resident Evil 0 e Resident Evil 4.


Contudo, em 2002, o primeiro título da série de terror lançado para o GameCube não foi nenhum dos dois, e sim um excepcional remake do primeiro jogo, que contava com gráficos inacreditáveis e diversas adições que o tornavam praticamente um novo jogo. Resident Evil foi desejado por jogadores de todo o mundo e o contrato de exclusividade com a Nintendo irritou muita gente.


Eis que, mais de dez anos depois, a exclusividade acabou e a Capcom resolveu trazer para todos os consoles (ironicamente, menos para Wii U, da Nintendo) uma versão remasterizada do clássico de 2002. E Resident Evil HD Remaster chega para mostrar que alguns excelentes jogos nunca envelhecem.

A boa e velha mansão de Raccoon City

Caso você tenha vivido em uma caverna nos últimos 19 anos, Resident Evil conta a história de um grupo de agentes de uma força especial chamada S.T.A.R.S. que, após receber um chamado de emergência de outro esquadrão da equipe, acaba indo para no meio de uma floresta nas proximidades de Raccoon City. Após uma fuga eletrizante de seres que pareciam cachorros mutantes, o grupo se refugia em uma mansão e acaba ficando preso por lá.


Em meio a tantos problemas, os protagonistas Chris Redfield e Jill Valentine se vêem presos naquele lugar, infestado de mortos vivos e outras criaturas assombrosas e devem se desdobrar para conseguir escapar e entender o que está acontecendo por lá.

Jogabilidade repaginada

Apesar de adorados, os primeiros jogos da franquia possuem controles bastante complicados, em que o personagem deve ser controlado como se fosse um tanque. Isso tornou a aventura ainda mais tensa e complicada, já que o simples ato de fugir de um zumbi é bem complicado de se realizar.


Dessa vez, a Capcom decidiu resolver boa parte dos problemas implementando uma nova forma de jogabilidade, em que os personagens vão para a direção que o jogador estiver pressionando na alavanca do controle. Com essa novidade, que pode desagradar os mais puristas, jogar Resident Evil se tornou muito mais prazeroso e agora é mais fácil dar atenção ao que realmente importa, a sua sobrevivência. Vale notar que ainda é possível jogar com a jogabilidade clássica.


O restante do jogo permanece o mesmo, com puzzles desafiadores e inimigos realmente difíceis de serem derrotados, ainda mais com o arsenal escasso e o pequeno inventário que são disponibilizados ao jogador. Os Crimson Heads, zumbis muito fortes (e que revivem) criados especialmente para a versão de GameCube estão de volta para tornar tudo ainda mais complicado.

Os puzzles continuam desafiadores e a pressão de conseguir resolvê-los em meio a inimigos tão ameaçadores trazem muita tensão e provam que após vinte anos ainda é possível se surpreender e se assustar com o clima do jogo.

A beleza do horror

Se Resident Evil já era bonito em seus tempos de GameCube, tudo se tornou ainda melhor com o advento dos gráficos em alta definição. Contando com efeitos de iluminação extremamente realistas e consistentes, o jogo está ainda mais imersivo do que em 2002.


Infelizmente, algumas texturas ainda estão borradas e impedem que o jogo atinja a perfeição nesse quesito, mas isso mal será notado graças à qualidade do conjunto da obra, que é excepcional em diversos sentidos. Para os fãs mais recentes da série, ainda é possível utilizar Jill e Chris em suas versões bombadas de Resident Evil Revelations, mas isso é apenas uma adição estética, sem mudança alguma no core do jogo.


Os efeitos sonoros estão mais limpos e o trabalho de dublagem é exatamente o mesmo utilizado em 2002, o que já é bom o bastante e passa a sensação de um filme B de qualidade duvidosa, ainda mais se levarmos em consideração o tom cafona dos diálogos que permeiam a aventura.

O terror está de volta (mais uma vez)

O relançamento de Resident Evil só evidencia ainda mais como a indústria atual está carente de jogos desse tipo. Ainda muito relevantes e, principalmente, divertidos, os jogos de terror possuem elementos muito únicos que trazem um tipo de prazer diferente aos jogadores. The Evil Within foi um bom exemplo de como trazer o gênero para os tempos atuais, mas a industria implora por um jogo nos moldes dos clássicos da década de 90.


Nos resta torcer para que a Capcom continue esta onda de trazer o terror de volta e nos traga além de Resident Evil Revelations 2, no fim deste mês, mais surpresas, como o retorno de Resident Evil 0 ou até mesmo um Resident Evil 7 com uma jogabilidade que retorne às origens. Por enquanto, podemos agradecer à Capcom por possibilitar que mais pessoas possam jogar o remake de um dos melhores jogos de todos os tempos.

Prós


  • Jogabilidade refinada;
  • Puzzles inteligentes;
  • Tensão a todo instante.

  • Contras


  • Não haver uma versão para Wii U;
  • Pequenas inconsistências gráficas.

  • Resident Evil HD Remaster – X360 / XBO / PS3 / PS4 / PC – Nota: 9.0
    Versão utilizada para a análise: Xbox 360
    Capa: Stefano Genachi 

    Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
    Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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