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Análise: Alex Mercer não é mais um humano, mas uma bizarra e perigosa mutação genética que busca respostas sobre seu passado em Prototype (PC)

Alex Mercer era um homem morto. Seu coração não batia mais e sua pele estava gelada. Mesmo assim, um misterioso vírus ainda pulsava dentr... (por Unknown em 04/01/2014, via GameBlast)

Alex Mercer era um homem morto. Seu coração não batia mais e sua pele estava gelada. Mesmo assim, um misterioso vírus ainda pulsava dentro do corpo desse jovem. E será graças a essa praga biológica que ele se tornará a arma humana mais letal que já caminhou pela Nova York do mundo eletrônico. Adquirindo aos poucos poderes sobre-humanos, Alex enfrentará os desafios e destruirá os inimigos que precisar para descobrir os mistérios que cercam sua falta de memória e juntar os pedaços de sua vida perdida. Cabe ao jogador investigar as pistas que Alex encontrará, além de aprender a utilizar seus poderes virais para cruzar qualquer obstáculo do caminho, mesmo que isso signifique enfrentar o caos de uma epidemia de proporções gigantescas.

Seu corpo é a arma mais letal que já existiu

Desenvolvido pela Radical Enterteinament e lançado em 2009 pela Activision, Prototype é um jogo de ação e aventura de exploração em mundo aberto. O cenário a ser explorado é o coração da grande cidade de Nova York, a ilha de Manhattan. Tudo começa quando o jogador entra na pele do desmemoriado Alex Mercer, que depois de fugir de um centro de controle de doenças, começa a descobrir que o seu corpo sofreu terríveis mutações. Por causa disso, Alex é capaz de regenerar qualquer ferimento e também consegue absorver outros seres humanos, consumindo suas memórias e podendo tomar a aparência de sua vítima. Assustado com o monstro que está se tornando, Alex começa uma busca por respostas sobre seu passado e quem são os responsáveis por transformá-lo em uma aberração genética.
Humano, arma biológica ou apenas um monstro? Alex Mercer não sabe mais quem ele é.
Infelizmente, Alex iria descobrir que existe muito mais por trás. A Gentek, uma gigantesca corporação farmacêutica que possui um ramo militar dedicado a pesquisas de biotecnologia, a Blackwatch, estava desenvolvendo um vírus poderoso, que iria utilizar como arma biológica, o Blacklight. Alex havia sido uma das primeiras cobaias do teste e, aparentemente ao entrar em contato com seu DNA, o vírus não o matou, mas se combinou ao seu código genético para lhe tornar um ser dotado de capacidades sobre-humanas. Pois é, como diz o ditado popular, "o que não mata, nos fortalece", não é mesmo? As investigações de Alex tomam um rumo totalmente inesperado quando, ao tentar invadir o complexo da Blackwatch, um terrível acidente acontece e o terrível vírus se espalha pelo local. Agora, além de buscar por respostas, Alex precisa enfrentar as terríveis criaturas que estão sendo geradas pela praga biológica, além do poderio militar de seus inimigos.
Após uma invasão fracassada ao complexo de pesquisas militares da Gentek, Alex é implacavelmente caçado pelo poderio militar da Blackwatch.
Enquanto Alex assiste a grande Manhathan rapidamente sucumbir ao poder do vírus, ele precisa percorrer a cidade com muita cautela, pois sua cabeça está a prêmio, já que a Blackwatch o deseja vivo ou morto pois ele seria um objeto científico valioso. Para a sorte de Alex, quanto mais inimigos tomados pelo vírus ele enfrenta e os absorve para descobrir mais informações sobre a arma biológica, seu DNA se modifica radicalmente e ele ganha novas habilidades. Cada nova capacidade tem uma mecânica diferente que lhe auxilia durante os combates e a se livrar dos obstáculos com mais facilidade, tanto de forma ofensiva quanto defensiva.
Às vezes, Alex sofre mutações tão violentas que fica difícil controlar seus poderes.
  • Hammerfist: Com esse poder, Alex pode transformar seus punhos em massas destruidoras descomunais que, quando atingem o chão, descarregam uma energia violenta. É uma habilidade muito útil para destruir veículos e tanques;
  • Musclemass: Alex é capaz de aumentar a resistência física de seus braços, tornando-os tão poderosos que podem nocautear um inimigo lançando-os a metros de distância. Esse poder se mostra muito útil para um combate corpo-a-corpo contra criaturas mutantes que são fisicamente mais fortes, mortais e ágeis;
  • Whipfist: Através dessa capacidade, Alex torna o seu braço um verdadeiro chicote comprido e altamente flexível. Além de poder atingir inimigos a distância, ele pode utilizar essa nova capacidade para desferir um golpe circular em múltiplos adversários, desmembrando-os como se fosse uma lâmina;
Para acessar um poder, basta o jogador selecioná-lo em uma roda virtual de opções.
  • Blade: Alex pode transformar seu braço em uma enorme lâmina dupla, mais afiada que qualquer espada que você já tenha visto. Essa habilidade é muito útil para danificar inimigos fortes ou para se livrar de grupos de adversários que estão no caminho, já que o ataque desencadeia uma onda de ar que joga qualquer um longe;
  • Claws: Com esse poder, a massa viral cerca os braços de Alex e convertem seus dedos em três longas garras afiadas. A capacidade de destruição e dano dessas novas armas são incríveis podem despedaçar os inimigos em poucos segundos;
  • Armor: Como o próprio nome diz, com esse poder, Alex pode transformar seu corpo em uma couraça praticamente indestrutível que resiste até a explosões de mísseis. O único problema desse poder é impedir que o jovem utilize qualquer outra de suas habilidades, podendo contar apenas com a força bruta dos golpes que a armadura pode desferir contra seus inimigos;
  • Shield: Esse poder é capaz de converter os braços de Alex em placas de massa viral incrivelmente resistentes e que, ao absorverem o impacto de um dano, regeneram-se em poucos segundos. A habilidade é muito útil quando se está enfrentando tanques ou helicópteros, que possuem maior poder de fogo. No entanto, a taxa de regeneração dos escudos vai depender do nível de energia vital de Alex.
A Armor é um poder defensivo e ofensivo ao mesmo tempo, ótimo para enfrentar inimigos mais fortes.
Todas essas habilidades são imprescindíveis para que Alex possa percorrer o caos de Nova York enfrentando os militares da Blackwatch e as terríveis criaturas mutadas, como os grotescos Hunters. Outras duas habilidades que surgem naturalmente em nosso herói ao longo de sua aventura são o Wall Running, que lhe permite escalar qualquer prédio ou superficie vertical como se estivesse correndo e o Flying, que lhe permite planar por um breve período, ao esticar sua pele infectada pelo vírus. Graças a esses poderes, Prototype certamente garante ao jogador o maior sentido de liberdade e de onipotência que se já presenciou até o momento no mundo eletrônico.
Voar é uma das melhores formas de fugir dos adversários ou alcançar pontos específicos da cidade em pouco tempo.
Mas apesar de toda essa aparente liberdade, Alex tem muitas missões a cumprir. Muitas delas envolvem caçar um alvo militar específico ou se infiltrar e destruir bases de pesquisa, utilizando um simples modo stealth. E mesmo possuindo poderes quase infinitos, nosso herói precisa tomar cuidado pois sua vida pode se regenerar automaticamente já que ele não resistirá a golpes e explosões consecutivas. Além disso, estratégia é outro ponto importante da aventura, porque não basta apenas disparar socos e chicotadas aleatoriamente para cumprir os objetivos, ao enfrentar inimigos mais poderosos como Lead Hunters ou monstros horríveis como a paciente zero, Elizabeth Green, Alex vai precisar de muito mais do que apenas força bruta.
Hunters são as criaturas mais ferozes e grotescas que o vírus Blacklight já produziu.

Muitos combates, sangue e mortes...mas, e daí?

Tudo bem, já se pode perceber que o maior mérito de Prototype é a dádiva dos poderes quase ilimitados ao protagonista Alex Mercer. Uma vez que o jovem aprende a dominar suas novas habilidades, é possível fazer praticamente qualquer coisa enquanto ele percorre a cidade de Nova York. Desde consumir inimigos, absorvendo suas memórias e tomando sua aparência até escalar prédios e arranha-céus com total liberdade. Isso realmente é muito legal e acaba tornando o cenário do jogo um verdadeiro playground para o jogador. No entanto, isso possui um lado ruim, já que uma possibilidade de gameplay que garante tanto nível de liberdade ao seu usuário pode acabar afastando-o do foco principal do jogo. Ou seja, no fim das contas pode ser mais divertido ficar destruindo e dando uma banda pela cidade do que tentar cumprir as missões necessárias para o progresso da trama.
Não se preocupe se você achar mais divertido ficar escalando os prédios de Nova York do que cumprir objetivos.
Um grande problema do jogo, por incrível que pareça, não está nas mecânicas das habilidades de Alex, que, ao contrário de outros títulos do gênero, se desenvolvem de maneira bem adequada durante o combate. A dificuldade se encontra na forma como cada uma delas são ativadas. Para selecionar um dos poderes do herói, é preciso escolher entre eles dentro de uma roda de seleção que pausa o jogo. Até aí, tudo bem. No entanto, a maioria dos golpes que cada habilidade é capaz de realizar torna-se difícil de ser executado, uma vez que é necessários vários cliques e movimentos do mouse, além de ser preciso pressionar outras teclas para tanto. A situação piora quando os poderes de Alex sofrem melhorias e os combos ficam mais complicados de serem realizados, uma vez que o jogador precisa ser quase um polvo para conseguir ativar todos os comandos necessários.
Usar alguns poderes é fácil. Mas quando a roda de seleção fica cheia, é complicado escolher qual combinação de habilidades utilizar.
Outro fator que deixa muito a desejar na aventura é a qualidade gráfica. Durante os combates é possível perceber que, apesar de ser capaz de jogar carros, caminhões e até tanques contra prédios e outras estruturas maiores, as mesmas não aparentam nenhum tipo de dano. Quando algum objeto é destruído, apenas uma marca permanece momentaneamente no local, depois sumindo em poucos instantes.Além disso, muitas vezes certos pontos da cidade parecem ter sido modelados de maneira extremamente preguiçosa, já que se pode passar por uma dúzia de prédios que se parecem um uma cópia do outro. Parece que a equipe de desenvolvimento se preocupou mais em aprimorar as mecânicas do que as habilidades gráficas.
Mesmo para a época em que foi produzido, o acabamento gráfico poderia ter sido melhor.
Prototype é um título que promete uma experiência única ao jogador ao lhe oferecer um personagem com poderes ilimitados e um grau de liberdade surpreendente em um amplo mundo aberto. Certamente o jogo proporcionará várias horas de combates com muitos sangue e golpes incríveis, além de corridas alucinantes pelas laterais de prédios e planando sobre a grande Nova York. No entanto, vendo tantas missões que possuem quase os mesmos objetivos repetitivos, cenários finalizados incorretamente e uma trama que, em muitos momentos, perde sua importância em meio a tanta destruição, fica-se com a sensação de que Prototype poderia se desvencilhar do estigma de seu título e não ficar com tanta cara de “protótipo”.
Destruir helicópteros das mais diferentes maneiras possíveis é legal, mas pode acabar ficando sem graça depois do 20º deles.

Prós

  • Alto grau de liberdade de exploração;
  • Grande arsenal de poderes para utilizar.
  • Trama bem desenvolvida.

Contras

  • Controles de ataque confusos;
  • Falta de refinamento gráfico;
  • Missões muito repetitivas.
Prototype - PC - Nota: 8.0
Revisão: Jaime Ninice
Capa: Stefano Genachi

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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