Developers: Koji Igarashi

Conhecido mundialmente por seu trabalho nos jogos da franquia Castlevania, Koji Igarashi, apenas IGA para os mais íntimos, começou a tra... (por Filipe Salles em 21/03/2013, via GameBlast)

Conhecido mundialmente por seu trabalho nos jogos da franquia Castlevania, Koji Igarashi, apenas IGA para os mais íntimos, começou a trabalhar na série em Castlevania: Symphony of the Night (PS), talvez o episódio mais aclamado da série até hoje. Atualmente o produtor não está mais envolvido com a saga da família Belmont contra o mais notável vampiro de todos os tempos, Conde Drácula (quem pensou Edward Cullen merece ser chicoteado pela Vampire Killer). Conheça mais sobre um dos desenvolvedores mais apaixonados por jogos 2D da história em mais uma matéria de nossa coluna Developers no GameBlast!

Veterano de guerra

A paixão de Igarashi pelos jogos eletrônicos não pode ser datada, pois o desenvolvedor tinha como objetivo entrar para a indústria desde a faculdade e assim que concluiu seu curso procurou emprego na área. Seu primeiro emprego seria em algum outro estúdio de desenvolvimento, porém um desentendimento com o departamento de recursos humanos causou sua demissão logo em seu primeiro dia de trabalho.

Depois deste episódio, um de seus professores na faculdade o convidou para trabalhar consigo na Konami, que naquela época - IGA entrou para a empresa em 1990 - já tinha emplacado o primeiro Castlevania. Depois de passar pelos exames admissionais da empresa, Igarashi passou a integrar a equipe como programador. Já imaginou o que seria da franquia hoje se o desenvolvedor não tivesse sido demitido do seu primeiro emprego?

O primeiro jogo no qual o desenvolvedor teve seu nome inserido nos créditos foi em Dettana!! TwinBee, lançado para TurboGrafx, e nos créditos após encerrar o jogo, o famigerado apelido que perdura até hoje já estava presente. O momento de virada na carreira do produtor veio após o lançamento de TokiMeki Memorial, um simulador de namoros que fez considerável sucesso comercial em terras nipônicas. Com este trunfo em mãos, Igarashi pediu à Konami que o transferisse para a equipe responsável pelos jogos da série Castlevania, da qual já era fã a bastante tempo.

Primeiro trabalho: revolução

Após cumprir seu objetivo, era hora de pôr a mão na massa. Agora como diretor assistente, IGA deu novo ar à série com Castlevania: Symphony of the Night, lançado para o primeiro console de mesa da Sony. Uma das principais mudanças em relação aos títulos anteriores foi a criação de um mapa unificado, abandonando a já saturada fórmula de jogo em fases, aproximando o jogo a outros clássicos como Metroid (NES), produzido pelo lendário Gunpei Yokoi.


Este também foi o primeiro Castlevania onde não morríamos ao cair em um precipício, o que com certeza deve ter agradado aos fãs que não eram muito bons nos pulos. Aliado aos dois fatores já mencionados, foi também implantado um sistema tirado dos famigerados RPGs, e também pela primeira vez os Belmont passaram a contar com pontos de vida.

Capa européia do revolucionário episódio de Castlevania
Com todas essas mudanças e um castelo com muitos segredos a serem explorados, Koji Igarashi colocou de vez a série na memória de diversos jogadores ao redor do mundo. Após ter encerrado seu trabalho em Symphony of the Night, o produtor saiu da equipe de Castlevania, retornando anos mais tarde em Castlevania Chronicles (PS) e Castlevania: Harmony of Dissonance (GBA).

Um retorno com decisões polêmicas

Entre a saída do desenvolvedor e seu retorno, quatro jogos da série Castlevania foram lançados: Castlevania Legends (GBC), Castlevania 64 (N64), sua sequência para o mesmo console Castlevania: Legacy of Darkness e Castlevania: Circle of the Moon (GBA). Durante este tempo, a mudança mais notável na série foi a conversão do 2D para o 3D nas versões para o console de mesa da Nintendo, que não alcançaram sucesso, sendo criticados pela mídia especializada e rejeitados pelo público. Devo ter sido um dos únicos a gostar destas versões.

Uma das decisões de Igarashi ao retornar a série em 2001 foi a formulação da linha cronológica da franquia, onde foi estabelecido que Drácula retorna a cada cem anos. O próprio produtor admitiu que esta talvez tenha sido sua pior decisão, explicando que datar o retorno do vilão limitou a criação de jogos após a ocupação completa da linha temporal. Imaginem só a situação, se após a ocupação de todas as linhas temporais chegarmos ao ponto onde só poderíamos ter um Castlevania a cada cem anos.

Outra das decisões polêmicas do produtor foi a exclusão dos quatro títulos mencionados anteriormente da linha temporal oficial da série. Enquanto Circle of the Moon e os títulos lançados para o Nintendo 64 passaram a ser tratados como spin-offs, Castlevania Legends foi excluído totalmente da cronologia. O motivo para estas exclusões foi para que a história de Castlevania pudesse seguir uma ordem temporal lógica e sem confusões.

As inovações não pararam por aí

Durante o período que IGA comandou a série, a franquia ganhou mais inovações que vieram a complementar o estilo consagrado por Symphony of the Night, como o sistema de coletar a alma dos inimigos para resolver enigmas e, claro, arrasar com seus inimigos em Aria of Sorrow (GBA) e sua continuação Dawn of Sorrow (DS). Também contou com a presença da segunda protagonista feminina, Shanoa, de Order of Ecclesia (DS). Devido à exclusão de Castlevania Legends - que foi o primeiro título a contar com uma personagem principal - da cronologia oficial, Shanoa pode ser considerada a única heroína a existir na história.

Koji Igarashi permaneceu como produtor da franquia durante nove anos e lançou treze jogos para diferentes sistemas, sendo dois deles remakes e um deles até fora do gênero comum, Castlevania: Judgement (Wii) trouxe os heróis e vilões de diferentes épocas da saga para se digladiar em combates 3D.
Que tal uma partidinha de Castlevania: Judgement?
Em 2010, o produtor encerrou sua participação nos episódios da série com Castlevania: Harmony of Despair (XBLA) e passou a batuta para David Cox e a equipe da MercurySteam, que cuidam da trilogia Lords of Shadow, cujo episódio mais recente da história de Gabriel Belmont saiu para o Nintendo 3DS. Após sua saída, ele lançou mais dois jogos, sendo o último chamado LeedMees (X360), lançado em 2011 para Kinect. Há rumores de que ele está trabalhando em um novo projeto, porém não há nenhuma informação concreta até então.

Jogos em que participou

Jogos da série Castlevania:
  • Castlevania: Symphony of the Night (PS) 
  • Castlevania Chronicles (PS)
  • Castlevania: Harmony of Dissonance (GBA)
  • Castlevania: Aria of Sorrow (GBA)
  • Castlevania: Lament of Innocence (PS2)
  • Castlevania: Dawn of Sorrow (DS])
  • Castlevania: Curse of Darkness (PS2/XB)
  • Castlevania: Portrait of Ruin (DS)
  • Castlevania: Order of Shadows (Mobile)
  • Castlevania: The Dracula X Chronicles (PSP)
  • Castlevania: Order of Ecclesia (NDS) 
  • Castlevania Judgment (Wii)
  • Castlevania: The Adventure ReBirth (WiiWare)
  • Castlevania: Harmony of Despair (XBLA)
Jogos fora da série:
  • Detana!! TwinBee (Turbografx)
  • Gradius II (Turbografx 16)
  • Tokimeki Memorial (TurboGrafx-16)
  • Tokimeki Memorial: Forever with you (PS/Saturn)
  • Elder Gate (PS) 
  • Nano Breaker (PS2) 
  • Otomedius Excellent (X360)
  • Leedmees (X360)
Apesar de possuir jogos fora da série Castlevania, nenhum deles obteve semelhante sucesso. Fã apaixonado dos jogos 2D, um dos desejos do produtor é de que os jogos bidimensionais permaneçam vivos entre os novos gamers. Já conhecia o famoso produtor, que já chegou até a comparecer em eventos portando um chicote? Sabia que um dos ídolos do desenvolvedor é seu colega de trabalho, Hideo Kojima? Será que ele retorna à série ou virá com algo totalmente novo? Compartilhe conosco sua opinião!
Revisão: José Carlos Alves























Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


  1. Poxa, com certeza já conhecia o IGA, mas fiquei surpreso em saber que ele é fã do Kojima. Espero que ele traga algo de bom em um futuro próximo, mesmo que não seja em Castlevania.

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