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Análise: Kingdom Rush (iOS)

Eu vou supor que a grande maioria dos leitores aqui já perdeu uma horinha que seja em jogos em flash internet afora. Neste caso, devo pres... (por Fellipe Camarossi em 20/01/2013, via GameBlast)

Eu vou supor que a grande maioria dos leitores aqui já perdeu uma horinha que seja em jogos em flash internet afora. Neste caso, devo presumir que conhecem o estilo “Tower Defense”, não? Para o caso de não conhecerem, é um gênero de jogo que envolve utilizar-se de certos artifícios (denominados “torres”) para impedir um determinado inimigo de cruzar o cenário. Seguindo esta base, diversos jogos foram criados com este fórmula e se espalharam rapidamente na cultura gamer e a Análise de hoje fala sobre, provavelmente, um dos melhores do tipo: Kingdom Rush.

Desventuras pelo reino

A história do jogo é simples: um poderoso feiticeiro está ameaçando a segurança do reino com suas hordas de monstros, e o rei contrata você – o estrategista – para elaborar as melhores táticas possíveis de modo a impedir que as tropas vilãs de avançar em seu território. O jogo conta com elementos básicos de RPG mistos ao Tower Defense padrão, oferecendo uma experiência totalmente única conforme você encara diferentes tipos de inimigos e é necessário se adaptar a novas estratégias.

Aranhas gigantes são comuns por essas bandas.


Mas bem, como história raramente é o atrativo desse tipo de jogo (apesar da história de Kingdom Rush ser bem desenvolvida), vamos pular direto para a jogabilidade. O mapa do jogo é dividido em fases, cada uma com um formato diferente e uma abordagem diferente. Os terrenos variam entre gramados, florestas, ampos abertos, terras congeladas, pântanos e cemitérios, deixando na mão do jogador a responsabilidade de determinar quais tipos de tropas serão usados em cada terreno. No decorrer da empreitada, pontos são acumulados para trocar por novos poderes e reforços para seu exército. Mas vamos por partes e, antes de tudo, conhecer as torres que podemos usar.

O arsenal do rei

Archer: a torre de arquearia. É a primeira torre a qual somos introduzidos. Este monumento carrega consigo um grupo de arqueiros que vão abrir fogo contra qualquer inimigo que entre no raio de alcance. Essa torre pode evoluir e se transformar em uma torre de caçadores (que disparam flechas em mais velocidade e alcance) ou de atiradores (com armas de fogo, mais poder e menos velocidade).

Barrack: torre de infantaria. Esta é bem peculiar se comparado a qualquer outro jogo do estilo Tower Defense, pois ela invoca soldados para lutarem no campo de batalha, e não somente atacar a distância. Isso permite travar inimigos num lugar para que as outras torres façam o seu trabalho. Os soldados podem evoluir para templários (cavaleiros de armaduras pesadas e magias sagradas) ou bárbaros (massas de músculos que lutam com a brutalidade de machados e são puro poder de ataque).

Mage: torres de magia. É nesta que a fantasia predomina, com magos disparando seus ataques que perfuram defesas físicas e causam dano direto, porém lento. No começo parecem simples e de pouca utilidade, mas posteriormente se mostram essenciais para segurar as hordas inimigas. As torres mágicas podem evoluir em torre de magia negra (que permite golpes mais fortes e até eliminar oponentes em um golpe só) ou torres de sábios (cujo poder é invocar monstros de pedra para lutar e transformar inimigos em ovelhas; é, você leu direito, ovelhas).

Artillery: por fim, torres de artilharia. Essa obra da engenharia dispara bombas no campo de batalha, causando dano massivo em área, mas com certo atraso entre um golpe e outro para recarregar a munição. É provavelmente a torre mais útil no decorrer da empreitada. Suas evoluções incluem uma artilharia ainda mais pesada (contando com mísseis e bombardeamento em área) e um gerador de eletricidade (que dispara raios que atingem inimigos numa reação em cadeia).

Se estiveram contando até agora, notaram que no final temos oito variações de torres, não? Bem, há quem diga que não é variedade o suficiente. E é aí que entram os heróis.

Um tempo de heróis

Outra característica que torna esse jogo único é o sistema de heróis. Nele, o jogador pode selecionar um personagem que vai ser distinto das torres; ele poderá percorrer o campo e vai atacar diretamente os inimigos que tentarem atravessá-lo. Os heróis a princípio são três, mas outros quatro podem ser liberados pagando uma taxa a mais, totalizando sete. A seguir, cada um dos heróis:

Sir Gerald Lightseeker: um templário correto e justo cuja motivação é eliminar todo o mal existente. Sua armadura possui uma resistência ótima e seus golpes físicos são bem acima do normal. Sua velocidade é mediana, e não possui nenhum golpe a longa distância.

Alleria Swiftwind: uma bela arqueira da floresta com precisão inigualável. Seus ataques a longa distância são ótimos, e quando combinados a sua velocidade, mostra-se extremamente versátil. Entretanto, seus golpes físicos são fracos, assim como sua resistência.

Malik Hammerfury: a imponente massa de músculos pertence a este herói que, carregando seu martelo, derrama violência sobre os inimigos. Sua força e resistência são altíssimos, porém é lento e não possui ataques a longa distância.

Bolin Farslayer: o velho atirador é um dos mais equilibrados dos heróis, podendo atacar de perto ou de longe, mas se focando no uso de armas de fogo e bombas em geral. Sua habilidade de plantar minas é excelente contra grandes massas, porém ele é lento.

Magnus Spellbane: o poderoso arcano, apesar de extremamente frágil, possui um poder mágico assustador. Seus ataques a longa distância podem eliminar facilmente oponentes menores e sua mobilidade é invejável; é o único herói capaz de usar o teletransporte.

Ignus: a criatura feita de fogo é o combatente físico mais rápido de todos. Além de possuir uma força assustadora e uma resistência alta, sua velocidade permite que ele percorra o campo em poucos instantes. Porém, não tem golpes a longa distância.

King Denas: para fechar o grupo de heróis temos o rei deste reino. Apesar de não parecer grande coisa, Denas é um ótimo lutador a distância e a curto alcance, e é um dos heróis mais divertidos de se jogar pelas suas falas.

Gerald, Alleria e Malik são os gratuitos, os outros devem ser comprados para se usarem. Não são exatamente essenciais, mas como cada jogador possui um estilo diferente, você pode se adaptar melhor com determinado herói. Além disso tudo, o jogo oferece duas "magias": Reforços e Meteoros. A primeira envolve, de dez em dez segundos, chamar dois soldados para ajudar em determinada parte do cenário. A segunda invoca uma chuva de meteoros em toda a tela, mas com atraso maior entre um disparo e outro. Fica na mão do jogador saber quando usar cada um - literalmente!

Em nome do reino!

Um destaque especial vai para os efeitos sonoros, tanto do combate como da musicalidade em si. Tudo parece em perfeita harmonia, trazendo o clima épico de uma guerra sem perder a graça dos gráficos simples e carismáticos. O jogo só peca realmente em sua curta duração, mostrando uma campanha principal pequena e sua dificuldade se mostra as vezes inconsistente de um nível para outro – seja num aumento grande demais ou em não deixar sequer aparente que a dificuldade aumentou.

As hordas inimigas não vão esperar que você descanse.

No mais, Kingdom Rush é um excelente jogo para se passar o tempo e divertir-se descompromissadamente. Sejam seus personagens divertidos ou sua jogabilidade envolvente e instintiva, é difícil começar a jogá-lo sem querer logo ver o desfecho dessa aventura. Infelizmente, é logo mesmo que você o vê.

Apresse-se! O destino do reino está em suas mãos.

Requisitos:

  • iOS 4.3 ou posterior: tanto a versão normal quanto a versão HD (exclusiva para iPad).

Prós:

  • Jogabilidade simples e de fácil aprendizado;
  • Grande variedade de possibilidades;
  • Efeitos sonoros divertidos e com musicalidade.

Contras:

  • Campanha muito curta;
  • Personagens extras relativamente caros.

Kingdom Rush - iOS - Nota: 8,5
Revisão: Gabriel Toschi

Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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