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Análise: PlayerUnknown’s Battlegrounds (PC/XBO): um colosso que ainda tem muito espaço para evolução

O gênero battle royale se mostra divertido e competente em toda simplicidade aplicada por PUBG.


PlayerUnknown’s Battlegrounds chegou em 2017 com uma proposta extremamente simples, mas que desafiava seus jogadores de maneira brilhante. Não à toa o game conseguiu alcançar a marca de três milhões de jogadores simultâneos somente no Steam, um feito impressionante para um game que apenas recentemente saiu do Steam Greenlight. Mas será que ele é tudo isso mesmo?

Correndo pela sobrevivência

PUBG possui uma premissa simplista: 100 jogadores pulam de pára-quedas e descem em uma área extensa e inabitada, onde irão se enfrentar e o último a sobreviver será o vencedor. Ao chegar ao solo, o jogador deve buscar por armamentos e equipamentos de proteção para que possa se defender dos outros jogadores. Comumente, tais equipamentos se encontram em edificações espalhadas pelo mapa. Escolas, bases militares e celeiros são apenas alguns dos locais onde podem conter suprimentos, mas nem sempre iremos encontrar os melhores no primeiro ambiente que visitarmos. Locais isolados podem oferecer a chance de não darmos de cara com outros jogadores, aumentando as chances de sobrevivência; em contrapartida as melhores armas e equipamentos de defesa ficam em grandes centros, como vilas e cidades mais desenvolvidas.

Uma área do mapa ficará marcada por um círculo branco, e os jogadores devem seguir para ela dentro de um limite de tempo para que não sofram dano. Quando o limite termina, a área de jogo vai se reduzindo, exigindo que os jogadores se movimentem e se aproximem uns dos outros. Conflitos se tornam iminentes conforme a área de jogo diminui, mostrando um dos aspectos mais importantes da jogabilidade de PUBG: a tensão e ansiedade criadas pela incerteza do que irá acontecer nos segundos seguintes. Poucos tiros podem ser fatais aqui para um jogador desatento. E essa tensão se estende na busca por suprimentos. Afinal de contas, vasculhar os locais pode nos colocar cara a cara com algum jogador que chegou antes e está com uma escopeta calibre 12 em suas mãos.



PUBG pode ser jogado solo, em cooperativo para duplas ou cooperativo para time de quatro jogadores. Embora o game seja empolgante e ofereça partidas praticamente inéditas a cada rodada, a sensação de solidão e isolamento ao jogá-lo sozinho por longas sessões pode se tornar cansativo para alguns jogadores. Ter amigos acaba se tornando importante para dar maior longevidade ao game, tendo em vista que o mesmo oferece apenas um modo de jogo.

Podendo ser jogado em primeira ou terceira pessoa, o game oferece tiroteios de bastante qualidade e desafiadores. Não é fácil manejar uma arma automática aqui, por exemplo, pois é necessário ter o controle das rajadas de tiro para que se atinja uma maior eficiência durante os combates. E é incrível o fato de que podemos nos sentir encurralados em áreas abertas, pois ao tomar um tiro, não vemos indicação de onde o disparo veio. Há apenas uma marca de dano na tela e o som do disparo da arma do inimigo.

No presente momento, PlayerUnknown’s Battlegrounds conta com dois mapas: Erangel, baseado em localidades russas e Miramar, baseado em localidades da América Central. Ambos os mapas oferecem uma boa diversidade de locais, dando ao jogador oportunidades de combate à longa e curta distância. Enquanto Erangel possui áreas como campos e florestas, Miramar é repleta de desertos e áreas rochosas. Cada mapa possui suas próprias particularidades e cada região poderá exigir uma tática diferente do jogador. Ainda assim, se esconder e aguardar o desenrolar da partida é uma excelente tática (e igualmente covarde) para ambos os mapas. Como os mapas são extensos, podemos encontrar veículos para nos locomover com maior facilidade, e estes possuem respawn indeterminado.



Os armamentos variam de pistolas simples e submetralhadoras, passando por escopetas, rifles de assalto e precisão e até mesmo machetes e frigideiras, com as armas podendo ser modificadas com diversos tipos de anexos, como miras e carregadores estendidos. Nunca se sabe o que iremos encontrar, mas é necessário sobreviver com o que se tem em mãos. Os equipamentos de defesa e a mochila para carregar os itens podem ser encontrados em até três níveis, então é válido continuar vasculhando mesmo tendo encontrado um conjunto completo de equipamentos proteção. Granadas de fragmentação, atordoamento e fumaça também podem ser encontradas, ampliando o leque de ações do jogador. Itens de recuperação também estão espalhados pelo cenário — é importante guardar espaço para carregar alguns destes itens em caso de necessidade.

O matchmaking das partidas ocorre de forma muito tranquila e funciona bem, demorando pouquíssimo tempo para nos colocar dentro de uma sala. Alguns problemas de performance foram experimentados, principalmente engasgos e quedas de taxa de quadros por segundo, mas no geral funcionou bem. Os gráficos são bonitos e possuem um bom nível de detalhes, se destacando na parte de iluminação e ambiente geral. Os interiores dos edifícios possuem lá suas diferenças, mas alguns são extremamente semelhantes, deixando a impressão de “eu acabei de ver isso” no jogador. Mas é algo praticamente irrelevante, sendo citado aqui apenas para contexto.



PUBG possui um sistema de lootboxes como muitos games recentes. Cumprir objetivos e ganhar partidas rende caixas e Battle Points, que podem ser gastos para comprar caixas aleatórias. Todas elas possuem itens puramente cosméticos para que o jogador customize seu personagem. O mais estranho é que usar os BPs nos dá caixas aleatórias. Eu mesmo gastei meus BPs com uma caixa e ganhei uma que exigia a compra de uma chave de desbloqueio na Steam. Estranho, mas né? Lootboxes.

PlayerUnknown’s Battlegrounds é um excelente game, com uma proposta simples e que atrai desde novatos a veteranos dos jogos de tiro. A tensão criada dentro das partidas é muito gostosa e a sobrevivência é desafiadora em toda partida. O que pode pesar aqui é o fato de tudo poder se tornar cansativo muito rápido para quem joga sozinho. Mas com amigos, a tendência é se divertir cada vez mais. Uma boa solução seria a implementação de novos modos de jogo, que não precisam ser os tradicionais dos jogos de tiro convencionais, mas que sigam a proposta original de PUBG ao mesmo tempo que ofereçam novos objetivos e metas dentro das partidas. PUBG é, por si só em sua simplicidade, um colosso, e irá crescer ainda mais com o suporte dos jogadores e com novas ideias trazidas por seus desenvolvedores.

Prós

  • Tensão criada nas partidas;
  • Excelente jogabilidade;
  • Cada partida oferece algo único, mesmo que seja mínimo;
  • Qualidade gráfica;
  • Modo cooperativo para duplas e times de quatro jogadores.

Contras

  • Pode ser cansativo para quem jogar sozinho por sucessivas partidas;
  • Quedas de quadros por segundo, principalmente no mapa Miramar, o mais recente.
PlayerUnknown's Battlegrounds — XBO/PC — Nota 7.5

Versão utilizada para análise: PC

Revisão: Ana Krishna Peixoto


Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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