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Análise: Shantae: Half-Genie Hero – Friends to the End (Multi) modifica levemente a fórmula

O segundo DLC do jogo é estrelado pelo trio de amigos de Shantae e conta com mecânicas diferenciadas.


Depois de controlar a vilã Risky Boots em Pirate Queen’s Quest, é hora de acompanhar o trio de amigos de Shantae em Friends to the End, segunda expansão de Shantae: Half-Genie Hero (Multi). O DLC reaproveita conteúdo do jogo original e propõe novos desafios no controle de Bolo, Sky e Rottytops.

A aventura do trio se passa em um ponto da história principal de Half-Genie Hero em que Shantae é atingida por um raio capaz de transformar em maligno qualquer força. Por conta disso, os poderes da garota meio-gênio se descontrolam, ela desmaia e um vortex surge de sua mente. Diante disso, Bolo, Sky e Rottytops decidem adentrar a consciência de Shantae a fim de salvá-la.


Sendo assim, os três personagens vão explorar os estágios de Half-Genie Hero para tentar reverter o que aconteceu com Shantae. O diferencial da vez é a mecânica de controlar um dos três heróis, cada qual com habilidades únicas. Bolo usa um mangual para atacar e para se pendurar em locais específicos. Já a mestra de falcoaria Sky lança pássaros (perfeito para atingir inimigos distantes, mesmo que com força reduzida) e consegue criar plataformas temporárias. Por fim, a garota-zumbi Rottytops usa sua perna como uma clava (!) e consegue remontar seu corpo em outro local ao lançar sua cabeça — essa é a única maneira de atravessar barreiras de energia negra. É possível trocar o personagem ativo com o toque de um botão e cada um deles tem um ataque especial que consome uma barra.

Os estágios receberam modificações em sua topografia a fim de exigir o uso das habilidades de todos os três personagens. Há um grande abismo? Troque para Sky, faça uma plataforma temporária e flutue com a ajuda de seu falcão. Pontos altos e aparentemente inalcançáveis? Tente usar Bolo para se pendurar em pontos do cenário. Os momentos mais legais são os que exigem usar as habilidades de forma coordenada, como criar uma plataforma com Sky e depois jogar a cabeça de Rottytops para chegar a locais altos. Existe, também, uma nova mecânica: os personagens sobem de nível e ficam mais fortes ao coletar jóias. O porém é que algumas gemas são perdidas ao levar dano, sendo assim é importante avançar com cuidado.


Friends to the End é uma campanha mais difícil do que as anteriores. O motivo disso vem do fato de que a vida máxima dos heróis não pode ser aumentada e itens de recuperação são bem raros — por conta disso precisei ser bem mais cuidadoso para conseguir avançar no jogo. Acredito que dificuldade maior é uma boa característica, afinal o jogo base é bem fácil, porém faltou um pouco de balanceamento: morrer, aqui, significa recomeçar a área desde o início. Como itens de recuperação são escassos, morrer é algo corriqueiro, o que deixa as coisas um pouco repetitivas (e frustrantes).

Por fim, a expansão explora novamente as fases de Half-Genie Hero. Confesso que já estou cansado de visitar essas áreas, afinal já os revisitei inúmeras vezes na campanha principal e no DLC de Risky Boots — isso trouxe uma sensação de mais do mesmo. Para piorar, Friends to the End é completamente linear e não há motivos fortes para explorar com cuidado os estágios (há polvos mágicos para encontrar, porém eles só servem para desbloquear uma conquista). As habilidades dos personagens e as alterações na topografia das fases não são suficientes para acabar com essa sensação.


Sendo assim, Shantae: Half-Genie Hero – Friends to the End é uma expansão que pouco adiciona ao jogo principal. É até divertido controlar um trio de novos heróis, contudo o reúso de conteúdo já disponibilizado anteriormente traz forte sensação de repetição.

Prós

  • Três personagens para controlar;
  • Ótimo visual;
  • Estágios adaptados para as novas habilidades.

Contras

  • Pouca quantidade de conteúdo;
  • Repetição de estágios;
  • Dificuldade desbalanceada.
Shantae: Half-Genie Hero – Friends to the End — PC/PS4/PS Vita/XBO/Wii U/Switch — Nota: 5.5

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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