Final do CBLOL 2015 - Impressões de quem viu ao vivo

Evento, com mais de 12 mil pessoas, já pode ser considerado um marco na história do e-sport nacional.

São Paulo, dia 8 de agosto de 2015. Com toda certeza, essa data ficará marcada na história do videogames no Brasil. Mais ainda no cenário competitivo, como a maior festa já feita em território nacional. Tudo isso para celebrar a final da segunda etapa do Circuito Brasileiro de League of Legends.


Podemos dizer que a expectativa já começou há alguns meses, quando a Riot anunciou que a partida seria realizada no Allianz Parque, estádio do Palmeiras. Apesar da final do ano passado, no ginásio do Maracanãzinho ter sido sensacional, quem, em sã consciência, apostaria que um estádio de futebol seria fechado, só para ver uma decisão de e-sports? Com certeza seria a aposta mais alta da empresa aqui no Brasil até o momento.

Os 12 mil ingressos, esgotados em poucas horas, já indicavam que o público faria sua parte para prestigiar tamanho acontecimento. E devo dizer, como um desses 12 mil que estava lá assistindo, todas as expectativas foram atendidas.

O show inicial

Assim que entrei nas dependências do estádio, já era possível ver as “marcas” do LoL por ali. Uma grande torre na entrada e uma parede com diversos fanarts do jogo ajudavam a ambientar o evento. Ainda na parte interna do estádio, havia espaço para cosplayers tirarem fotos (e havia muitas pessoas com cosplay) além de lojinhas vendendo camisetas e outros artefatos temáticos do campeonato — omo é possível imaginar, era grande a quantidade de pessoas que queriam levar para casa alguma lembrança do torneio.

Subindo para as arquibancadas, encontramos o palco do evento principal, que estava montando mais ou menos na linha do gol, virado para a nossa direção. Todo o entorno tinha uma espécie de pano/lona, que, mesmo em um dia de Sol forte, dava a sensação de um anfiteatro. Um pouco abafado, devido ao calor, mas nada sério. Com os ingressos vendidos com cadeiras marcadas, a única dificuldade de chegar ao seu assento era passar pela galera que já estivesse sentada na fileira.

O palco da final
Seguindo os horários planejados, tivemos a abertura do evento às 13:00. Com algumas apresentações musicais, o show de abertura acabou com a participação do vocalista Jorn Lande, cantando duas músicas da banda Pentakill. Alias, até onde eu sei, foi a primeira vez que essas músicas foram tocadas ao vivo em um evento da Riot.

Acho válido mencionar o Karthus que acompanhou Jorn no vocais. O personagem foi feito por Nando Fernandes, vocalista com um grande histórico no rock nacional, tendo, entre outros trabalhos, participado da banda Hangar entre os anos de 2006 a 2009.



Antes da tempestade

Terminado essa parte, era hora dos holofotes serem apontados para as grandes estrelas do dia — os jogadores de INTZ E-Sports e paiN Gaming. Com apresentações dignas de grandes finais do esporte. Antes da partida começar de fato, ainda tivemos um vídeo com os jogadores tirando um contra de paintball — uma iniciativa para mostrar que todos eram adversários, mas não inimigos.



Alias, o clima no local era bem agradável no que diz respeito ao povo presente. Não me lembro de ter visto nenhum caso de confusão ou desentendimento. Nem dava para lembrar as coisas horríveis que aparecem em fóruns e chats nos jogos. Seria bom que alguns tomassem isso como exemplo.

Somos um só coração

Os vídeos com os jogos nós já postamos aqui no Blast, portanto, não vou comentar sobre eles. Por outro lado, posso falar sobre a torcida, que vibrava ininterruptamente a cada team fight, a cada jogada impossível e a cada objetivo realizado. Teve “ola” e até o famoso grito “o campeão voltou”, por parte da torcida da paiN, durante a terceira partida.

Toda aquela energia junta foi algo fantástico de ser ver. Torcedores de ambos os times, ou mesmo quem só estava pela festa (o meu caso), todos misturados ali, acompanhando tudo o que acontecia, sem tirar os olhos dos telões. Ver aquelas milhares de pessoas juntas, tira qualquer dúvida de como os e-sports estão grandes, e quanto ainda eles podem crescer aqui na nossa terra.

E sim, meu amigo, os últimos segundos da última partida pareceram durar eras. Mal dava para ouvir os narradores, tamanha a comoção do público.


Um espetáculo

Independente se você gostar ou não de League of Legends, não tem como não admitir que todo o espetáculo montado para essa final foi fantástico, em termos de estrutura, organização e público. Será bacana ver como a cena brasileira irá evoluir daqui pra frente. Vamos torcer para que toda essa atenção que o evento atraiu fomente mais o cenário competitivo brasileiro, não só de LoL, mas de jogos eletrônicos como um todo.

Revisão: Alberto Cannen
Capa: Felipe Fabrício

Formado em Game Design, desistente da Matemática Aplicada e atualmente cursando Jornalismo. Ainda aguardo o retorno triufal da Sega, fã de Metal Gear, Dark Souls e várias coisas vindas lá do Japão.
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