Chronicle

DeNA, quem é ela afinal?

Quem é a empresa por trás da futura distribuição dos jogos mobile da Nintendo?

O mundo foi abalado na semana passada por uma notícia bombástica: a Nintendo aceitou criar jogos para celulares. Não apenas criar jogos, como todo conteúdo intelectual estaria à disposição de uma empresa para produção no meio mobile. Essa empresa? DeNA Corp. E afinal, por que ela? Vejamos a trajetória dessa empresa, que mesmo sendo desconhecida de nós ocidentais, já tem uma historia invejável.

Tudo começou no oriente 

Em 1999, antes da Internet 2.0 que vivemos hoje, a empresa — que hoje faz parceria com a Nintendo, Square Enix e Marvel — foi criada com a seguinte filosofia: "se você acredita em uma ideia, então vá até o fim". Em uma sala comercial modesta, basicamente um apartamento alugado em um bairro simples do Japão, começou prestando consultoria para outras empresas e criando soluções online. Depois, com a sugestão de um cliente, criaram um sistema de leilão online, o Bidder. A ideia inovadora foi um sucesso, mesmo com a Yahoo! Japão tendo lançado um sistema parecido três meses depois. Após algum tempo a Yahoo veio fazer parceria para aprimorar seu serviço.
Início da carreira. Ao centro o atual CEO da empresa Isao Moriyasu

A expansão comercial

Depois de vários anos no ramo de leilões online e recebendo o certificado de qualidade das autoridades nipônicas, algo bastante difícil tendo em vista o alto nível de exigência, a empresa resolveu, então, que deveria expandir seu produto no mercado mobile. Em 2004 foi uma empresa pioneira ao lançar seu site em formato mobile. Nesta época cresciam as redes sociais, então foi criada a Mobage Town (futuramente Mobage).

Rolando para o sucesso

Um dos primeiros sucessos da Mobage em terras ocidentais foi o jogo Rolando (sim, em português). O destaque do título foi o uso da nova tecnologia introduzida pelo iPhone: o Acelerômetro. Por meio de movimentos do celular, você controlava seus personagens (todos em formato de bolinhas) até a saída do cenário. Lembrava bastante o jogo Monkey Ball (Multi), mas em 2D.

Mobilizando as pessoas

Vendo que o mercado japonês estava ficando saturado e seguindo o exemplo das empresas chinesas, a DeNA Corp. buscou uma parceria no continente americano. Fechou uma parceria com a empresa Ngmoco, especializada no então crescente mercado de jogos mobile. Esta empresa ja contava com uma excelente equipe. Seu presidente, Neil Young, foi presidente da EA games e tem no currículo também a diretoria da Maxis. No início a parceria era apenas para divulgação e uso de sua rede social, Mobage. Em 2010, a Ngmoco foi comprada pela DeNA Corp. por 400 milhões de dólares.

Abrindo sua empresa à novas franquias, a maioria Freemium, tendência no mercado de produção de jogos mobile, a DeNA conseguiu se consolidar no ocidente. Com parcerias importantes e nomes de peso no cenário de produção de jogos, a empresa conseguiu se firmar e aumentar seus investimentos na Ásia e Europa.

Roubando a cena

Em 2010 os jogos mais rentáveis eram bastante estáticos e com forte apelo social. Foi lançado, com sucesso, o jogo Kaito Royale, jogo estilo Máfia Wars, no qual você controla um grupo de ladrões por meio de menus. Este jogo teve tanta repercussão que logo viria a se tornar uma série de televisão japonesa. Não durou muito, apenas nove episódios, porém para um mercado em ascensão isso foi muito relevante.
Kaito Royale também virou Mangá

Outro jogo que teve bastante sucesso foi o Blood Brothers, um semi RPG freemium em que você controla um herói com vários ajudantes e deve seguir pelos cenários. O título lembra bastante jogos de tabuleiro, inclusive na parte principal, pois o personagem segue por caminhos em um mapa plano tracejado. Chegou a ser um dos jogos mais baixados na Play Store.

Agora é para valer

Em 2012 conseguiu uma parceria com a Marvel e lançou o jogo de cartas Marvel: War of Heroes. O diferencial desse jogo é o gráfico bastante detalhado criado por ilustradores da própria editora. Alguns, inclusive, ganhadores do premio Eisner (o Oscar dos quadrinhos). O jogo não foi o sucesso esperado, mas continua com atualizações regulares.


E o céu é o limite

Peter Molyneux, depois de sair da Microsoft com uma reputação bastante sólida por causa da série Fable, resolveu lançar de forma independente seu mais novo jogo: Godus. A DeNA distribuiu o título para dispositivos móveis. O jogo não chegou a emplacar, inclusive com algumas repercussões negativas quanto ao financiamento no Kickstarter.
Ainda em 2014, tendo a parceria com a Disney (atual detentora das franquias Marvel e LucasArts), lançou o jogo Star Wars: Galactic Defense, na cola de outro jogo bastante popular na época: Kingdom Rush. O jogo foi considerado excelente pela crítica.

E o futuro promete

Atualmente, além da parceria com a Nintendo, que teremos prazer em noticiar futuras novidades, a empresa fez um título em conjunto com a Square Enix, Final Fantasy: Record Keepers, em que são relembrados fatos importantes de todos os jogos da série. Isso mostra o potencial desta empresa, que em pouco tempo, já possui parcerias importantes e será fundamental para elevar o nível dos jogos para celulares e tablets.

Revisão: Luigi Santana
Capa: Felipe Araujo






Escreve para o GameBlast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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