Chronicle

Blizzard Entertainment e seus 24 anos de história

Conhecida por títulos como World of Warcraft, Diablo e Starcraft, conheça agora a história por trás de uma das maiores empresas do mundo dos games!

No próximo domingo, dia 08/02, é aniversário daquela que é conhecida como a empresa que mais massacra e mais presenteia seus fãs ao longo dos anos. Massacra por causa da grande demora para o lançamento de suas continuações, mas também presenteia por conta de seus títulos quase que unanimamente adorados e aclamados pelo público. Franquias de grande peso no universo dos games vieram dessa empresa, que a cada dia tenta inovar mais, sem abandonar o antigo. É claro que pelo título vocês já sabem que estamos falando da nossa querida Blizzard!


Famosa pela “santíssima trindade” de franquias, Warcraft, Starcraft e Diablo, a empresa já fez muita coisa nesses 24 anos de história. De The Lost Vikings (SNES) ao futuro Overwatch (PC), passando por diversas trocas de nomes e a fusão com a Activision em 2008, veja agora tudo que vivemos ao lado dessa grande empresa dos games!


De RPM Rancing à Warcraft

Foi em 1991, que  Allen Adham, Michael Morhaime e Frank Pearce em conjunto fundaram a então chamada Silicon & Synapse. Na época, com um pequeno escritório, os três publicaram o primeiro jogo de muitos, RPM Racing (SNES). Dois anos depois, a empresa publicou dois grandes jogos: The Lost Vikings (Multi) e Rock n’ Roll Racing (Multi), títulos que garantiram para ela o prêmio de Melhor Desenvolvedora de 1993 pela VideoGames Magazine. Nesse mesmo ano, ela mudou seu nome para Chaos Studios. Que aninho agitado foi esse!
Uma coisa que poucos sabem, é que antes de existirem os filmes da franquia O Senhor dos Anéis, foi lançado em 1992 um jogo baseado na obra de Tolkien para SNES intitulado “J. R. R. Tolkien’s The Lord of The Rings, Vol. 1”, pela então chamada Silicon & Synapse. Sim leitores e leitoras, um dos primeiros jogos de O Senhor dos Anéis para consoles é da Blizzard!
Pouco tempo depois, com a compra da Chaos Studios pela Davidson & Associates, a empresa mudou seu nome novamente, agora para o tão famoso Blizzard Entertainment. Daí para frente sua subida para a fama começa a acelerar com a criação de uma das maiores franquias de videogames de todos os tempos através do título: Warcraft: Orcs & Humans (PC).

Mesmo com bons títulos lançados para os consoles da época como Blackthorne (Multi), The Death and Return of Superman (SNES) e Justice League Task Force (SNES), foi nos computadores que a empresa ganhou mais espaço. Com o sucesso crescente de Warcraft: Orc & Humans, a empresa investiu fundo na internet, criando seu site oficial (blizzard.com) e lançando, entre 1995 e 1996, Warcraft II: Tides of Darkness (PC) e sua expansão, Warcraft II: Beyond the Dark Portal (PC). A versão original do jogo foi o título de PC mais vendido de 96, alcançando a marca de 1,6 milhões de cópias (muita coisa para a época onde a globalização estava apenas engatinhando).

Apresentando o inferno e a Rainha das Lâminas

Com o sucesso da continuação de Warcraft, a Blizzard resolveu expandir seus horizontes rumo aos RPGS e lançou o segundo título da “santíssima trindade” da empresa, Diablo (PC). Junto com ele, foi lançado outro serviço da empresa que faz muito sucesso até hoje, o Battle.net, que, inicialmente, havia sido criado para auxiliar o funcionamento do modo multiplayer para os salvadores de Tristam, mas foi expandido para o infinito e além com a terceira parte da trindade.



Foi em 1998 que a Blizzard resolveu sair do tema medieval e avançar no tempo, lançando Starcraft  para PC. No mesmo ano, ela resolveu dar as caras novamente nos consoles em grande estilo, lançando Diablo para o PS1, o que popularizou ainda mais o jogo. Nesse mesmo ano, a Battle.net saltou de 1,5 milhões de assinantes para 4 milhões com o lançamento do pacote de expansão do seu mais novo jogo, Starcraft: Brood War (PC).
Um dos títulos mais raros da Blizzard até hoje, sem dúvidas, é a versão de Starcraft
lançada para o N64 no ano 2000. O jogo trazia o conteúdo do jogo original e da sua expansão juntos e utilizava o expansion pak do console para travar disputas de multiplayer local com a tela dividida. Atualmente ele é um dos 10 jogos americanos mais raros de N64. 
Assim, a santíssima trindade da Blizzard estava completa e personagens como Kerrigan, Raynor, Zeratul e Diablo já estavam no imaginário dos gamers ao redor do mundo. Mas três títulos históricos ainda seriam lançados pela empresa, para solidificar a sua fama como uma das melhores produtoras do mundo dos games.

De Lord of Destruction a Frozen Throne 

O novo milênio trouxe mais sucesso para a empresa com o lançamento de dois dos seus melhores jogos até hoje. Em 2000 foi lançada a tão aguardada continuação Diablo II (PC) e exatamente um ano depois, sua expansão Diablo II: Lord of Destruction (PC). Aqui a Blizzard começou a surpreender com belíssimas cinemáticas que são uma marca da empresa até hoje.

Sem descanso, no ano seguinte a empresa lançou o lendário Warcraft III: Reign of Chaos (PC), após uma janela de seis sofridos anos para os fãs da franquia. O jogo foi um sucesso fenomenal e tornou-se na época o jogo de PC mais rapidamente vendido da história. Seu sucesso foi prolongado ainda mais com a sua expansão no ano seguinte, Warcraft III: The Frozen Throne (PC), outra explosão de vendas que trouxe mais um dos grandes personagens da empresa à tona: Arthas, ou se preferirem, Lich King.

Ainda em 2003, a Blizzard, em contrato com a Nintendo, lançou seus clássicos The Lost
Vikings, Rock n’ Roll Racing e Blackthorne para o GBA. Uma ótima pedida para os oldschool que clamavam por esses título há anos. Mesmo não sendo continuações, já ajudavam bastante com aquele quê de nostalgia.

No início de 2004, com Diablo II, Warcraft III e Starcraft fazendo um sólido sucesso nas partidas online, a Blizzard promoveu seu primeiro campeonato mundial misto: o Worldwide Invitational, que aconteceu na Coreia. Aproveitando a repercurssão positiva do evento, a empresa abriu escritórios na Europa e na Coreia.

O Mundo de Warcraft!

Antes de qualquer coisa, a Blizzard é uma boa estrategista. Combinando o Battle.net, o hype do Worldwide Invitational e culminando na abertura de servidores na Europa e Coreia, a empresa preparou terreno para o maior de todos os seus lançamentos, que entrou para a história dos videogames como o MMORPG mais jogado do mundo. No dia 23 de novembro de 2004, chegava às lojas norte-americanas World of Warcraft (PC), jogo que ficou conhecido como WoW e que completou seus 10 anos de existência no final do ano passado.
Com isso, WoW rapidamente foi lançado na Europa, Coreia do Sul, China e Taiwan, alcançando a marca de 5 milhões de jogadores em um ano de existência. Nesse mesmo ano (2005) a empresa organizou a primeira BlizzCon, evento com campeonatos, vendas e exposições dos seus títulos, na Califórnia. O evento é seguido, alguns meses depois, pelo segundo Worldwide Invitational, na Coreia.
É lançado no final de 2006 o jogo de cartas colecionáveis (TCG) de World of Warcraft. Mesmo sendo pouco difundido aqui no Brasil, o jogo foi um grande sucesso no exterior, tendo dezenas de coleções lançadas e campeonatos com prêmios na casa dos milhares de dólares, valor bastante alto para o gênero. Seu último campeonato até então foi o “Darkmoon Faire Las Vegas”, em 2013.
Com mais de 6 milhões de jogadores em seus servidores, foi lançada a primeira de muitas expansões do MMO mais famoso do mundo. The Burning Crusade teve uma média de 100 mil cópias vendidas por hora nas primeiras 24 horas de lançamento, mais uma vez, quebrando recordes. O impacto da expansão foi claro, fazendo o número de jogadores alcançar os 8,5 milhões em três meses e, em janeiro do ano seguinte, chegar a marca de 10 milhões.


Os retornos de Lich King e Jim Raynor

Após a explosão de sucesso de Burning Crusade e o anúncio oficial que uma continuação de Starcraft seria lançada, a Blizzard saiu dos holofotes por um tempo. Nada de expansões de WoW, nada de um segundo Starcraft, e nem muito menos nada sobre os sonhos de todos os gamers entre 2002 e 2010: Warcraft IV e Diablo III. A empresa ficou, por três anos, focando em seus eventos e dizendo “estamos trabalhando, aguardem”.
Em 2008, durante o seu período de poucos lançamentos, ocorreu uma fusão empresarial entre a Vivendi (subsidiária da Blizzard) e a Activision, formando uma nova e valorosa empresa chamada de Activision Blizzard.


Warcraft IV nunca foi lançado, para a tristeza de uns. Mas a justificativa para isso veio através do enredo da próxima grande expansão de WoW. Wrath of The Lich King trazia de volta em 2008 todo o enredo que ficou inacabado em Frozen Throne lá em 2003. A expansão reacendeu a glória da empresa que passou a ter fama de “demorar, mas cumprir com o prometido”. O sucesso permitiu que o número de assinantes de WoW subisse mais, alcançando a marca dos 11 milhões.


Um ano após o lançamento daquela que é considerada por muitos fãs como “a melhor expansão de WoW até hoje”, a Blizzard cumpriu outra de suas promessas. Junto com o Battle.net 2.0, a empresa lançou aquele que ganharia o Game of the Year de 2010, Starcraft II: Wings of Liberty (PC). O jogo foi um sucesso estrondoso de público e crítica, aclamado por muitos como o melhor jogo de estratégia em tempo real até então.

Como se não bastasse, no mesmo semestre foi lançado World of Warcraft: Cataclysm,  expansão que mudou drásticamente todo o mapa de Azeroth com o surgimento de uma das maiores calamidades da franquia: o Death Wing.


Depois de muito, muito, muito tempo…

Passadas mais algumas Blizzcons, a nossa querida Blizzard surpreendeu mais uma vez com a realização do sonho de muitos jogadores durante míseros 11 anos. Enfim, depois de muito esperar, choramingar, xingar no twitter e etc. e tal, os fãs puderam finalmente jogar Diablo III (Multi). O título quebrou o recorde de World of Warcraft, virando o jogo de PC mais rapidamente vendido na história (3,5 milhões de cópias em 24 horas).
Entre 2011 e 2013 foi desenvolvido e lançado oficialmente o famoso MOBA Dota 2 (PC), fora o grande sucesso de League of Legends (PC) desde o seu lançamento em 2009. Mas nem todos se lembram que tanto Icefrog, desenvolvedor do Dota 2, quanto Gabriel Sanches, um dos desenvolvedores originais de LoL, trabalharam originalmente juntos no primeiro Dota, que era na verdade um mapa editado de Warcraft III. Se não fosse a criatividade desses desenvolvedores em utilizar um jogo da Blizzard de forma original, talvez Dota, League of Legends e seus derivados como Smite e Awesomenauts nunca existiriam! Já pensou nessa possibilidade?
Com o anúncio dessa beldade veio a sexta Blizzcon da história, em que, além de Diablo III, marcaram presença também as expansões Mist of Pandaria de WoW e Heart of the Swarm de Starcraft II. O ano do fim do mundo chegou e trouxe com ele o esperado terceiro capítulo de Diablo e também a expansão menos aclamada de WoW. Pandaria vendeu bem, mas comparada às outras expansões e ao título original, não foi tão bem assim.


Mas no final do ano, nas portas do fim do mundo maia, a Blizzard lançou o Battlenet World Championship, campeonato no qual os 32 melhores jogadores de StarCraft II e as 10 melhores equipes de Arena de WoW competiram pelo título de campeão mundial em suas modalidades. Com isso (e o fato do mundo não ter acabado), a Blizzard conseguiu mais e mais holofotes para si. Em 2013, lançou a versão de X360 e PS3 de Diablo III, e Heart of the Swarm finalmente chegou às prateleiras, arrecadando a bagatela de 1,1 milhão de cópias vendidas em dois dias.

A expansão dos universos! To the Future!

O último ano foi de grandes surpresas e revelações por parte da nossa aniversariante do mês. Suas franquias de peso já estavam muito bem estabelecidas no mercado e gerando lucros crescentes, qual seria o próximo passo? Expandir! E foi isso que a Blizzard fez e está fazendo ainda! O marco disso foi o  lançamento de Hearthstone: Heroes of Warcraft (Multi) e, posteriormente, da sua expansão, Goblins vs. Gnomos, um jogo de estratégia baseada em turnos com o uso de cardgames online (o tema pode ser o conhecido Warcraft, mas o jogo em si é bastante original e algo totalmente novo na empresa).


Além de expandir para novos horizontes, alguns jogos continuaram a ser aumentados com as expansões Reaper of Souls de Diablo e a grandiosa Warlords of Draenor, que fez o World of Warcraft recuperar toda a sua glória de outrora. Mas sua corrida não parou aí. Recentemente foi lançado oficialmente Heroes of the Storm (PC), MOBA baseado nos universos da santíssima trindade da empresa.
Acham que é só? No final do ano passado, durante a última Blizzcon, a empresa anunciou o jogo de tiro Overwatch, uma franquia totalmente nova, mas com a “cara” da empresa e também a terceira expansão de Starcraft II, Legacy of the Void, com o foco totalmente voltado para os Protoss. Sem falar, é claro, da parceria dela com a Legendary Studios para a produção do filme de Warcraft, previsto para lançar em 2016. E isso é só o que eles deixam a gente ficar sabendo…
Dominic Cooper será o Rei Llane no filme de Warcraft

Que venham mais 24 anos!

Nesses 24 anos, a Silicon & Synapse, Chaos Studios, Blizzard Entertainment, Activision-Blizzard… enfim, a nossa Blizzard conquistou o coração de muitos e fez parte da infância e adolescência de milhões de pessoas ao redor do mundo. Desde RPM Racing e The Lost Vikings até os gigantes Diablo, Starcraft e World of Warcraft, muitas histórias foram contadas e vividas através desses incríveis mundos criados para a nossa diversão.

Vários novos membros pra família Blizz estão chegando em Overwatch!


Eu, como redator, jogador, jovem e respeitoso admirador do trabalho dessa gigante, só tenho a agradecer por todos os ótimos títulos lançados, ótimas histórias contadas e ótimos personagens apresentados. E que esses 24 anos virem 24 décadas! Só não precisa mudar tanto de nome até lá!

Revisão: Luigi Santana
Capa: Stefano Genachi


Gilson Peres é Psicólogo e Mestre em Comunicação pela UFJF. Está no Blast desde 2014 e começou sua vida gamer bem cedo no NES. Atualmente divide seu tempo entre games de sobrevivência e a realidade virtual.
Este texto não representa a opinião do GameBlast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Escrevemos sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0 - você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.


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