Zuera Blástica: explicando os fatos da Copa 2014 pelos videogames

A #CopaDasCopas foi marcada por trajetórias emocionantes das seleções nacionais — e os jogos é que vão contar estas histórias.

Falaram tanto #NaoVaiTerCopa que acabou acontecendo uma das Copas mais malucas que já vimos nos últimos tempos. O Mundial de Futebol deste ano foi no “país do futebol” e eu não sei como as pessoas não esperaram o aumento expressivo dos níveis “HU3” durante a competição. Teve zebra, teve dentada, teve chocolate alemão, teve Fuleco, teve tudo que você podia imaginar.




E se falam tanto que “a vida imita a arte”, uma sequência de fatos tão impressionantes como a Copa do Mundo 2014 só podia estar sendo fortemente baseada em universos tão excêntricos quanto os videogames. A equipe futebolística do GameBlast se juntou para contar para você as trajetórias de algumas seleções durante o torneio e alguns dos fatos mais interessantes da Copa, mas do nosso jeito: por meio das tramas e aspectos dos jogos eletrônicos!

Seleção de Portugal e a trilogia Zelda do CD-i

Ele é o cara. Um dos melhores (senão, o melhor) no que faz. Tinha toda a fama e confiança do público, todos esperavam que esta aparição seria para arrasar, com todo o hype possível. Afinal, não é todo dia que vemos um novo desafio para ele, não é? Ele tinha três chances para mostrar ao que veio nesta nova terra e cumprir o seu papel.


A primeira tentativa, entretanto, mostrou uma estranha face. Quatro vezes horrível. A segunda, então, por mais que tentasse uma abordagem diferente, também não se mostrou tão bem e ficou empatada com a primeira. A terceira então, por mais que pareça uma vitória com aspectos “inovadores”, não foi suficiente, já que ele precisava de um milagre para salvar sua caminhada nessa nova terra.

Não sei se contei a história de Portugal na Copa ou a horrível trilogia de Zelda para o Philips CD-i. E ele, sendo Link ou Cristiano Ronaldo, não deve mesmo ter ficado bem com essa coisa toda.

Seleção da Espanha e Aliens: Colonial Marines

Sinceramente, eu estava apostando muito na Espanha. Quase tive um ataque cardíaco durante a final da Copa de 2010, esperando o bendito gol que fez ela se consagrar campeã mundial. E, aí, bem… Acho que me senti como os fãs da série Alien: todos estavam esperando muito de Aliens: Colonial Marines. Sério, eu ainda lembro como o hype estava grande para o jogo e… talvez um pedaço de estrume flutuando fosse melhor.

O jogo é ruim. O jogo é horrível. Sério, não é todo dia que o PlayStation Blast dá 2,5 como nota para um game e Colonial Marines conseguiu esse feito. Por outro lado, não é sempre que um campeão mundial toma cinco gols na estreia da Copa pela Holanda e depois mais dois contra o Chile. Eu só espero que a próxima campanha espanhola e Alien: Isolation sejam tão bons quanto penso.

Tá, tudo bem que o Brasil tomou os sete gols em um jogo só, mas vamos falar dele depois.

Grupo D (ou “da Morte”) e os Cuccos de Zelda

Para pra pensar: tu já viu quantos inimigos tem na série The Legend of Zelda? Não, de verdade, pode começar a contar. E um mais feio que o outro, uma cara de mal pior que a outra. Todos eles muito perigosos, até mesmo os chefes. Eu mesmo, contra o Ganon já fico com aquela cara de “agora eu me dei mal”. Entretanto, nenhum deles pode ser chamado de “O Maior Inimigo da Série The Legend of Zelda”.


Agora me diz quais são os “sub-chefes” de uma Copa do Mundo? Claro, os campeões mundiais, aqueles que já puderam carregar a taça para seu país. Pensando assim, o Grupo D era o verdadeiro calabouço final da Copa deste ano: Uruguai, Itália e Inglaterra estavam presentes. Mas eles cometeram o erro mas infantil que um jogador de Zelda pode fazer: bateram com a espada no Cucco costa-riquenho.

Todos sabemos que Cuccos são perigosos e a Costa Rica acabou com o resto do “Grupo da Morte”. Quem mandou não jogarem Zelda, não é?

Seleção do Japão e Pokémon

Na real, só estamos comparando a seleção japonesa com Pokémon porque o Pikachu era o mascote mesmo. Fala sério, não tem motivo melhor e mais óbvio, não? Aliás, eles vieram pro Brasil para pegar um pokémon de evento, do tipo grama. Um tal de Fuleco, ficaram sabendo?


A mordida de Suárez e Pac-Man

Vamos nos colocar na vida de um dos fantasmas do clássico Pac-Man. Você está lá, de boa, andando por um labirinto, cuidando da sua vida. De verdade, você só está fazendo o seu trabalho, assim como Chiellini, jogador da Itália, estava durante a partida de sua seleção contra o Uruguai. Sem problemas, cumprindo o seu papel dentro do campo (ou do labirinto), não deveria acontecer nada e ter nenhuma surpresa, certo?

Errado. Do nada, aparece alguém por trás de você e te dá uma baita de uma mordida. Caramba, Pac-Man! Por que atrapalhar a vida de um pobre fantasma? Ou melhor: caramba, Suárez! Por que atrapalhar a vida de um pobre jogador italiano? Talvez o uruguaio tivesse um trauma de infância por nunca ter terminado a primeira fase do arcade, vai saber.

Austrália, Honduras, Camarões e os jogos genéricos de minigames

Depois que o Wii e o DS chamaram a atenção do público com ótimos e divertidos pacotes de minigames (como Wii Play, por exemplo), um pessoal achou que o mercado de videogames era a casa da mãe Joana e começou a vender jogo genérico de pequenos games para tudo que é lado, um pior que o outro. Sabe aquilo que você já olha a capa e sabe que não vai tão longe, mas, mesmo assim, decide dar uma chance?


Austrália foi a segunda colocada do grupo B de sua eliminatória. Honduras pegou o terceiro lugar da quarta fase na sua. Camarões foi o vencedor da chave C da CAF. Tudo bem que não eram muito favoritos ao título, mas a chance que demos aos jogos genéricos de minigames e para eles segue a mesma decepção: os caras conseguiram o grande total de 0 (zero) pontos, com -6, -7 e -8 de saldo de gols, respectivamente. É, deixa eu voltar para o meu Wii Sports…

Abertura da Copa e o minigame de dança de Star Wars Kinect

O que Claudia Leitte e a Princesa Leia tem a ver? Graças à abertura da Copa deste ano, a “vergonha alheia”. Você já jogou Star Wars Kinect? Ou melhor, chegou a experimentar a parte de dança do game? Pense naquele nível de vergonha que reina no ar durante partidas de Just Dance com músicas da zoeira. Adicione a força Jedi e tenha uma partida bem engraçada.
A melhor parte é que é só adicionar uma música que tenta ser brasileira (mas nem parece), uma cantora de axé descendo até o chão e um globo maluco girando que fica semelhante à abertura da Copa do Mundo de 2014:

Seleção Brasileira e Dark Souls

Todos já estão cansados de saber que Dark Souls é difícil, sofrido, algo de arrancar os cabelos de qualquer ser humano. Mas podem não entender o porquê da comparação dele com a campanha feita pela Seleção Canarinha nesta Copa em casa. Bom, vamos para as explicações: durante a fase de grupos, o Brasil sofreu um pouco. Até mais do que devia algumas vezes, assim como você sofre em Dark Souls para matar qualquer inimigo, por mais insignificante que seja, depois de um tempo jogando.

Chegaram as oitavas e a coisa complicou. Passar pra lá da metade de um jogo difícil quanto Dark Souls (ou uma Copa do Mundo) aumenta o sofrimento para chegar ao próximo estágio; afinal, até pênaltis tivemos que bater no final das contas. Mais uma fase, mais sofrimento. As quartas-de-final são mais complicadas ainda, com monstros cada vez mais fortes. Mas, mesmo assim, com muita determinação, é possível passar.

Semifinal. Na nossa analogia com Dark Souls, a penúltima fase, o penúltimo chefe. Você sofreu até agora para chegar em um desafio que vai superar tudo que já passou. O que acontece então? Em menos de cinco minutos, você é acertado por tantos golpes que sua barra de energia simplesmente some de vergonha e você tem que começar de novo. Ou, no vocabulário futebolístico, você toma sete gols da Alemanha e tem que começar de novo daqui a quatro anos.

Next Level: Russia 2018

Quem diria que os videogames podem explicar tantas coisas, hein? Temos quatro anos para ter uma nova aventura destas na Rússia e, claro, para esperar novos jogos da indústria e usá-los como base das histórias do futebol. Que fato esquecemos de contar? Qual comparação você faria, leitor? Deixe seu comentário!

Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Felipe Araujo

sempre com projetos criativos, estranhos ou os dois ao mesmo tempo. desenvolvedor de software, game designer e escritor sobre as coisas que eu gosto.
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