Análise: Os mistérios em Fabletown continuam no segundo episódio de The Wolf Among Us (PC)

Ao ver o rosto atordoado de Bigby Wolf presenciando uma cena inacreditável no final do primeiro episódio de The Wolf Among Us, o jogador s... (por Unknown em 15/02/2014, via GameBlast)

Ao ver o rosto atordoado de Bigby Wolf presenciando uma cena inacreditável no final do primeiro episódio de The Wolf Among Us, o jogador sabia que a investigação desse detetive dos contos de fada estava tomando um rumo sinistro e perigoso. O que parecia ter sido um triste caso de assassinato por causa de dinheiro tinha se transformado apenas na primeira vítima de um misterioso serial killer que perturbaria o sono dos habitantes de Fabletown. Cansado, mas determinado, o detetive precisa respirar fundo e acalmar a sua fera interior para descobrir o que está por trás desse mistério que consegue assustar até mesmo a imaginação de um personagem de histórias infantis.

CUIDADO: O texto a seguir pode conter spoilers para quem não jogou The Wolf Among Us. Leia por sua conta e risco!

Fazendo as perguntas certas

Lançado no começo de fevereiro, Smoke and Mirrors é o segundo capítulo do game The Wolf Among Us, e continua a saga do xerife Bigby Wolf enquanto ele investiga um mistério que atormenta os habitantes surreais de Fabletown. Como o próprio game avisa logo no começo da aventura, a trama do título é talhada pelas decisões que o jogador toma ao longo de seu progresso. Portanto, os detalhes que serão mostrados a seguir são explorações sobre o panorama total do segundo episódio do game, sem levar em conta qualquer decisão no primeiro capítulo que tenha influenciado a história do segundo.

É melhor o Grande Lobo ser paciente e muito calmo, pois seus problemas estão apenas começando.

Quando pensava que havia conseguido alguém que poderia lhe dar mais informações sobre a misteriosa morte da jovem Faith, Bigby recebe um baque ao encontrar a cabeça de Branca de Neve na frente de um dos prédios de apartamentos de Fabletown. O que parecia uma investigação de assassinato se tornava agora uma caçada a um serial killer. Felizmente, o pobre grande lobo não tem muito tempo para sofrer com a perda de sua recente amiga, pois durante um interrogatório tenso com um possível informante, ele descobre que a bela princesa dos contos de fada estava sã e salva.

Bigby tem muitas respostas para descobrir, mas antes precisa saber fazer as perguntas certas.

Tentando ajudar o esquentado detetive, a dupla descobre um novo detalhe que torna o mistério ainda mais complexo. O corpo da Branca de Neve falsa pertencia a um troll que havia usado um glamour barato (um feitiço caro que altera a forma de contos de fada não-humanos) para se passar pela princesa. Sem compreender muito bem o motivo de todo esse engodo, Bigby vai parar na casa noturna Pudding n’ Pie, onde esperava encontrar mais pistas sobre a troll assassinada, que era uma prostituta. Em um ambiente sujo e onde é fácil se perder em tentações e mentiras, o investigador consegue algumas respostas e em um quarto de hotel, ao lado de uma assustada Bela e do surpreso Fera, Bigby descobre uma verdade doentia e hedionda. Uma revelação que promete abalar todos em Fabletown.

É preciso ter sangue-frio para lidar com o mal-humorado Georgie, o cafetão que comanda a Pudding and Pie.

Smoke and Mirrors conseguiu surpreender por uma trama tão envolvente quanto a apresentada no primeiro capítulo de The Wolf Among Us. Com mais detalhes a serem percebidos nas entrelinhas de cada diálogo entre os personagens e com surpresas e reviravoltas na história, a continuação do título é capaz de conquistar a atenção do jogador a cada minuto. A Telltale Games conseguiu mais uma vez produzir uma história digna de estar na telona mas que não deixa nem um pouco a desejar quando se é possível fazer parte dela atrás dos cliques do mouse.

Até mesmo Ariel, de A Pequena Sereia, vai tentar ajudar nosso investigador em seu trabalho.

Mais papo e menos ação

Ao contrário do primeiro capítulo do game, que apesar de poder ser terminado em apenas algumas horas, Smoke and Mirrors é muito mais curto, podendo ser completado em no máximo 1 hora. Com certeza, o primeiro capítulo era mais longo por tratar de diversos detalhes da trama que iriam introduzir o jogador no universo do jogo, mas a continuação é demasiado curta. Antes que se perceba, Bigby completa mais um passo de sua investigação e deixa o jogador morrendo de ansiedade com um “gancho” que prende o espectador a querer saber o que vai acontecer no próximo capítulo.

Branca de Neve continua sendo o braço direito de Bigby na investigação, mas agora ela precisa tomar mais cuidado.

Além disso, a investigação em si (um elemento forte em um jogo que se enquadra no gênero thriller de suspense) fica relegada a segundo plano. São poucos os momentos em que o jogador precisa investigar algum detalhe do cenário ao seu redor para poder prosseguir na trama. Quando se visualiza um bilhete na parede ou um objeto estranho, o jogador está fazendo isso mais por curiosidade do que por dever investigativo. No lugar disso, a quantidade de interação e tomada de decisões de Bigby com os outros personagens aumentou, fazendo com que quase toda conversa que o protagonista tem com alguém, desencadeie diálogos que precisam ser escolhidos a dedo pelo jogador para evitar alguma reação estranha.